quarta-feira, 31 de outubro de 2012

DONOS DO MUNDO: Apenas 147 conglomerados empresariais controlam 40% da riqueza mundial


Apenas 147 conglomerados empresariais controlam 40% da riqueza mundial

30/10/2012 11:42, Por Ernesto Carmona - de Santiago do Chile
Share on hotmailShare on orkutShare on twitterShare on facebookMore Sharing Services125




A maior parte das corporações mundiais está no Hemisfério Norte e controlam a economia mundial com graves riscos para o mundo

Um estudo da Universidade de Zurich revelou que um pequeno grupo de 147 grandes corporaçõestrasnacionais, principalmente financeiras e mineiro-extrativas, na prática controlam a economia global. O estudo foi o primeiro a analisar 43.060 corporações transnacionais e desentranhar a teia de aranha da propriedade entre elas, conseguindo identificar 147 companhias que formam uma “super entidade” que controla 40% da riqueza da economia global.
O pequeno grupo está estreitamente interligado através das diretorias corporativas e constitui uma rede de poder que poderia ser vulnerável ao colapso e propensa ao “risco sistemico”, segundo diversas opiniões. OProject Censored (Projeto Censurado, em tradução livre) da Universidade Estadual de Sonoma, na Califórnia, EUA, desclassificou esta notícia e sua repercussão foi sepultada pelos meios de comunicação norte-americanos. Mas Peter Phillips, professor de sociologia naquela universidade, ex-diretor do Projeto Censurado e atual presidente da Fundação Media Freedom/Project Censored, fez referência a ela em seu trabalho The Global 1%: Exposing the Transnational Ruling Class (O Um Por Cento Global: Exposição da Classe Dominante Transnacional), assinado com Kimberly Soeiro e publicado em projectcensored.org.
Os autores do estudo são Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battiston, pesquisadores da Universidade de Zurich (Suíça), os quais publicaram seu trabalho a 26 de outubro 2011, sob o título A Rede de Controle Corporativo Global (The Network of Global Corporate Control) na revista científica plosone.org.

Na apresentação do estudo publicado na PlosOne, os autores escreveram: “A estrutura da rede de controle das empresas transnacionais afeta a concorrência do mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, foram estudadas somente pequenas mostras nacionais e não existia uma metodologia adequada para avaliar o controle a nível mundial. Apresenta-se a primeira pesquisa da arquitetura da rede de propriedade internacional, junto ao cálculo da função mantida por cada contendor global”.

“Verificamos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura como gravata de laço e que uma grande parte dos fluxos de controle conduzem para um pequeno núcleo muito unido de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como um bem econômico, uma “super-entidade” que propõe novas questões importantes, tanto para os pesquisadores como para os responsáveis políticos”.

O diário conservador britânico Daily Mail foi talvez o único do mundo a publicar esta notícia, em 20 de outubro 2011, assinada por Rob Waugh com o chamativo titulo: Existe uma ‘super-corporação’ que dirige a economia global. O Estudo ressalta que esta célula empresarial gigante poderia ser terrivelmente instável. A pesquisa concluiu que 147 empresas criaram uma “super entidade” dentro do grupo, controlando 40% da riqueza mundial”.

Waugh explica que o estudo da Universidade de Zurich “prova” que um pequeno grupo de companhias – principalmente bancos – exerce um poder enorme sobre a economia global. O trabalho foi o primeiro a examinar um total de 43.060 corporações transnacionais, a teia de aranha da propriedade entre elas e estabeleceu um “mapa” de 1.318 empresas como coração da economia global.

“O estudo encontrou que 147 empresas desenvolveram em seu interior uma “super entidade”, controladora de 40% de sua riqueza. Todos possuem parte ou a totalidade de um e outro. A maioria são bancos – os 20 top, incluídos Barclays e Goldman Sachs. Mas o estreito relacionamento significa que a rede poderia ser vulnerável ao colapso”, escreveu Waugh.

O 1% do mundo
“Efetivamente, menos de 1% das empresas foi capaz de controlar 40% de toda a rede”, disse ao Daily Mail James Glattfelder, teórico de sistemas complexos do Instituto Federal Suíço de Zurich, um dos três autores da investigação.

Alguns dos supostos que subjazem no estudo foram criticados, como a ideia de que propriedade equivale a controle. “No entanto, os pesquisadores suíços não têm nenhum interesse pessoal: limitaram-se a aplicar à economia mundial modelos matemáticos utilizados habitualmente para modelar sistemas naturais, usando o Orbis 2007, um banco de dados que contém 37 milhões as companhias e investidores”, informou Waugh.

O economista John Driffil, da Universidade de Londres, especialista em macroeconomia, disse à revista New Scientist que o valor do estudo não radicava em ver quem controla a economia global, mas em mostrar as estreitas conexões entre as corporações maiores do mundo. O colapso financeiro de 2008 mostrou que este tipo de redes estreitamente unidas pode ser instável.
– Se uma empresa sofre uma angústia, esta se propaga – disse Glattfelder.

Para Rob Waugh e o Daily Mail há um “senão”: “Parece pouco provável que as 147 corporações no coração da economia mundial pudessem exercer um poder político real, pois representam demasiados interesses”, assegurou o diário conservador britânico.

A riqueza global do mundo estima-se que se aproxima dos US$ 200 bilhões, ou seja, duas centenas de milhões de milhões. Segundo Peter Phillips e Kimberly Soeiro, 1% mais rico da população do planeta agrupa, aproximadamente, 40 milhões de adultos. Estas pessoas constituem o segmento mais rico da população dos países mais desenvolvidos e, intermitentemente, em outras regiões.

Segundo o livro de David Rothkopf Super-classe: a Elite de Poder Mundial e o Mundo que está Criando, a super elite abarcaria aproximadamente 0,0001% (1 milionésima parte) da população do mundo e compreenderia umas 6 a 7 mil pessoas, embora outros assinalem 6,6 mil. Entre esse grupo, teria que se procurar os donos das 147 corporações a que se refere o estudo dos pesquisadores de Zurich.

Ernesto Carmona é jornalista e escritor chileno.
• Artigo publicado originariamente em Diário da Liberdade.

sábado, 27 de outubro de 2012

A última eleição sob a tutela da Globo



A sólida dianteira de Haddad em SP, reafirmada pelo Ibope e o Datafolha desta 5ª feira, deixa ao conservadorismo pouca margem para reverter uma vitória histórica do PT; talvez a derradeira derrota política do seu eterno delfim, José Serra. Ainda assim há riscos. Não são pequenos. Eles advém menos da vontade aparentemente definida do eleitor, do que da disposição midiática para manipulá-la, nas poucas horas que antecedem o pleito de domingo.

Há alguma coisa de profundamente errado com a liberdade de expressão num país quando, a cada escrutínio eleitoral, a maior preocupação de uma parte da opinião pública e dos partidos, nos estertores de uma campanha como agora, desloca-se propriamente do embate final de idéias, para prevenir-se contra a 'emboscada da véspera''.

Não se argui se ela virá; apenas como e quando a maior emissora de televisão agirá na tentativa de raptar o discernimento soberano da população, sobrepondo-lhe seus critérios, preferências e interditos.

Tornou-se uma aflita tradição nacional acompanhar a contagem regressiva dessa fatalidade.

A colisão entre a festa democrática e a usurpação da vontade das urnas por um interdito que se pronuncia de véspera, desgraçadamente instalou-se no calendário eleitoral. E o corrói por dentro, como uma doença maligna que pode invalidar a democracia e desfibrar a sociedade.

A evidencia mais grave dessa anomalia infecciosa é que todos sabem de que país se fala; qual o nome do poder midiádico retratado e que interesses ele dissemina.

Nem é preciso nominá-los. E isso é pouco menos que a tragédia na vida de uma Nação.

De novo, a maleita de pontualidade afiada rodeia o ambiente eleitoral no estreito espaço que nos separa das urnas deste 28 de outubro.
Em qualquer sociedade democrática uma vantagem de 15 pontos como a de Haddad seria suficiente para configurar um pleito sereno e definido.

Mas não quando uma única empresa possui 26 canais de televisão, dezenas de rádios, jornal impresso, editora, produção de cinema, vídeo, internet e distribuição de sinal e dados.

Tudo isso regado por uma hegemônica participação no mercado publicitário, inclusive de verbas públicas: a TV Globo, sozinha, receberá este ano mais de 50% da verba publicitária de televisão do governo Dilma.

Essa concentração anômala de munição midiática desenha um cerco de incerteza e apreensão em torno da democracia brasileira. Distorce a vida política; influencia o Judiciário; corrompe a vaidade de seus membros; adestra-os, como agora, com a cenoura dos holofotes a se oferecerem vulgarmente, como calouros de programas de auditório, ao desfrute de causas e interesses que tem um lado na história. E não é o do aperfeiçoamento das instituições nem da Democracia.

O conjunto explica porque, a três dias das eleições municipais de 2012, pairam dúvidas sobre o que ainda pode acontecer em São Paulo, capaz de fraudar a eletrizante vitória petista contra o adversário que tem a preferência do conservadorismo, a cumplicidade dos colunistas 'isentos',a 'independência' do Judiciário e a torcida, em espécie, da plutocracia.

Não há nessa apreensão qualquer traço de fobia persecutória.

Há antecedentes. São abundantes a ponto de justificar o temor que se repitam.

Multiplas referenciais históricas estão documentadas. Há recorrência na intervenção indevida que mancha, enfraquece e humilha a democracia,como um torniquete que comprime a liberdade das urnas.

Mencione-se apenas a título ilustrativo três exemplos de assalto ao território que deveria ser inviolável, pelo menos muitos lutaram para que fosse assim; e não poucos morreram por isso.

Em 1982, a Rede Globo e o jornal O Globo arquitetaram um sistema paralelo de apuração de votos nas eleições estaduais do Rio de Janeiro.

Leonel Brizola era favorito, mas o candidato das Organizações Globo, Moreira Franco, recebera privilégios de cobertura e genuflexão conhecidos. Os sinais antecipavam o estupro em marcha das urnas.

Ele veio na forma de um contagem paralela - contratada pela Globo - que privilegiaria colégios do interior onde seu candidato liderava, a ponto de se criar um 'consenso' de vitória em torno do seu nome.

O assédio só não se consumou porque Brizola recusou o papel de hímen complacente.

O gaúcho recém chegado do exílio saiu a campo, convocou a imprensa internacional, denunciou a fraude em marcha e brigou pelo seu mandato. Em entrevista histórica --ao vivo, por sua arguta exigencia, Brizola denunciou a manobra da Globo falando à população através das câmeras da própria emissora.

Venceu por uma margem de 4 pontos. Não fosse a resistência desassombrada, a margem pequena seria dissolvida no contubérnio entre apurações oficiais e paralelas.

Em 1983 os comícios contra a ditadura e por eleições diretas arrastavam multidões às ruas e grandes praças do país.

A Rede Globo boicotou as manifestações enquanto pode, mantendo esférico silêncio sobre o assunto. O Brasil retratado em seu noticioso era um lago suíço de resignação.

No dia 25 de janeiro de 1984, aniversário da cidade, São Paulo assistiu a um comício monstro na praça da Sé. Mais de 300 mil vozes exigiam democracia, pediam igualdade, cobravam eleições.

O lago tornara-se um maremoto incontrolável. A direção editorial do grupo que hoje é um dos mais aguerridos vigilantes contra a 'censura' na Argentina, Venezuela e outros pagos populistas, abriu espaço então no JN para uma reportagem sobre a manifestação. Destinou-lhe dois minutos e 17 segundos.

Compare-se: na cobertura do julgamento em curso da Ação penal 470, no STF, o mesmo telejornal dispensou mais de 18 minutos nesta terça-feira a despejar ataques e exibicionismos togados contra o PT, suas lideranças e o governo Lula.

Naquele 25 de janeiro estava em causa, de um lado, a democracia; de outro, a continuidade da ditadura.

Esse confronto mereceu menos de 1/6 do tempo dedicado agora ao julgamento em curso no STF. Com um agravante fraudulento: na escalada do JN, a multidão na praça da Sé foi associada, "por engano", explicou depois a emissora, 'a um show em comemoração aos 430 anos da cidade'. Passemos...

Em 1989, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello realizariam o debate final de uma disputa acirrada e histórica: era o primeiro pleito presidencial a consoliar o fim da ditadura militar.

No confronto do dia 14 de dezembro Collor teve desempenho pouco superior ao de Lula. Mas não a ponto de reverter uma tendência de crescimento do ex-líder metalúrgico; tampouco suficiente para collorir os indecisivos ainda em número significativo.

A Globo editou o debate duas vezes. Até deixá-lo 'ao dente', para ser exibido no Jornal Nacional.

Collor teve um minuto e oito segundos a mais que Lula; as falas do petista foram escolhidas entre as suas intervenções mais fracas; as do oponente, entre as suas melhores.

Antes do debate a diferença de votos entre os dois era da ordem de 1%, a favor de Collor; mas Lula crescia. Depois do cinzel da Globo, Collor ampliou essa margem para 4 pontos e venceu com quase 50% dos votos;Lula teve 44%. As consequências históricas dessa maquinação são sabidas.

São amplamente conhecidas também as reiterações desse tipo de interferência nos passos posteriores que marcaram a trajetória da democracia brasileira.

Ela se fez presente como obstaculo à vitória de Lula em 2002; catalisou a crise de seu governo em 2005 --quando se ensaiou um movimento de impeachment generosamente ecoado e co-liderado pelo dispositivo midiático conservador; atuou no levante contra a reeleição de Lula em 2006 e agiu na campanha ostensiva contra Dilma, em 2010.

A indevida interferência avulta mais ainda agora. Há sofreguidão de revide e um clima de 'agora ou nunca' no quase linchamento midiático promovido contra o PT, em sintonia com o calendário e o enrêdo desfrutáveis, protagonizados por togas engajadas no julgamento em curso do chamado mensalão'.
Pouca dúvida pode haver quanto aos objetivos e a determinação férrea que vertem desse repertório de maquinações, sabotagens e calúnias disseminadas.

Sua ação corrosiva arremete contra tudo e todos cuja agenda e biografia se associem à defesa do interesse público, do bem comum e da democracia social.Ou, dito de outro modo, visa enfraquecer o Estado soberano, desqualificar valores e princípios solidários que sustentam a convivência compartilhada.

Os governantes e as forças progressistas brasileiras não tem mais o direito --depois de 11 anos no comando do Estado- de ignorar esse cerco que mantem a democracia refém de um poder que só a respeita enquanto servir como lacre de chumbo de seus interesses e privilégios.

Os requintes de linchamento que arrematam o espetáculo eleitoral em que se transformou a ação Penal 470, ademais da apreensão com a 'bala de prata midiática' que possa abalar a vitória progressista em SP, não são fenômenos da exclusiva cepa conservadora.

A conivência federal com o obsoleto aparato regulador do sistema de comunicações explica um pedaço desse enredo. Ele esgotou a cota de tolerância das forças que elegeram Lula e sustentam Dilma no poder.

O país não avançará nas trasformações econômicas e sociais requeridas pela desordem neoliberal se não capacitar o discernimento político de mais de 40 milhões de homens e mulheres que sairam da pobreza, ascenderam na pirâmidade de renda e agora aspiram à plena cidadania.

A histórica obra de emancipação social iniciada por Lula não se completará com a preservação do atual poder de veto que o dispositivo midiático conservador detém no Brasil.

Persistir na chave da cumplicidade, acomodação e medo diante desse aparato tangencia a irresponsabilidade política.

Mais que isso: é uma assinatura de contrato com a regressão histórica que o governo Dilma e as forças que o sustentam não tem o direito de empenhar em nome do povo brasileiro.

Que a votação deste domingo seja a última tendo as urnas como refém da rede Globo, dos seus anexos, ventrílocos e assemelhados. Diretas, já! Esse é um desejo histórico da luta democrática brasileira. Carta Maior tem a certeza de compartilhá-lo com seus leitores e com a imensa maioria dos homens e mulheres que caminharão para a urna neste domigo dispostos a impulsionar com o seu voto esse novo e inadiável divisor da nossa história.

Bom voto.

Postado por Saul Leblon às 07:31

MIDIA BANDIDA: Site de 'O Globo' espalha boato falso sobre Enem e diz que foi involuntário...






http://glo.bo/VrPpsD

Às vésperas das eleições, quando o candidato tucano José Serra está atacando seu oponente Haddad, o perfil no facebook do jornal "O Globo" ajudou a espalhar um boato falso sobre cancelamento da prova do ENEM 2012, ressuscitando uma notícia antiga de 2009 como se fosse atual.

Depois de espalhar, o jornalão jura que foi involuntário.

Curioso que o jornalão nunca espalha um link involuntariamente sobre o livro "A Privataria Tucana".

Campanha do Serra vira caso de polícia: pagou R$ 531 mil a empresa envolvida no falso blog

A coordenação da campanha de Haddad emitiu nota sobre a falsificação de um blog usurpando o nome de Haddad:



Desmascarado falso blog do PSDBA Coligação “Para Mudar e Renovar São Paulo” soube, por meio da resposta da GVT ao ofício enviado pela Justiça Eleitoral, que o IP utilizado para criar o falso blog “Propostas Haddad 13” é do assinante Huyana Batista Tejo, responsável pela empresa Soluções Originais em Desenvolvimento e Arte Ltda (Soda Virtual). Dessa forma, a coligação pediu a inclusão da empresa e seu representante na representação já apresentada à Justiça Eleitoral sobre o tema.

A Soda Virtual já recebeu R$ 531 mil do comitê financeiro para prefeito do PSDB em São Paulo por "serviços de criação e inclusão de páginas na internet", de acordo com a segunda parcial de contas apresentada à Justiça Eleitoral. A mesma empresa registrou o site SerraJá, punido por propaganda antecipada, e o jogo de Facebook "Missão Impossível", já fora do ar e também sob apuração da Justiça Eleitoral.


Coordenação da Campanha


Comento:


Além de possível crime eleitoral, essa delinquência pode levar até a um ano de prisão, de acordo com o Código Civil:


Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

_________________________________________




Mais baixaria de José Serra:Site falso de Haddad foi criado em empresa da campanha de Serra



A provedora de internet GVT informou nesta sexta-feira, 26, que o site apócrifo "Propostas Haddad 13", que imitava a linguagem visual usada pela campanha do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, mas desferia críticas ao petista, foi criado na sede da Soda Virtual, empresa contratada pela campanha do candidato tucano, José Serra, por R$ 250 mil reais, para prestar serviços de "criação e inclusão de páginas na internet".


O site não identificava sua autoria e foi retirado do ar na última sexta-feira, 19, por decisão da Justiça Eleitoral, após pedido dos advogados de Haddad. Para o juiz Henrique Harris Júnior, da 1.ª Zona Eleitoral, as mensagens contidas na página eram "passíveis de enquadramento, em tese, como ofensivas e sabidamente inverídicas, até mesmo com o emprego de imitação das fontes, cores e símbolos utilizados na sua campanha (de Haddad)".


Entre os textos divulgados no site, estavam "Haddad vai criar 50 novas Escolas de Lata", "Haddad vai aumentar o IPTU" e "Haddad vai voltar com a Taxa do Asfalto". Na decisão, Harris Júnior determinou ao Google, onde o site estava hospedado, e à GVT que informassem o IP e a identidade do criador da página.


Segundo a GVT, a conexão de internet usada para criar o site está em nome de Huayna Batista Tejo, presidente da Soda Virtual, e é acessada pela Rua Borja Peregrino, 318, João Pessoa (PB), sede da empresa. (veja)

Foi a mesma empresa responsável por desenvolver o jogo "Angry Haddad", que plagiava o sucesso Angry Birds e também teve de ser tirado do ar por decisão judicial (leia)
.
Na última sexta, quando o site foi retirado do ar, a campanha de Serra informou, por meio de sua assessoria, que não era responsável pelo site. MENTIU!! A campanha de Serra foi contatada nesta sexta para comentar a identificação da autoria do site, mas não respondeu. As informações são do Estadão. Enviado poR Stanley

BRASIL MUDOU? BANQUEIRO INDO PRESO? Serra visitará Índio da Costa na cadeia?



http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges



A não ser que algum ministro do STF já tenha concedido habeas corpus, o ricaço Luis Octávio Índio da Costa continua preso do Cadeião de Pinheiros, em São Paulo. Ele e outros donos do Banco Cruzeiro do Sul são acusados de desviar R$ 1 bilhão para o exterior. A prisão do banqueiro deve ter consternado José Serra. Afinal, seu vice na sucessão presidencial de 2010 é primo do bandido. Talvez após a apuração das eleições o tucano tenha tempo para visitá-lo no Cadeião de Pinheiros num gesto de "solidariedade".


Segundo investigações da Polícia Federal, a quadrilha que controlava o Banco Cruzeiro do Sul promoveu vários crimes contra o sistema financeiro do país – como desvio de recursos dos clientes e remessa ilegal de dinheiro para paraísos fiscais. As fraudes causaram um rombo de R$ 3,1 bilhões e resultaram na liquidação da banco. Na terça-feira, o Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva de seus ex-controladores – Luis Octávio Índio da Costa e do seu pai, Luiz Felippe, que está em liberdade por ter mais de 80 anos.



Os convidados do ricaço

A prisão de Luis Octávio também deve ter abalado muitos ricaços e “autoridades” nativas. Afinal, o banqueiro adorava promover festas de luxo. Na comemoração dos 15 anos do Banco Cruzeiro do Sul, em 2009, ele até contratou o astro internacional Tony Bennett para animar os 500 convidados em sua mansão na Granja Viana, em Cotia (SP) – uma área de 6 mil metros quadrados com heliponto. No mesmo ano, ele bancou um concerto privado do cantor britânico Elton John para mil convidados na Sala São Paulo.


Segundo relato da Folha, os eventos do ricaço “eram frequentados por políticos, como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e a ex-ministra do STF, Ellen Grace”. Ex-namorado de Daniella Cicarelli, o banqueiro de 49 anos gostava de ostentar a sua fortuna. Para a distância de 40 quilômetros entre a sua mansão e a sede do banco, ele utiliza o seu helicóptero particular. Ele também passava parte do seu tempo em seu apartamento em Nova Iorque, na luxuosa Avenida Madison.


Agora, o parente do ex-vice de José Serra está no Centro de Detenção Provisória-3, também conhecido como Cadeião de Pinheiros. Ele divide a cela, segundo os jornais, com integrantes da facção criminosa batizada de CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro do Crime), rival do PCC. Pelas normas do centro, o banqueiro deverá ficar isolado entre 10 e 15 dias e não poderá receber visitas neste período. Isto se o STF não se apressar em conceder habeas corpus para “presidiário de luxo”.

Postado por Miro às 13:10

‘Tasquiopariu: Itália prende cientistas que não previram terremoto. É o retorno da treva inquisitorial

DO  Guerra Silenciosa VIA Gilson Sampaio em seu Blog
A 6 de Abril de 2009, um sismo de magnitude 6,3 devastou a cidade italiana de Áquila, matando 309 pessoas.

Como se percebe, a magnitude nem foi alta, comparando com outros terramotos que existem diariamente.

No entanto, devido às fracas construções, o desastre foi magnificado em termos de perdas de vidas humanas.



Numa decisão que faz lembrar a condenação de Galileu às mãos da Inquisição, esta segunda-feira o Tribunal italiano de Abruzzes condenou a seis anos de prisão seis cientistas e um antigo responsável governamental por homicídio involuntário.

Eles foram acusados de desvalorizar os riscos não informando a população sobre a possibilidade de um terramoto.

Obviamente, a comunidade científica já se insurgiu contra esta decisão vergonhosa, que só mostra que os juízes nada percebem de ciência: a iliteracia científica é gritante nesta condenação.

Tal como a economia (ou milhentas outras áreas), a sismologia não é uma ciência exacta, daí que não é possível prever com exactidão onde e quando acontecerão os terramotos. Os cientistas são pagos para investigar sismos e produzir cada vez mais conhecimento de modo a um dia podermos prever minimamente os terramotos com uma antecipação de alguns dias ou horas. Mas actualmente não se consegue prever (nem mesmo a libertação do gás radão é sinal de sismo próximo, já que pode ter várias causas, sendo que o sismo mesmo pode demorar gerações para acontecer). Se o Vesúvio entrar em erupção, também vão culpar os vulcanólogos? Enfim…

Quanto à razão apontada, não informar sobre possibilidades, é de uma estupidez atroz, que deveria levar à condenação dos juízes a assistirem a várias aulas de ciência. Possibilidade não é ciência. A ciência fala em probabilidades, não em possibilidades, como já expliqueiaqui. E é esta característica da ciência (probabilidades) que nos dá tudo diariamente, como também já expliquei aqui.

O facto das mortes serem devidas maioritariamente à situação precária de prédios, que não aguentaram um tremor de terra médio, é ignorado pelas “autoridades”.

Qualquer dia, os especialistas em meteorologia são condenados por preverem que não vai chover, e afinal até chover, e 3 pessoas constiparem-se por isso.

Os cientistas que não conseguem prever os fenómenos mas que os estudam para termos mais conhecimento deles e para que um dia os consigamos prever, são presos. Os burlões que todos os dias nos jornais dizem que conseguem prever o futuro das pessoas e as levam à miséria para lhes “dar sorte”, esses continuam à solta.

Assim anda a sociedade….

É aterradora a iliteracia das pessoas que supostamente têm o poder na sociedade.

Carlos Oliveira

Fonte: Astro.pt

Palestina: derrota do colaboracionismo

DE Olhar o Mundo
Nas eleições municipais da Margem Oeste, o Presidente das Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e seu partido, o Fatah, foram derrotados.

Apesar do Fatah concorrer praticamente sozinho(o Hamas não participou) contra candidatos independentes, perdeu em 5 das 11 cidades principais.

Alem disso,a abstenção passou de 50%.

Pesou contra Abbas e o Fatah uma série de fracassos: no processo de paz que sequer começou; na busca de reconciliação com o Hamas; na tentativa de reconhecimento como país independente pela ONU; na economia que entrou em crise, com salários dos funcionários públicos atrasados desde setembro.

Ficou claro que o povo votou contra a política de conciliação com Israel, semelhante à do governo de Vichy, criado pelos alemães na 2ª Grande Guerra para administrar parte da França, sob controle de Berlin..

Na Palestina, em decorrência dos tratados de Oslo, parte da Margem Oeste passou a ser administrada, com poderes bastante limitados, pela chamada Autoridade Palestina.

Sua função era colaborar com Israel na segurança- perseguindo e prendendo os elementos radicais, garantir o fluxo das mercadorias israelenses e cuidar dos serviços públicos, além de estimular as atividades econômicas em geral.

Tudo sob a supervisão do exército de Israel.

Era um relacionamento semelhante ao do governo de Vichy com os dominadores alemães.

A ideia era; através da colaboração entre israelenses e palestinos, seria mais fácil realizar negociações que fossem gradativamente conduzindo à independência da Palestina.

O objetivo final desse processo de paz seria a existência de 2 estados: uma Palestina livre e um Israel seguro em suas fronteiras.

Mas não deu certo. Nem poderia dar.

Israel não parou de construir novos assentamentos em terras palestinas, tornando a situação cada vez mais difícil de ser resolvida já que, para haver independência da Palestina, eles não poderiam contiuar existindo.

Hoje esses assentamentos já tem uma população de 500 mil habitantes.

Nos dois governos Netanyahu o ritmo de novas construções atingiu osmaiores picos.

Embora se dizendo, publicamente, favorável à solução dos 2 estados, o premier israelenseen famille repetidas vezes assegurou sua fidelidade à ideia do Grande Israel, incluindo a Palestina.

Há alguns meses, a comissão Levy, nomeada por Telaviv, entregou um estudo sobre a Palestina, afirmando que toda ela pertencia a israel. Portanto, cabia ao governo, inicialmente legalizar todos os assentamentos irregulares feitos na Margem Oeste, desrespeitando as próprias exigências das leis israelenses.

Num segundo passo, toda a Margem Oeste deveria ser anexada a Israel, acabando com o sonho da Palestina independente.

Netanyahu recebeu o estudo sem fazer comentários mas, na semana passada, ordenou a legalização de todos os muitos assentamentos ilegais judeus na Margem Oeste, atendendo á primeira proposição da comissão Levy.

Ficou evidente sua intenção de criar o Grande israel.

O que não deveria provocar surpresa.

Afinal, a Carta de Princípios do Likud, o próprio partido do premier Netanyahu, proclama que os assentamentos são “a realização dos valores sionistas” e a Margem Oeste e o total de Jerusalém pertencem a israel.

Se uma das partes deixou bem claro que não está de acordo com o objetivo final do processo de paz – a solução dos 2 estados – a conclusão só pode ser uma : o processo de paz está morto.

Foi invocando as negociações entre as partes como única forma de se promover um processo de paz justo e equânime que o governo Obama sabotou a apresentação do reconhecimento unilateral da Palestina pelo Conselho de Segurança da ONU. Pelo mesmo motivo, a Europa unida somou com ele.

Foi para não perturbar esse processo de paz que os EUA manifestou-se contra a entrada dos palestinos na UNESCO; contra a condenação dos crimes do exército israelense no ataque a Gaza e à frota de socorro humanitário; contra uma série de propostas de comissões de inquérito da ONU sobre violências e violações israelenses na Margem Oeste.

Agora que o próprio Bibi Netanyahu lançou uma pá de cal sobre o processo de paz e a solução dos 2 estados será difícil para Obama justificar sua ação totalmente parcial no Oriente Médio, favorecendo Israel e prejudicando os árabes.

Jefferson, Washington, Tom Paine, Franklin e os outros pais da pátria americana ficariam vermelhos de vergonha.

Voltando à Terra, gostaria de lembrar que, antes da viagem de Abbas a Nova Iorque para falar na Assembleia Geral da ONU, ele declarou que renunciaria ao voltar.

Foi sua 15ª renúncia.

Ele agora diz que vai adiá-la até a conclusão do requerimento da Palestina à ONU para ser aceita como membro não-oficial.

Em caso de vitória, que ele tem como certa, aposto que voltará atrás.

Não deveria. Sua política de complacência com os EUA e de colaboração com Israel não resultou num único passo em direção á Independência.

Não conseguiu de Netanyahu qualquer concessão de algum valor.

Mas nem tudo está perdido para os palestinos.

Ainda lhes resta um caminho: a resistência civil, defendida por Bargouthi, o líder preso numa penintenciária de Israel.

Não colaborar de nenhuma forma com Israel. Boicotar seus produtos e seus serviços.

Insistir sempre em lutar por novas posições na ONU e em outros organismos internacionais.

Denunciar as violências do exército israelense.

Estimular o boicote internacional dos produtos e serviços israelenses.

É uma proposta similar à de Gandhi.

Dura, difícil, sobretudo para o povo que, certamente, sofrerá ainda mais privações e castigos.

Será um preço muito alto.

Mas independência costuma custar caro.

STFG OU PRG? - O BRASIL "INVISÍVEL"

POR Laerte Braga
Ou Lula é um idiota, ou Lula é um farsante. O mensalão foi uma das armadilhas das muitas nas quais caiu. A carta de intenções que assinou quando FHC era presidente e o País estava falido, tentando se mostrar um “candidato responsável”. Correu ao Palácio, abraçou o presidente, recebeu afagos de um “Lula está maduro” e eleito para mudar, inventou um “capitalismo a brasileira” misturado a políticas assistencialistas, o Brasil continua debaixo do tacão do sistema financeiro, dos grandes conglomerados empresariais, do latifúndio e sob a ameaça de retorno à idade das trevas na ação da chamada bancada evangélica.

Uma combinação de canalhas aos quais se associa a mídia de mercado.

Supremo Tribunal Federal da Globo, ou Partido da Rede Globo? Esse é o Brasil “visível” e mostrado todos os dias como se essa fosse a nossa realidade. É a deles, dos donos.

A armadilha Haiti. O assunto já estava decidido no governo FHC e Lula não hesitou um só instante em enviar tropas brasileiras para aquele país numa ocupação interminável e que não melhorou em nada a vida dos haitianos, tampouco promoveu a democracia. É parte do processo de ocupação e recolonização do Brasil, hoje relegado à condição de Grande Colômbia, o nome que o conglomerado ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A dá a todo esse conjunto de ações.

Cerca de 150 haitianos alojados numa casa no município de Basiléia, no Acre, 235 quilômetros de distância da capital, Rio Branco, próximo à fronteira com a Bolívia, passam fome. O governo do estado deixou de pagar o aluguel da casa e não fornece mais alimentação.

Vieram para o Brasil perto de cinco mil haitianos, logo após o terremoto que devastou aquele país. O governo federal afirma que não tem mais recursos para ajudar imigrantes. O mesmo tipo de comunicado veio da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos do Acre. Uma doação permitiu que os haitianos em Basiléia vissem a cor e sentissem o gosto de comer, depois de dois dias sem qualquer alimentação. Na casa estão 40 mulheres e algumas crianças, uma delas recém nascida.

O pesquisador Foster Brown, cientista do Experimento de Grande Escala Biosfera Atmosfera na Amazônia (LBA) e membro do MAP - de Madre de Dios (Peru), Acre (Brasil) e Pando (Bolívia)- uma iniciativa de direitos humanos, esteve em Brasiléia na quarta-feira. Inspeção camuflada de ONG.

O que fazem os militares brasileiros no Haiti? Comandam de brincadeira as forças das Nações Unidas. À época do terremoto, militares norte-americanos tomaram a si o poder de decisões e o comando, em tese de um general brasileiro, foi para o brejo. A exceção dos hospitais de campanha que o governo de Cuba montou no país e salvaram milhares de vidas, os norte-americanos guardaram os bens e propriedades das elites do Haiti, as regiões litorâneas onde se descobriu petróleo (um pré sal em dimensões mínimas, mas máximas para a extensão territorial do Haiti). Nessas ações foi permitida inclusive a volta do ex-ditador Jean Claude Duvalier, anos atrás caçado pelos EUA por crimes contra a humanidade e corrupção. Vive a larga entre Porto Príncipe e paraísos europeus.

Entre os militares brasileiros não só integrantes das forças armadas, mas das polícias militares. Recebem treinamento para a ocupação de áreas consideradas de risco no Brasil, as experiências estão sendo feitas nas favelas do Rio de Janeiro sob o nome de UPP – UNIDADE DE POLÍCIA PACIFICADORA –, que mantém intocado o tráfico de droga, quando não raro está, a polícia militar, envolvida no esquema.

Essa “experiência” tem base também em Medelín na Colômbia, freqüentada por militares e policiais brasileiros para “aprendizado” e já vai chegar ao Espírito Santo segundo declarações do porta-voz do governo estadual Renato Casagrande (ocupa nominalmente o cargo de governador, Paulo Hartung detém a palavra final).

É parte dos desdobramentos da Operação Condor, agora no período de abertura democrática. Eliminar toda e qualquer resistência, ou todo e qualquer risco ao controle que os acionistas do Estado possam vir a sofrer ou a correr.

O mesmo se aplica ao massacre de índios no País. A questão Guarani/Kaiowás está ligada a ocupação da terra pelo latifúndio, ainda mais agora no delírio de produzir etanol e transgênicos à larga. O controle é de empresas estrangeiras, até a figura do usineiro nacional está sumindo.

Essa armadilha tem outro viés. O tratado de livre comércio firmado por Lula com o governo de Israel. Agentes da MOSSAD – serviço secreto – agem no Brasil de forma descarada. O golpe no Paraguai, por exemplo, foi articulado em função desses interesses, outro capítulo do plano GRANDE COLÔMBIA.

A figura que chamam de chanceler no Brasil, Anthony Patriot, por pouco não foi escorraçada de Assunção quando tentou (de brincadeira, para inglês ver) evitar a deposição branca de Fernando Lugo.

Dilma governa o Brasil visível, o das elites. Mantém os programas assistencialistas do governo Lula e tenta evitar de todas as formas que a crise internacional que cobre a União Européia, por exemplo, chegue ao nosso País. Ou até a dos EUA, onde 30 milhões de pessoas vivem na linha da miséria, o que levou o ator Jeff Bridges a declarar que “se outro país fizesse com nosso povo o que as nossas elites estão fazendo, já teríamos entrado em guerra”.

Sabe que se não for assim, se não se equilibrar com muito cuidado vai para o limbo dos golpes brancos.

Paulo Maluf é deputado federal, aliado de Lula nas eleições municipais de São Paulo capital e procurado pela INTERPOL. Não pode sair do País do contrário será preso. Fernando Henrique, José Serra, Geraldo Alckmin, Daniel Dantas, Gilmar Mendes, Eduardo Azeredo, Aécio Neves, etc, passeiam sem problema algum, sem nenhum Joaquim Barbosa para fazer cumprir a lei, ou fazer andar inquéritos e processos e ainda deitam falação sobre “honra”. Que o diga o Procurador Geral da República sentado numa pilha de inquéritos.

Uma das edições do JORNAL NACIONAL, porta-voz dos acionistas do Estado ocupou 18 minutos de pouco mais de 40 da edição normal, para tentar alavancar a candidatura de José Serra a prefeito de São Paulo e outros menos votados, como ACM Neto.

É o Partido da Rede Globo, face visível desse modelo perverso. Pode ser também o Supremo Tribunal Federal da Globo. Um partido que se ocupa da “justiça”.

A decisão dos índios Guarani/Kaiowás de morrer coletivamente caso sejam removidos de suas terras no Mato Grosso do Sul começa a ganhar o noticiário internacional e isso desagrada a latifundiários e seus pistoleiros, prontos a fazer cumprir a “lei”. Lula se eximiu e culpa ao dizer que não deu tempo, que “fiquei devendo aos Guarani/Kaiowás”. Uma liminar de Gilmar Mendes suspendeu um decreto presidencial garantindo a terra aos índios. Gilmar Mendes tem interesses diretos nos dois estados do Mato Grosso. Políticos e econômicos. É ligado a latifundiários e seu instituto de estudos jurídicos foi salvo da falência com verbas públicas. É paladino da “moral, da justiça” e hoje aliado de Joaquim Barbosa.

Joaquim Barbosa que chamou Gilmar Mendes de cangaceiro e disse não temer seus “jagunços”, “capangas”, hoje ama Gilmar Mendes, que ama FHC, que ama a Fundação Ford, que ama o Departamento de Estado, que ama o terrorismo sionista do governo de Israel e que desamam, todos, os povos da América Latina, da África, da Ásia, que controlam a União Européia (uma grande base militar da OTAN e nada mais além disso) e promovem o terrorismo de Estado em larga escala, em qualquer parte do mundo. Trazem agora a ameaça de substituir a vaselina de Obama pela areia de Mitt Romney.

Supremo Tribunal Federal da Globo, ou Partido da Rede Globo são apenas instrumentos de um monstro chamado capitalismo, conhecido também como nazi/sionismo, assim como o Partido da Veja (uma espécie de PPS em relação ao PSDB).

Em todas essas histórias Lula entrou de gaiato, Dilma não sabe para que lado está a biruta e os verdadeiros donos governam o país invisível aos brasileiros, mas visível a eles. Foi por isso que William Bonner chamou os telespectadores do JORNAL NACIONAL DE Homer Simpson, com o sentido de idiotas.

O partido de Lula está esfacelado, figuras históricas estão indo para a cadeia (sem juízo de mérito) e o plano GRANDE COLÔMBIA em marcha. O golpe de 1964 foi comandado por um general norte-americano, Vernon Walthers (falava português, ficava mais fácil ser entendido em suas ordens, as ordens que dava aos militares brasileiros). Esse é mais sofisticado, mas os objetivos são os mesmos.

Em todo caso tem Salve Jorge, a nova novela da GLOBO, tem Edir Macedo noutra ponta lutando pela primazia junto aos donos, todos farinha do mesmo saco e vem aí a COPA DO MUNDO.

É hora de ir às ruas e reencontrar a luta popular, muitas vezes perdida na cooptação do poder representado por uma cadeira, mesa, telefone e alguns cartões de crédito, além do “direito” de ser governo.

De onde? De quem?

Atilio Boron: Grandes empresas corrompem e desvirtuam democracia

Via Vermelho

O capitalismo assumiu a bandeira da democracia após a primeira guerra mundial e hoje, após passarem o século 20 inteiro atualizando esta ideia, tornaram-na irreconhecível. “Creio que a democracia é a culminação de um projeto socialista, da socialização da riqueza, da cultura e do poder”. Assim, o politólogo e cientista social argentino, Atilio Boron, aborda a questão da pós-democracia, em entrevista concedida ao diretor do Observatório Sociopolítico Latino-Americano, Fernando Arellano Ortiz.



"As grandes empresas assumiram a concepção democrática, a corromperam e a desvirtuaram até o ponto de torná-la irreconhecível"
Fernando Arellano Ortiz: Hoje, no debate da teoria política, fala-se de "pós-democracia”, para significar o esgotamento dos partidos políticos, a irrupção dos movimentos sociais e a incidência dos meios de comunicação na opinião pública. Que alcance você dá a esse novo conceito?

Atilio Boron: Eu analiso como uma expressão da capitulação do pensamento burguês que, em uma determinada fase do desenvolvimento histórico do capitalismo, fundamentalmente a partir do final da 1ª Guerra Mundial, apropriou-se de uma bandeira - que era a da democracia - e a assumiu. De alguma maneira, alguns setores da esquerda consentiram nisso. Por quê? Bom, porque estávamos um pouco na defensiva e, além disso, o capitalismo havia feito uma série de mudanças muito importantes. Por isso, a ideia de democracia ficou como se fosse uma ideia própria da tradição liberal burguesa, apesar de que nunca houve um pensador dessa corrente política que fizesse uma apologia do regime democrático. Estudavam sobre isso, possivelmente, a partir de Thorbecke ou de John Stuart Mill; porém, nunca propunham um regime democrático; isso vem da tradição socialista e marxista. No entanto, apropriaram-se dessa ideia; passaram todo o século 20 atualizando-a. Agora, dadas as novas contradições do capitalismo e ao fato de que as grandes empresas assumiram a concepção democrática, a corromperam e a desvirtuaram até o ponto de torná-la irreconhecível, perceberam que não tem sentido continuar falando de democracia. Então, utilizam o discurso resignado que diz que o melhor da vida democrática já passou; um pouco a análise de Colin Crouch: o que resta agora é o aborrecimento, a resignação, o domínio a cargo das grandes transnacionais; os mercados sequestraram a democracia e, portanto, temos que nos acostumar a viver em um mundo pós-democrático. Nós, como socialistas, e, mais, como marxistas jamais podemos aceitar essa ideia. Creio que a democracia é a culminação de um projeto socialista, da socialização da riqueza, da cultura e do poder. Porém, para o pensamento burguês, a democracia é uma conveniência ocasional que durou uns 80 ou 90 anos; depois, decidiram livrar-se dela.

Mesmo em uma situação anômala mundial e levando-se em conta que a propriedade dos grandes meios de comunicação está concentrada em uns poucos monopólios do grande capital, como você analisa o fenômeno da canalha midiática na América Latina? Parece que, paulatinamente, vão perdendo a credibilidade...?
O que bem qualificas como canalha midiática tem um poder fenomenal, que vem substituindo os partidos políticos da direita que caíram no descrédito e que não têm capacidade de prender a atenção nem a vontade dos setores conservadores da sociedade. Nesse sentido, cumpre-se o que, Gramsci muito bem profetizou há quase um século, quando disse que diante da ausência de organizações da direita política, os meios de comunicação, os grandes diários, assumem a representação de seus interesses e isso está acontecendo na América Latina. Em alguns países, a direita conserva certa capacidade de expressão orgânica, creio que é o caso da Colômbia; porém, na Argentina, não, porque nesse país não existem dois partidos, como o Liberal e o Conservador colombianos; e o mesmo acontece no Uruguai e no Brasil. O caso colombiano revela a sobrevivência de organizações clássicas do século 19 da direita que se mantiveram incólumes ao longo de 150 anos. É parte do anacronismo da vida política colombiana que se expressa através de duas formações políticas decimonônicas [do século 19], quando a sociedade colombiana está muito mais evoluída. É uma sociedade que tem uma capacidade de expressão através de diferentes organizações, mobilizações e iniciativas populares que não encontram eco no caráter absolutamente arcaico do sistema de partidos legais na Colômbia.

Com essa descrição que encaixa perfeitamente na realidade política colombiana, o que poderíamos falar, então de seus meios de comunicação...
Os meios de comunicação naqueles países em que os partidos desapareceram ou debilitaram-se são o substituto funcional dos setores de direita.

O que significa para a América Latina o triunfo do presidente venezuelano Hugo Chávez?
Significa continuar em uma senda que se iniciou há 13 anos, um caminho que, progressivamente, ocasionando algumas derrotas muito significativas ao imperialismo norte-americano na região, entre elas, a mais importante, a derrota do projeto da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que era a atualização da Doutrina Monroe para o século 21 e isso foi varrido basicamente pela enorme capacidade de Chávez de formar uma coalizão com presidentes que, não sendo propriamente de esquerda, eram sensíveis a um projeto progressista, como poderia ser o caso de Lula, no Brasil e de Néstor Kirchner, na Argentina. Ou seja, de alguma maneira, Chávez foi o marechal de campo na batalha contra o imperialismo; é um homem que tem a visão geopolítica estratégica continental que ninguém mais tem na América do Sul. O outro que tem essa mesma visão é Fidel Castro; porém, ele já não é chefe de Estado, apesar de que eu sempre digo que o líder cubano é o grande estrategista da luta pela segunda e definitiva independência, enquanto que Hugo Chávez é o que leva as grandes ideias aos campos de batalha, e, com isso, avançamos muito. Inclusive, agora, com a entrada da Venezuela ao Mercosul, conseguiu-se criar uma espécie de blindagem contra tentativas de golpe de Estado. Caso a Venezuela permanecesse isolada, considerado um Estado paria, teria sido presa muito mais fácil da direita desse país e do império norte-americano. Agora, não será tão fácil.

Você vê algumas nuvens cinzentas no horizonte do processo revolucionário da Venezuela?
Creio que sim, porque a direita é muito poderosa na América Latina e tem capacidade de enganar as pessoas. E os grandes meios de comunicação têm a capacidade de manipular, enganar, deformar a opinião pública; vemos isso muito claramente na Colômbia. Boa parte dos colombianos compraram o bilhete da Segurança Democrática com uma ingenuidade, como aqui na Argentina compramos o bilhete de ganhar a Guerra das Malvinas. Portanto, temos que levar em consideração que, sim, existem nuvens no horizonte porque o imperialismo não ficará de braços cruzados e tentará fazer algo como, por exemplo, impulsionar uma tentativa de sublevação popular, tentar desestabilizar o governo de Chávez e derrubá-lo.

WikiLeaks vaza documentos com políticas dos EUA para detentos



25/10/2012 14:09, Por Redação, com Reuters - de Londres


Fundador do WikiLeaks, Julian Assange, prepara-se para discursar na varanda da Embaixada do Equador em Londres

O site WikiLeakscomeçou a publicar nesta quinta-feira o que afirma ser mais de 100 arquivos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos detalhando políticas de detenção do Exército no Iraque e na Baía de Guantánamo, nos anos que se seguiram aos ataques de 11 de Setembro.

Em comunicado, o WikiLeaks criticou regulamentos que dizem ter levado a abusos e à impunidade, e pediu que ativistas de direitos humanos usem os documentos para investigar o que chamou de “políticas de irresponsabilidade”.

A declaração citou o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, dizendo: “As ‘Políticas para Detentos’ mostram a anatomia da besta que se tornaram as prisões após o 11 de Setembro, a construção de um espaço escuro, onde a lei e os direitos não se aplicam, onde as pessoas podem ser detidas sem deixar rastro, segundo a conveniência do Departamento de Defesa dos EUA.”

- Isso mostra os excessos dos primeiros dias de guerra contra um ‘inimigo’ desconhecido e como essas políticas amadureceram e evoluíram, e em última análise, derivaram para o permanente estado de exceção que os Estados Unidos agora se encontram, uma década depois.

Uma porta-voz da embaixada dos EUA em Londres disse que não faria comentários de imediato sobre o tema.

Em janeiro, a chefe de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse que os Estados Unidos ainda estava desrespeitando a lei internacional em Guantánamo por realizar prisões arbitrariamente e indefinidamente.

Quase 3.000 pessoas foram mortas, em 2001, quando militantes da Al Qaeda, de Osama bin Laden, sequestraram aviões e os lançaram contra as torres do World Trade Center em Nova York, o Pentágono e um campo na Pensilvânia.

Em seguida, o então presidente dos EUA, George W. Bush, criou um campo de detenção na base naval dos EUA em Guantánamo, em Cuba, depois que forças lideradas pelos EUA invadiram o Afeganistão para combater a Al Qaeda. Dos 779 homens detidos lá, 167 permaneciam presos em meados de setembro de 2012.

O WikiLeaks disse que uma série de documentos que está divulgando tem relação com interrogatórios de detidos, e que estes mostram que a violência física direta era proibida.

Mas o site acrescentou que os documentos mostram “uma política formal para aterrorizar os detidos durante os interrogatórios, combinada com uma política de destruir gravações de interrogatórios, que levavam ao abuso e à impunidade”.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

BMW, Embraer e trabalho escravo



DEBATE ABERTO
Se o Brasil pretende ser respeitado pelos demais países e tem a intenção de exercer uma liderança efetiva em termos regionais e mundiais, é passada a hora de apagar o trabalho escravo de sua história. Aqui dentro e pelo resto do mundo, os setores democráticos e progressistas aguardam ansiosos por tal decisão.

Paulo Kliass




Há quase quatro décadas atrás, o economista Edmar Bacha cunhou a expressão “Belíndia”, na tentativa de caracterizar o Brasil como país portador de uma série de contradições em sua estrutura social e econômica, a ponto de incorporar elementos de uma Bélgica e de uma Índia. Desde 1974, quando o artigo foi publicado, muita água passou debaixo da ponte. O Brasil fez sua transição democrática, vários planos de estabilização monetária foram tentados e falharam até o Real, nosso País conquistou 2 Copas do Mundo de futebol, o professor e pesquisador da PUC-RJ acabou virando banqueiro. No entanto, continuamos a ser uma Nação que mantém um elevado nível de desigualdade, que incorpora de forma impressionante o equilíbrio entre o moderno e o arcaico, que assiste de forma quase passiva a práticas ancestrais de exploração em seu cotidiano. Em essência, uma pequena minoria da população que continua viver em um universo que Bacha aproximava da Bélgica dos anos 70 e a imensa maioria do povo que sobrevive em condições análogas à maioria da Índia daqueles tempos.

Nossas elites adoram propagar aos quatro ventos que, finalmente, teríamos chegado ao progresso e ao novo patamar da modernidade. O aprofundamento do processo de globalização e a abertura de mercados permitiram a internalização de um conjunto de elementos simbólicos expressivos do capitalismo contemporâneo. Em nossos centros comerciais, podem ser encontradas as mesmas lojas e as mesmas marcas consideradas o supra-sumo da sofisticação, antes exclusivas das mecas de consumo do resto do mundo ocidental (e agora cada vez mais também do oriental...). Por outro lado, é importante reconhecer que uma parte do Brasil realmente avançou rumo a esse universo da vanguarda econômica e tecnológica. Apesar de mantermos a típica marca dependente e periférica de nosso capitalismo, logramos algum destaque em alguns poucos setores.

BMW e as demais marcas da pseudo modernidadeNa semana passada, representantes do governo federal comemoraram a decisão da multinacional automobilística - BMW - de instalar sua primeira planta industrial em solo tupiniquim. Como das outras iniciativas envolvendo as demais grandes corporações multinacionais, imagina-se qual tenha sido o jogo pesado de guerra fiscal entre os estados pretendentes, em que as empresas acabam por receber uma enormidade de benesses para sua instalação. Dessa vez, Santa Catarina foi o preferido, com o município de Araquari. Aqui no Brasil, o simbolismo de um veículo dessa famosa marca ainda é associado ao paradigma da modernidade e da riqueza. Mas é bom não se entusiasmar muito não, pois a vinda da concorrente alemã Mercedes Benz há alguns anos atrás, não deu muito certo. Em 1999, começaram a fabricar em Juiz de Fora (MG) um modelo de automóvel bem chinfrim, depois terminaram por suspender a linha de montagem por vários anos e agora fabricam mesmo são os caminhões velhos de guerra.

Ainda no campo da indústria automotiva, também foi anunciada há poucos dias com muita pompa a primeira revenda de veículos da famosa marca Rollls Royce em nossas terras. Cada sonho de consumo deverá custar a bagatela de R$ 2,3 milhões e as expectativas de vendas do grupo não ultrapassam a quantia de uma dúzia a cada ano. Alguém aí falou em elite ou em elevada concentração de renda? De qualquer forma, para muitos apenas a inauguração da loja exclusiva representaria, por si só, mais um passo no caminho do ingresso no patamar da modernidade civilizatória contemporânea. O entusiasmo nesse meio aumenta quando se leva em conta os boatos a respeito da possível instalação de outras montadoras de veículos de luxo, como Audi, Land Rover e Volvo.

Tudo isso se soma ao contexto dos consecutivos recordes de vendas de helicópteros e de jatos executivos em nosso território. A Embraer, antiga empresa estatal privatizada sob o governo FHC, representa esse sincretismo de progresso tecnológico e modernidade de padrão de consumo. O Brasil logrou obter um significativo avanço nesse setor importante da indústria, o ramo da aeronáutica. Como esse, existem alguns poucos nichos em que nos fazemos presentes no amplo espectro das oportunidades da economia. Ou seja, ainda estamos muito longe ainda da vanguarda na nanotecnologia, na biotecnologia ou na física quântica aplicada.

A persistência secular do trabalho escravoPorém, simultaneamente a esse paraíso aparente do capitalismo contemporâneo, a Nação mal consegue esconder suas mazelas sociais. E não falo aqui apenas de níveis salariais incompatíveis com uma vida digna para seus trabalhadores ou da profundidade da desigualdade social e da concentração de renda. Refiro-me à condição básica e “sine qua non” para a configuração do modo capitalista de produção: a existência da força de trabalho, teoricamente “livre”, para ser vendida ao capital em troca de salários. Afinal, todos sabemos do grande esforço empreendido pela nação hegemônica do capitalismo no século XIX, a Inglaterra, para acabar com o trabalho escravo em algumas colônias pelo mundo afora. Era um dos pré-requisitos para a universalização das relações capitalistas de produção.

A incorporação desse quesito em nossa legislação só ocorreu em 1888, com a chamada Lei Áurea. E isso depois de bastante resistência e polêmica, mas principalmente após muita luta por parte dos abolicionistas. Aqueles que eram contrários à medida, apresentavam inclusive argumentos de natureza econômica, bastante semelhantes aos catastrofismos que estamos cansados de ouvir nos dias de hoje. É claro, pois o País iria quebrar: afinal, não haveria condições de manter nenhuma atividade empreendedora rentável com o pagamento de salários àqueles que trabalhassem! Uma loucura!

Pois bem, passaram-se mais de 124 anos e o Congresso Nacional mal consegue aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que condene de forma mais efetiva o trabalho escravo. Isso porque, apesar do Código Penal prever o crime de escravidão, essa prática absurda nunca foi eliminada em nossos campos e cidades. Desde 2001 tramita no interior do poder legislativo, aos trancos e barrancos, a PEC 438. Ela nada mais estabelece que as propriedades onde forem evidenciadas práticas análogas ao trabalho escravo sejam desapropriadas para fins de reforma agrária. E haja resistência para sua aprovação! Afinal, há vários casos de parlamentares envolvidos nesse tipo de crime e o próprio governo federal não ajuda muito, pois continua a oferecer crédito público e ajuda financeira do Estado para empresas portadoras desse tipo de condenação judicial. Como sempre, a certeza da impunidade estimula a transgressão e a exploração.

Modernidade e atraso no coração do sistemaIsso significa que a mesma formação social que mantém com orgulho o binômio da modernidade capitalista, aqui representado por BMW & EMBRAER, tem convivido de forma até cordial, ao longo de mais de um século, com a prática do trabalho escravo, um estágio escandaloso do pré-capitalismo por definição. O fenômeno é tão evidente e escancarado que um grupo de pesquisadores universitários já elaborou até um importante e detalhado “Atlas do Trabalho Escravo no Brasil”. Segundo dados do Ministro do Trabalho e Emprego e da Comissão Pastoral da Terra, mais de 42 mil trabalhadores teriam sido libertados de tal condição, desde 1995.

A questão que se coloca é investigar as razões pelas quais a sociedade brasileira tem contemporizado com a prática do trabalho escravo por tanto tempo. É compreensível que as normas atuais sugeridas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), e incorporadas à conduta de fiscalização pelos órgãos da justiça trabalhista, não se restrinjam aos estereótipos das gravuras dos tempos em que nem existia a fotografia: os indivíduos acorrentados e sofrendo as torturas no pelourinho. Hoje em dia são consideradas ilegais e criminosas as chamadas condições em que os trabalhadores sejam flagrados em “situações análogas ao trabalho escravo”.

Nesse caso enquadram-se: i) a ausência de registro em carteira profissional; ii) as jornadas de trabalho superiores à prevista na legislação; iii) a impossibilidade de sair ou abandonar o “contrato” de trabalho; iv) as péssimas condições de segurança, higiene e moradia; v) a obrigatoriedade de fazer compras nos armazéns da empresa, com desconto no salário líquido; vi) desconto das despesas antecipadas com transporte, instrumentos de trabalho e as comissões dos agentes intermediadores – os chamados “gatos” ; entre tantos outros.

E não imaginemos que tais práticas se restrinjam aos cantões afastados do território nacional, em atividades agrícolas, de desmatamento ou de extrativismo, sempre longe do ambiente urbano. Há um conjunto de denúncias envolvendo o ramo de confecções para grifes famosas (como Gucci e Zara), onde os fornecedores são geralmente empresários explorando mão de obra ilegal em grandes metrópoles, com imigrantes clandestinos. São freqüentes também as denúncias atingindo o ramo da construção civil, inclusive em licitações operando com recursos de programas do governo federal, como o “Minha Casa, Minha Vida”. Ou seja, no coração do assim chamado “pólo dinâmico”, no interior do estereótipo da modernidade, o trabalho escravo se faz presente e todo mundo sabe disso.

Pela aprovação da PEC 438 no SenadoPassada a ressaca eleitoral, esperamos que maioria do Senado Federal consiga finalmente vencer a resistência dos segmentos contrários ao nosso afastamento do século XIX e aprovem de forma definitiva a PEC 438, agora sob a código PEC 57A no cipoal da tramitação legislativa. Esse é um passo essencial para que o trabalho escravo seja efetivamente passível de punição.

Trata-se de condição essencial para superarmos a síndrome de Belíndia, fazendo que as condições de cidadania e igualdade sócio-econômica sejam generalizadas para o conjunto de nossos habitantes. Afinal, se o Brasil pretende ser respeitado pelos demais países e tem a intenção de exercer uma liderança efetiva em termos regionais e mundiais, é passada a hora de apagar essa mancha de sua história. Aqui dentro e pelo resto do mundo, os setores democráticos e progressistas aguardam ansiosos por tal decisão.


Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

Gilmar Mendes e a tragédia dos Guarani Kaiowá




Via Fórum

O então presidente do STF, em dezembro de 2009, deferiu liminar suspendendo decreto presidencial que declarava a área de posse dos indígenas, que tentam retomar parte de seu território e vivem sob ameaça de fazendeiros da região

Daniela Novais, do Câmara em Pauta

Desde meados de julho, indígenas da etnia Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul (MS) no Centro-Oeste brasileiro tentam retomar parte do território sagrado “tekoha”, em Guarani, no Arroio Koral, localizado no município de Paranhos.

A terra está em litígio e, em dezembro de 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto homologando a demarcação da terra, porém a eficácia do decreto foi suspensa logo em seguida pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, em favor das fazendas Polegar, São Judas Tadeu, Porto Domingos e Potreiro-Corá.

Em 29 de setembro, a Justiça Federal de Naviraí em Mato Grosso do Sul decidiu pela expulsão definitiva da comunidade Guarani-Kaiowá e, diante da decisão, os indígenas lançaram uma carta afirmando a intenção de morrer juntos, lutando pelas terras e fazem o pedido para que todos sejam enterrados no território pleiteado.



O assunto veio à tona, depois desta “carta-testamento”, que foi interpretada como suicídio coletivo, os Guarani Kaiowá falam em morte coletiva no contexto da luta pela terra, ou seja, se a Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais abandoná-las, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) em nota divulgada nesta quarta (23).

Entenda – Cansados da morosidade da Justiça em agosto último, cerca de 400 indígenas decidiram montar acampamento para pleitear uma resolução. Horas depois, pistoleiros invadiram o local. Houve conflito, que resultou em indígenas feridos, sem gravidade e, com a chegada da Força Nacional, os pistoleiros se dispersaram e fugiram.

À época, o Guarani Kaiowá Dionísio Gonçalves afirmou que os indígenas estão firmes na decisão de permanecer no tekoha Arroio Koral, mesmo cientes das adversidades que terão de enfrentar, já que o território sagrado reivindicado por eles fica no meio de uma fazenda. “Nós estamos decididos a não sair mais, nós resolvemos permanecer e vamos permanecer. Podem vir com tratores, nós não vamos sair. A terra é nossa, até o Supremo Tribunal Federal já reconheceu. Se não permitirem que a gente fique é melhor mandarem caixão e cruz, pois nós vamos ficar aqui”, assegurou.

Conflito fundiário – A batalha pela retomada de terras indígenas se arrasta no Mato Grosso do Sul e o estado é responsável pelos mais altos índices de assassinatos de indígenas, que lutam pela devolução de terras tradicionais e sagradas. Já foram registrados muitos ataques, ordenados por fazendeiros insatisfeitos com a devolução das terras aos seus verdadeiros donos.

O processo continua em andamento, mas tem caminhado a passos muito lentos, já que ainda não foi votado por todos os ministros. Assim, os Guarani Kaiowá decidiram fazer a retomada da terra. Na última sexta (19) um grupo esteve em Brasília e fincou cinco mil cruzes na Esplanada dos Ministérios, em protesto e pedindo que a Justiça resolva a pendenga.

Leia a nota do CIMI:

23/10/2012

do Cimi

O Cimi entende que na carta dos indígenas Kaiowá e Guarani de Pyelito Kue, MS, não há menção alguma sobre suposto suicídio coletivo, tão difundido e comentado pela imprensa e nas redes sociais. Leiam com atenção o documento: os Kaiowá e Guarani falam em morte coletiva (o que é diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais abandoná-las. Vivos não sairão do chão dos antepassados. Não se trata de suicídio coletivo! Leiam a carta, está tudo lá. É preciso desencorajar a reprodução de tais mentiras, como o que já se espalha por aí com fotos de índios enforcados e etc. Não precisamos expor de forma irresponsável um tema que muito impacta a vida dos Guarani Kaiowá.

O suicídio entre os Kaiowá e Guarani já ocorrem há tempos e acomete sobretudo os jovens. Entre 2003 e 2010 foram 555 suicídios entre os Kaiowá e Guarani motivados por situações de confinamento, falta de perspectiva, violência aguda e variada, afastamento das terras tradicionais e vida em acampamentos às margens de estradas. Nenhum dos referidos suicídios ocorreu em massa, de maneira coletiva, organizada e anunciada.

Desde 1991, apenas oito terras indígenas foram homologadas para esses indígenas que compõem o segundo maior povo do país, com 43 mil indivíduos que vivem em terras diminutas. O Cimi acredita que tais números é que precisam de tamanha repercussão, não informações inverídicas que nada contribuem com a árdua e dolorosa luta desse povo resistente e abnegado pela Terra Sem Males.

Conselho Indigenista Missionário, 23 de outubro de 2012

Leia a carta dos indígenas na íntegra:

Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil

Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Naviraí-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Naviraí-MS.

Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.

Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.

Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.

Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.

Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.

Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay

O STF e os bodes expiatórios




Via Jornal do Brasil

Mauro Santayana


Levar carneiros e cabritos ao fogo, a fim de expiar os próprios pecados, era uma astúcia dos tempos bíblicos, na negociação com a transcendência. Talvez em razão da banalização do recurso, o Senhor tenha pedido a Abraão que levasse ao holocausto o próprio filho Isaque e, na hora fatal, tenha tolhido a mão que brandia o cutelo. Não houve o sacrifício humano, segundo o relato bíblico, e o próprio Senhor providenciou um cordeiro, a fim de que a pira fosse aproveitada, e a metáfora é ainda válida. Há sempre o recurso de descarregar em alguns os próprios pecados, para que os purguem. Quando se trata do poder, o expediente é rotineiro. Basta lembrar o caso dos alemães com os judeus e do Estado de Israel com os palestinos.

Valério foi mais do que um lobista comum. Ele é dotado de invulgar inteligência e teve grande ousadia

O publicitário foi mais do que um lobista comum, porque, ao que se vê, é dotado de invulgar inteligência e grande ousadia. Na Ação 470 — e há outro processo em que se envolveu — seu objetivo frustrado, de acordo com os autos, era obter um negócio excepcional para o Banco Rural, tendo como objeto o Banco Mercantil de Pernambuco. Eram todos, no fundo, amadores, até mesmo Valério, não obstante sua audácia. A movimentação de recursos, quase à luz do sol, chega a sugerir ato deliberado de autossacrifício, uma espécie de suicídio político coletivo, segundo os moldes de Jim Jones, na Guiana.

Tudo bem. O que não se compreende é que Valério seja o bode expiatório da velha corrupção política nacional, logo ele que não se encontrava entre os corruptores, nem entre os corrompidos, e, sim, no meio da ação — como dezenas ou centenas de outros lobistas, menores e maiores, que operam entre as empresas e o poder público no país. Não se pune com pena maior o adultério: recolhe-se o sofá ao guarda-móveis. Um fato é fora de dúvida: os maiores corruptores são os banqueiros, muitos dos quais começam a conhecer a cadeia, como é o caso de Madoff, nos Estados Unidos. Sem eles não haveria intermediários como Valério, como não haveria lavagem de dinheiro nem remessas para o exterior, como as realizadas pelo Banestado, sob a confessada cobertura do Banco Central.

Quarenta anos de prisão, conforme a soma das penas a ele cominadas, é notório exagero. Valério, segundo se sabe, esteve preso e foi espancado pelos outros prisioneiros. Se for colocado em uma prisão comum, como determina a lei, sua sobrevivência estará ameaçada. Ainda que a pena possa ser reduzida, como prevê a legislação, a sua condenação será muito mais dura do que a simples prisão.

Depois de punir os réus da Ação 470, será um ato estapafúrdio se a Justiça não reabrir o caso da Operação Satiagraha

Há os que exultam com os resultados do julgamento. Talvez lhes conviesse colocar as barbas no molho da cautela. Não poderá o STF julgar os outros casos de corrupção em andamento, e outros que fatalmente lhe chegarão, com menos rigor do que o endereçado aos réus da Ação 470. Os cidadãos que pedem a cabeça dos envolvidos no denominado mensalão provavelmente ficarão estarrecidos quando conhecerem os detalhes do processo de privatização das empresas estatais brasileiras, a partir do governo Collor — sob o comando do senhor Eduardo Modiano — até o ato final de entrega, na administração de Fernando Henrique Cardoso.

Depois de penas tão duras contra os réus da Ação 470, será um ato estapafúrdio se a Justiça não reabrir o caso da Operação Satiagraha, que o STJ, em decisão escandalosa, decidiu trancar. Afinal, Marcos Valério é apenas um menino de recados, diante de quem obteve seguidos e estranhos habeas corpus, do próprio STF, e sempre foi amigo e comensal das mais altas autoridades da República, em tempos recentes — o banqueiro Daniel Dantas.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Índice de pobreza no Brasil cai 50% em oito anos





A pobreza no Brasil caiu 50,64% entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010, período em que Luiz Inácio Lula da Silva esteve à frente da presidência da República. O dado consta da pesquisa divulgada nesta terça-feira, 3, pelo professor do Centro de Politica Social da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Marcelo Neri. O critério da FGV para definir pobreza é uma renda per capita abaixo de R$ 151. A desigualdade dos brasileiros, segundo ele, atingiu o "piso histórico" desde que começou a ser calculada na década de 60.

Segundo o estudo, a queda da pobreza nos mandatos de Lula superou a registrada durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, incluindo o período de implementação do Plano Real. Nesse período, a pobreza caiu 31,9%. "Acho que essa década (anos 2000) pode ser chamada de década da redução da desigualdade; assim como os anos 90 foram chamados de década da estabilização", afirmou Neri.

O estudo toma como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad) e Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Pela pesquisa, a renda dos 50% mais pobres cresceu 67,93% entre dezembro de 2000 e dezembro de 2010. No mesmo período, a renda dos 10% mais ricos cresceu 10%.

Desigualdade

A desigualdade de renda dos brasileiros caiu nos anos 2000 para o menor patamar desde que começou a ser calculada, mas ainda está abaixo do padrão dos países desenvolvidos, segundo Neri. Ele tomou como base para o estudo o índice de Gini, que começou a ser calculado nos anos 60. Com esse resultado, o País recuperou todo o crescimento da desigualdade registrado nas décadas de 60 a 80.

O índice Gini brasileiro está em 0,5304, acima do taxa de 0,42 dos Estados Unidos. Quanto mais próximo do número 1, maior a desigualdade. "Acredito que ainda vai demorar mais uns 30 anos para que possamos chegar aos níveis dos EUA", estimou Neri.

Para o professor da FGV, o aumento da escolaridade e o crescimento dos programas sociais do governo foram os principais responsáveis pela queda da diferença de renda dos brasileiros mais ricos e mais pobres entre 2001 e 2009. "Isso mostra que a China não é aqui", afirmou. E completou: "O grande personagem dessa revolução é o aumento da escolaridade. Mas, ainda temos a mesma escolaridade do Zimbábue", mostrando que há um longo caminho a ser percorrido.

Entre os 20% mais pobres, a escolaridade avançou 55,6%, enquanto entre os 20% mais ricos, aumentou 8,12%. Outro fato que, para Neri, ajuda a entender a redução da desigualdade é o fato de pessoas de cor preta terem ganho aumentos de 43% no período, enquanto os brancos tiveram 21%.


Autor: Mônica Ciarelli
Fonte: Unisinos

Cuba em 14a melhor educaçao do mundo, EUA em 33°, Brasil em 88°


01/03/2011 - 11h52

Brasil fica no 88º lugar em ranking de educação da Unesco

ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA

O Brasil manteve a mesma posição do ano passado e ficou no 88º lugar de 127 no ranking de educação feito pela Unesco, o braço da ONU para a cultura e educação. Com isso, o país fica entre os de nível "médio" de desenvolvimento na área, atrás de Argentina, Chile e até mesmo Equador e Bolívia.
A classificação foi feita a partir de um índice criado para medir o desempenho das nações em relação a metas de qualidade para 2015 estabelecidas na Conferência Mundial de Educação de Dacar, em 2000.
Entre os objetivos a serem atingidos estão ampliar a educação infantil, universalizar o ensino primário, combater as desigualdades de gênero na área e melhorar a qualidade.
O "Relatório de Monitoramento Global", lançado nesta terça-feira em Nova York, mostra como cada país está se saindo em relação a esses objetivos. O programa de combate ao analfabetismo no Brasil é apontado como um exemplo, embora o país tenha cerca de 14 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever, e os dados mostram que o país é um dos que mais aumentou seus investimentos em educação.
Por outro lado, o documento mostra que o país ainda tem muitas crianças fora da escola (cerca de 600 mil) e que esse número pode subir se a inclusão não for acelerada.
CONFLITOS ARMADOS
O documento da Unesco trata ainda de conflitos armados e mostra que eles tiram 28 milhões de crianças das salas de aula. A situação é agravada porque 21 países gastam mais com a área militar do que com o ensino primário. O texto defende também uma maior ajuda das nações desenvolvidas para combater o problema.
RankingPaís/Território
1Japão
2Reino Unido
3Noruega
4Cazaquistão
5França
6Itália
7Suíça
8Croácia
9Holanda
10Eslovénia
11Nova Zelândia
12Espanha
13Alemanha
14Cuba
15Austrália
16Finlândia
17Dinamarca
18Suécia
19Chipre
20Estônia
21Irlanda
22Luxemburgo
23Azerbaijão
24Lituânia
25Hungria
26Belarus
27Grécia
28Polônia
29Israel
30Geórgia
31Tadjiquistão
32Islândia
33Estados Unidos
34Brunei
35Sérvia
36Uruguai
37Trinidad e Tobago
38Argentina
39Bélgica
40Mongólia
41Tonga
42Quirguistão
43Armênia
44Bulgária
45República Checa
46Emirados Árabes Unidos
47Portugal
48Uzbequistão
49Chile
50República da Coreia
51Bahrain
52Romênia
53Ucrânia
54Maldivas
55Kuait
56Macedônia
57México
58Aruba
59República da Moldávia
60Bahamas
61Jordânia
62Malta
63Antígua e Barbuda
64Santa Lúcia
65Malásia
66Macau (China)
67Maurício
68Panamá
69Indonésia
70Fiji
71Colômbia
72Peru
73Turquia
74Venezuela
75Belize
76Palestina
77Paraguai
78Bolívia
79Líbano
80Equador
81Tunísia
82São Tomé e Príncipe
83Namíbia
84Botswana
85Filipinas
86Arábia Saudita
87El Salvador
88Brasil
89Omã
90Honduras
91Cabo Verde
92Suriname
93Quênia
94Suazilândia
95Zâmbia
96República Dominicana
97Guatemala
98Gana
99Uganda
100Nicarágua
101Butão
102Camboja
103Lesoto
104Burundi
105Camarões
106Marrocos
107Índia
108Madagascar
109Laos
110Mauritânia
111Maláui
112Bangladesh
113Djibuti
114Togo
115Gâmbia
116Benin
117Senegal
118Moçambique
119Paquistão
120Iêmen
121Mali
122Eritreia
123Guiné
124Burkina Fasso
125República Centro-Africana
126Etiópia
127Níger
Fonte: Education for All Global Monitoring Report