domingo, 28 de julho de 2013

Sistema tributário injusto é herança do golpe de 64



Ladislau Dowbor

Professor do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP, o economista Ladislau Dowbor, nasceu em Banyuls, na França, em 1941, durante a Segunda Guerra. Os pais, de origem polonesa, estavam a caminho da América, fugindo da guerra.
Depois de formar-se em Economia Política na Universidade de Lausanne, na Suíça, fez mestrado e doutorado em Ciências Econômicas na Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia, e viveu no Brasil até o golpe de Estado de 1964.
Por sua militância de esquerda, foi preso, torturado e exilou-se na Argélia. Trabalhou como consultor na Guiné-Bissau, Nicarágua, Costa Rica, África do Sul e no Equador.
Anistiado, regressou ao Brasil. É autor e coautor de mais de 40 livros, a exemplo de Formação do Terceiro Mundo e O que é capital (ambos da editora Brasiliense), Aspectos econômicos da Educação (Ática) e Formação do Capitalismo no Brasil, publicado em diversos países e atualizado em 2010.
Seu livro mais recente, Democracia Econômica, apresenta 20 eixos de mudanças para o país e pode ser baixado na íntegra em dowbor.org.
“Eu acredito no país”, costuma responder quando perguntado sobre a viabilidade de reformas como a do sistema tributário.
“Acredito, porque assim como um canibal, sei que o homem é bom na sua essência”, brincou durante seu painel Um novo modelo de desenvolvimento – Ética e Justiça Social, no III Fórum da Igualdade, em Porto Alegre, no início de abril.
Nesta entrevista, defende que só uma mudança no modelo de financiamento das campanhas políticas pode abrir caminho para a reforma tributária. E adianta números sobre a movimentação de recursos ilegais pelo sistema financeiro, tema de seu próximo livro, que ainda não tem título, mas vai tratar sobre os descaminhos do dinheiro no país.

Extra Classe – A aprovação do Código Tributário Nacional, em 1966, foi a última alteração no sistema de arrecadação de impostos do país. Quase meio século depois, quais são os re flexos dessa reforma?
Ladislau Dowbor – O código de 1966 é aprovado como parte de um conjunto de medidas que consolida a concentração de renda no país. Trata-se da mesma lógica do arrocho salarial promovido com o golpe de 1964. Durante os anos 1950, expandem-se no Brasil as empresas multinacionais, com particular importância do automóvel.
No país pobre da época havia a opção de reformas de base, com aumento do salário mínimo e reforma agrária, o que expandiria o mercado interno popular. E havia a opção inversa, de concentração maior ainda da renda.
A primeira opção geraria mais mercado de bens populares, ou bens-salário. A segunda geraria maior mercado de luxo, expandindo a classe média e o consumo do tipo apartamento/carro/ eletrodomésticos.
Esta última foi a opção imposta, e a lógica da reforma tributária foi de desonerar as classes abastadas para que pudessem comprar os produtos so fisticados produzidos pelas multinacionais. Com isso, os instrumentos distributivos da tributação, como uma elevada alíquota de Imposto de Renda, bem como impostos sobre a fortuna, sobre herança e sobre a terra foram ignorados em proveito de tributos indiretos embutidos no preço dos bens que compramos.
De finiu-se assim a principal característica do sistema tributário nacional, que permanece até hoje, que é dos pobres pagarem proporcionalmente mais impostos do que os ricos, e de se abandonar a visão redistributiva dos impostos, que foi, por exemplo, o fator principal do sucesso do modelo de desenvolvimento europeu.

Extra Classe – Por que é difícil promover nova reforma tributária? Que interesses estão em jogo e qual a relação dessa agenda com o sistema político-partidário?
Dowbor – A di ficuldade maior reside no modelo de financiamento das campanhas políticas. Uma das heranças mais pesadas da era FHC foi a autorização, a partir de 1997, do financiamento corporativo das campanhas. Isso elevou fortemente os custos de uma eleição.
Em texto recente, Alceu Castilho (jornalista, autor do livro Partido da Terra, Ed. Contexto, que revela o percentual do território brasileiro que está nas mãos de políticos) a firma que existe uma bancada da Friboi no Congresso, com 41 deputados federais eleitos e sete senadores. Dos 41 deputados financiados pela empresa, só um, o gaúcho Vieira da Cunha, votou contra as mudanças no Código Florestal.
O próprio relator do Código, Paulo Piau, recebeu R$ 1,25 milhão de agropecuárias, de um total de doações para a sua campanha, que foi de R$ 2,3 milhões. A conclusão a que Castilho chega é que a Friboi não patrocinou essas campanhas para que eles votassem contra os interesses da empresa, que evidentemente é a favor das mudanças no Código Florestal, pois a plantação de soja empurra os rebanhos de gado para o Norte, para a Amazônia, o que interessa à empresa.
Ou seja, com o financiamento corporativo, temos uma bancada ruralista, da grande mídia, das montadoras, dos grandes bancos, das empreiteiras, e temos de ficar à procura de uma bancada do cidadão. Esta deformação maior do próprio núcleo de aprovação das leis torna difícil, na atual composição do Congresso, e enquanto não se instituir o financiamento público e controlado das eleições, fazer qualquer modi ficação tributária que seja do interesse da população em geral.

Extra Classe – Quais diretrizes devem orientar uma reforma tributária voltada para os interesses da sociedade e para os princípios da justiça tributária?
Dowbor – As diretrizes de uma reforma decente são bastante claras. O objetivo geral é de se assegurar que o dinheiro público seja utilizado de maneira produtiva, estimulando as atividades que promovem o desenvolvimento equilibrado, e taxando as que são mais prejudiciais. Nesse sentido busca-se desonerar as atividades que geram emprego, por exemplo, e a folha de pagamento em geral. Mas também se trata de taxar as atividades especulativas financeiras.
O melhor imposto que havia no Brasil, a CPMF, taxava essencialmente as movimentações financeiras dos grandes intermediários, era simples de cobrar e favorecia o financiamento da saúde pública, tendo, portanto um impacto redistributivo.
Outro princípio é de se assegurar um peso maior aos impostos diretos progressivos, como o IR com alíquota parecida com as dos EUA e Europa, reduzindo- se o peso relativo dos impostos indiretos (sobre bens de consumo), que oneram proporcionalmente mais os pobres.
Um terceiro princípio está ligado à tributação sobre a riqueza familiar acumulada como, por exemplo, o imposto sobre a fortuna na França, que é pago pelos muito ricos e permite nanciar o RMI, renda mínima dos mais pobres.
Um quarto princípio consiste em tributar as chamadas externalidades negativas. Uma empresa que emite dióxido de carbono está gerando impactos climáticos, poluindo o meio ambiente e gerando doenças, mas não paga pelas emissões.
Na Austrália, por exemplo, as maiores empresas pagam uma taxa fixa por tonelada de dióxido de carbono que emitem, o que as estimula a instalar filtros e a pesquisar formas mais limpas de produção.

Extra Classe – Como explicar, para não iniciados, por que o país precisa da reforma?
Dowbor – De forma geral, transita pelo governo um terço do PIB do país, hoje 34% da totalidade da produção de bens e serviços.
Essa carga tributária é moderada e há uma correlação rigorosa entre o tamanho do imposto e o nível de desenvolvimento: quanto mais pobre o país, menor a carga tributária, piores são os serviços públicos, o que por sua vez trava o desenvolvimento.
Sai mais barato para a população ter um sistema público de transporte de massa do que ter de tirar diariamente o carro da garagem e enfrentar os engarrafamentos.
Nos Estados Unidos se gasta US$ 7,3 mil por pessoa por ano com saúde, dominantemente com gastos privados, e resultados pí fios, enquanto no Canadá vizinho, onde se gasta cerca de US$ 3,2 mil com sistema público, os resultados são incomparavelmente melhores.
Assim, produzir meias e bonecas Barbie é muito mais produtivo com um sistema empresarial privado, mas saúde, educação, cultura, segurança e outros serviços essenciais para a nossa qualidade de vida funcionam melhor e tornam-se mais baratos para todos quando são assegurados com sistemas públicos, como é o caso na Inglaterra, na França e em outros países que avançaram na qualidade de vida.
O mais produtivo é gerar um esforço de informação para a população. Os grupos mais ricos, que não querem mexer no imposto, colocam por toda parte os “impostômetros”, mas não vemos em nenhum lugar um “lucrômetro”.
Temos pela frente um grande esforço didático, no sentido de se mostrar que não se trata do tamanho do imposto, mas sim de quem paga, sobre que atividades, e com que uso final dos recursos.

O sonegômetro marca a dívida com a Fazenda Nacional

Extra Classe – É viável alterar o sistema tributário sem promover reformas em outros setores?
Dowbor – Uma condição necessária para a reforma tributária é a difusão de informação honesta sobre como funciona o sistema atual, e porque ele favorece os mais ricos e frequentemente os menos produtivos.
O objetivo é o que se chama normalmente de qualidade do imposto. Com a mídia que temos, hoje controlada por um oligopólio de quatro grupos, a informação é sistematicamente deformada.
Por exemplo, quando foi abolida a CPMF, a revista Veja apresentou uma capa de um leão com boné de Papai Noel dizendo que o Fisco estava devolvendo R$ 80 bilhões à população. Evidentemente, não se tratava de devolução nenhuma e sim da desoneração dos grandes bancos, que deixariam de pagar o imposto que incidia essencialmente sobre transações financeiras.

Extra Classe – A lavagem de dinheiro é uma variável a ser combatida antes da reforma tributária?
Dowbor – Sim. Outro eixo de iniciativas paralelas à reforma tributária tem a ver com o controle dos recursos ilegais. Com a crise financeira mundial gerou-se um conjunto de atividades de busca de reforma institucional do sistema de intermediação, em particular dos grandes bancos.
Os primeiros resultados mostram que o estoque de dinheiro ilegal, fruto de evasão fiscal, lavagem de dinheiro de drogas, de comércio ilegal de armas e de diversas formas de corrupção, é da ordem de US$ 21 trilhões a US$ 32 trilhões de dólares, equivalente a algo entre um terço e metade do PIB mundial, sob controle e gestão dominante de bancos americanos e britânicos, além dos tradicionais Suíça e Luxemburgo.
Os dados levantados na pesquisa da Tax Justice Network mostram que se trata, no caso do Brasil, de um provável volume de US$ 520 bilhões, ou seja, cerca de 25% do PIB brasileiro.

Extra Classe – Qual o custo para a sociedade e como combater essa subeconomia criada pelo sistema bancário para se proteger?
Dowbor – Essa ilegalidade e fraudes por parte dos grandes bancos internacionais, que em nome de preservar a privacidade dos seus clientes asseguram fluxos seguros e secretos de dinheiro ilegal, penalizam os pagadores honestos, em particular os assalariados cujos rendimentos são declarados pelos empregadores, e desoneram as grandes fortunas, e em particular os intermediários financeiros.
Um elemento muito positivo nesse quadro de gradual construção de um marco regulatório e de busca de soluções mais adequadas é a aprovação em maio de 2012 da Lei da Transparência, que obriga todas as entidades públicas a produzir as informações sobre todas as suas atividades.
É um primeiro passo importantíssimo, que deve melhorar muito a redução do sistema de corrupção, mas falta evidentemente evoluir para sistemas transparentes no setor privado, em particular na linha da “disclosure” hoje demandada por diversos governos, para que a população, ou pelo menos os bancos centrais, saibam qual é o grau de desequilíbrio financeiro que os grandes bancos estão gerando.

Extra Classe – O senhor tem reafirmado que o país precisa sair da atual estrutura tributária regressiva – que, ao invés de captar dos mais ricos para repassar aos mais pobres na forma de serviços e assim dinamizar o conjunto da economia, cobra mais imposto dos assalariados – e adotar um sistema distributivo. O que isso significa?
Dowbor – A deformação do nosso sistema torna-se aparente ao compararmos os impactos do imposto sobre o coeficiente Gini, que mede a desigualdade de renda. O resultado final é a fragilidade financeira do Estado e a dificuldade de exercer uma política redistributiva.
O contraste com os países desenvolvidos é evidente. Enquanto na União Europeia, depois dos impostos, o coeficiente Gini melhora em 32,6%, na média da América Latina melhora em apenas 3,8%, o que com o nível de desigualdade existente, é particularmente grave.
A mesma deformação se apresenta, com algumas variações, para os diversos países da região. Acrescente-se que o sistema financeiro comercial não cumpre as suas funções de fomento.
A financeirização das atividades econômicas levou à generalização das atividades especulativas e do rentismo, com particular gravidade no caso do Brasil.
Com a fragilidade das finanças públicas, o desvio do uso das poupanças privadas pelo sistema bancário comercial, e a passividade dos bancos centrais na regulação do sistema de intermediação financeira – a herança do princípio da “autonomia do Banco Central” – orientar os recursos em função das necessidades do desenvolvimento torna-se um dos principais eixos de enfrentamento.

Extra Classe – Como reverter a relação entre a tributação regressiva e a desigualdade social, que é uma característica de grande parte das economias latino-americanas?
Dowbor – Após a aprovação de cláusulas mais democráticas nas leis dos países latino-americanos, a exemplo da reação pendular aos desmandos das ditaduras militares, o embate mais forte está se dando em torno da inevitável reforma tributária.
Ter políticas tributárias regressivas na região mais desigual do planeta é particularmente absurdo e explica, inclusive, a persistência da própria desigualdade.
Na América Latina, o imposto direto (em particular o imposto de renda que melhor permite progressividade segundo a riqueza e a renda) é da ordem de 5,6%, quando representa 15,3% nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Não é surpreendente que a pobreza dos países coincida com a baixa participação dos impostos diretos: é resultado do poder dos mais ricos de impedir a tributação que poderia visá-los. É de se notar também a fragilidade da carga da seguridade social nos países mais pobres, ainda que constantemente denunciada como excessiva na mídia conservadora.
O resumo da questão é simples: os privilegiados querem guardar os seus privilégios, ainda que a sua manutenção trave o desenvolvimento do conjunto. A tributação, no entanto, é essencial à continuidade das políticas sociais.

Extra Classe – A reforma tributária implica mudança na distribuição de renda e no modelo de desenvolvimento do país, em renúncia fiscal e impactos na Previdência. Como equacionar isso?
Dowbor – O Brasil instituiu desde 2003 uma política de sistemática redistribuição de renda. É um gigantesco avanço, com cerca de 40 milhões de pessoas tiradas da miséria, dinamização do consumo na base da sociedade, o que por sua vez reativou a economia e gerou mais de 15 milhões de empregos formais, criando uma dinâmica qualificada de círculo virtuoso.
No entanto, com cerca de 15% dos recursos do Estado sendo diretamente redistribuídos para a sociedade sob forma de previdência, bolsa-família e outros mecanismos, a carga tributária líquida disponível para o Estado situa-se em torno de 21% do PIB, o que é relativamente limitado para um conjunto de atividades, em particular de fornecimento de serviços sociais públicos e de investimento em infraestruturas.
É importante notar que uma tributação mais sólida das atividades de especulação financeira obrigaria os capitais parados em atividades rentistas a buscar aplicações produtivas na economia, o que tenderia a estimular mais as atividades.
Voltamos sempre ao mesmo princípio básico, de se tributar melhor os mais ricos, os rentistas financeiros que ganham sem produzir, os recursos acumulados em paraísos fiscais, para orientar esses recursos para reforçar as políticas redistributivas.

sábado, 27 de julho de 2013

Deu no PIG; PT e Psol sao eleitos os melhores partidos

PT e Psol sao eleitos os partidos mais atuantes segundo 166 repórteres do Congresso em Foco.



Leia a materia no PIG; http://oglobo.globo.com/pais/psol-tem-melhor-bancada-do-parlamento-brasileiro-diz-pesquisa-9201669

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Aulas sobre “O Capital” de Karl Marx, por David Harvey, com legendas em português


Primeiras cinco aulas sobre “O Capital” de Karl Marx, por David Harvey, com legendas em português (de Portugal). Clicar na barra horizontal inferior em CC e escolher o idioma desejado para a legenda



Primeira Aula – Vol. I Introdução
Class 01 Reading Marx’s Capital Vol I with David Harvey


Segunda Aula – Capítulos 1 e 2
Class 02 Reading Marx’s Capital Vol I with David Harvey

Terceira aula – Capítulo 3
Class 03 Reading Marx’s Capital Vol I with David Harvey

Quarta aula – Capítulos 4 a 6
Class 04 Reading Marx’s Capital Vol I with David Harvey

Quinta aula – Capítulos 7-9
Class 05 Reading Marx’s Capital Vol I with David Harvey


O espírito da medicina cubana

Num momento em que se debate tanto se vale a pena ou não importar médicos de Cuba, o Diário faz um mergulho no tema.
Estudantes americanos formados pela aclamada Escola de Medicina América Latina
Estudantes americanos formados pela
aclamada Escola de Medicina América Latina
O que a Grã-Bretanha pode aprender com o sistema médico de Cuba?
Assim começou uma reportagem de um dos mais prestigiosos programas jornalísticos britânicos, o Newsnight, da BBC.
Uma equipe do programa foi enviada a Cuba para entender por que é tão comum o “olhar de admiração” sobre a medicina cubana.
O Diário selecionou trechos que jogam luzes sobre um tema que vem despertando discussões apaixonadas no site e fora dele: a questão da importação de 6 000 médicos cubanos para trabalharem em áreas remotas no Brasil.
O relato do Newsnight foi acrescido de trechos do relatório de uma visita de integrantes do Comitê de Saúde do Parlamento britânico. Da mistura surgiu um retrato da saúde de Cuba.
Bom proveito.
“A lógica subjacente do sistema cubano é incrivelmente simples. Em razão principalmente do bloqueio econômico americano, a economia cubana continuamente sofre.
Saúde, no entanto, é uma prioridade nacional, por razões em parte românticas : Che Guevara, ícone do Partido Comunista, era médico. Mas muito mais por pragmatismo: a saúde admirável da população é certamente uma dos principais razões pelas quais a família Castro ainda está no poder.
A prioridade em Cuba é impedir que as pessoas fiquem doentes, em primeiro lugar.
Em Cuba você recebe anualmente a visita de um médico. A idéia não é apenas verificar a sua saúde, mas ter um olhar mais amplo sobre seu estilo de vida e o ambiente familiar. Essa visita é feita de surpresa, para ser mais eficiente.
Os médicos estão espalhados por toda a população, e o governo lhes fornece habitação, bem como às enfermeiras.
A expectativa de vida em Cuba é maior do que a dos Estados Unidos. A relação médico-paciente ser comparada a qualquer país da Europa Ocidental.
Há em Cuba um médico por cada 175 pessoas. No Reino Unido, é 1 por 600 pessoas.
Cuba dá ênfase à formação generalista. O currículo foi alterado na década de 80 para garantir que mais de 90 por cento de todos os graduados completem três anos em clínica geral.
Há um compromisso com o diagnóstico triplo (físico / psicológico / social). Os médicos são reavaliados frequentemente.
Também chama a atenção a Policlínica – uma engenhosa invenção que visa proporcionar serviços como odontologia, pequenas cirurgias, vasectomias e raios-X sem a necessidade de uma visita a um hospital.
Cada Policlínica  tem uma série de especialistas (pediatria, ginecologia, dermatologia, psiquiatria) que resolvem boa parte dos problemas de saúde das comunidades e assim reduzem a necessidade de busca de hospital. Com isso, a lista de espera nos hospitais é quase inexistente.
Todos os lugares que visitamos eram geridos por profissionais da saúde (médicos e enfermeiros). 
Fizemos uma visita à Escola de Medicina América Latina, onde médicos estagiários  de todo o mundo -  muitos deles, para nossa surpresa, americanos –  recebem treinamento à moda cubana.
E nos deparamos em nossa visita com  pequenos detalhes que podem fazer uma grande diferença: pelotões de aposentados se exercitando todas as manhãs nos parques de Havana.
Apesar de os hospitais não serem equipados com o nível de TI encontrado no Reino Unido, por causa do bloqueio americano, os profissionais de saúde têm uma paixão por dados e estatísticas que eles usam com freqüência para fins de governança na saúde.
O contexto da revolução cubana e as estruturas sociais desenvolvidos localmente levaram ao envolvimento contínuo do Estado no sistema de saúde. Isto é visto não como a cereja no topo do bolo, mas como uma parte muito importante do próprio bolo.

sábado, 20 de julho de 2013

O que move a política externa dos Estados Unidos

Um ensaio de Noam Chomsky.
O ditador Castelo Branco com o embaixador americano Lincoln Gordon, que participou da conspiração que levou à queda de uma democracia
O ditador Castelo Branco com o embaixador americano Lincoln Gordon, que participou da conspiração que levou à queda de uma democracia

Abaixo, um trecho do livro ‘O que Tio Sam Realmente Quer’, do escritor americano Noam Chomsky. Ele mergulha, nesta passagem, na política externa dos Estados Unidos, e dedica várias linhas ao Brasil.

Vamos focalizar a América Latina, e começar olhando para os direitos humanos. Um estudo feito por Lars Schoultz, um destacado acadêmico especialista em direitos humanos da América Latina, mostra que “a ajuda norte-americana tende a ser desproporcionalmente distribuída para os governos “latino-americanos que torturam seus cidadãos”.
Não tem nada a ver com quanto o país precisa de ajuda, somente com sua disposição em servir à riqueza e ao privilégio.

Estudos mais profundos, feitos pelo economista Edward Herman, revelam uma estreita correlação em todo o mundo entre a tortura e a ajuda norte-americana e fornecem uma explicação: ambas se correlacionam com a melhoria das condições de operações das empresas. Em comparação com este guia de princípios morais, assuntos tais como tortura e carnificina caem na insignificância.

E a elevação do padrão de vida? Isso foi supostamente tratado na Aliança para o Progresso pelo presidente Kennedy, mas o tipo de desenvolvimento imposto foi direcionado, em sua maior parte, para as necessidades dos investidores norte-americanos. A Aliança fortificou e ampliou o sistema vigente, pelo qual os latino-americanos produzem colheitas para exportação e reduzem as colheitas de subsistência, como milho e feijão, cultivadas para o consumo local. Com o programa da Aliança, por exemplo, a produção de carne aumentou, enquanto o consumo interno de carne diminuiu.

Esse modelo agroexportativo de desenvolvimento, em geral, produz um “milagre econômico” em que o PNB – Produto Nacional Bruto – sobe, enquanto a maioria da população morre de fome. Quando se segue tal orientação política, a oposição popular aumenta, o que, então, se reprime com terror e tortura.
(O uso do terror é profundamente arraigado em nosso caráter. Nos idos de 1818, John Quincy Adams elogiou a “eficácia salutar” do terror em se tratando das “hordas misturadas de índios e negros sem lei”. Ele escreveu isso para justificar a violência de Andrew Jackson, na Flórida, que praticamente exterminou a população nativa e deixou a província espanhola sob o controle americano, impressionando muito Thomas Jefferson e outros mais com sua sabedoria.)

O primeiro passo é o uso da polícia; ela é decisiva porque sabe detectar logo o descontentamento e eliminá-lo antes da “grande cirurgia” (como é chamada nos documentos de planejamento) ser necessária. Se a “grande cirurgia” for necessária, nós contamos com o Exército. Quando não conseguimos mais controlar o Exército dos países da América Latina – particularmente a região do Caribe e da América Central – é tempo de derrubar o governo.
Em 1954, os americanos derrubaram o presidente da Guatemala e puseram em seus lugar militares, para proteger os interesses de suas empresas
Em 1954, os americanos derrubaram o presidente da Guatemala e puseram em seus lugar militares, para proteger os interesses de suas empresas

Os países que tentaram inverter as regras, como a Guatemala, sob os governos capitalistas democráticos de Arévalo e Arbenz, ou a República Dominicana, sob o regime capitalista democrático de Bosch, tornaram-se alvo da hostilidade e da violência dos Estados Unidos.

O segundo passo é utilizar os militares. Os EUA sempre tentaram estabelecer relações estreitas com os militares de países estrangeiros, porque essa é uma das maneiras de derrubar um governo que saiu fora do controle. Assim foram assentadas as bases para os golpes militares no Chile, em 1973, e na Indonésia, em 1965.

Antes desses golpes, éramos bastante hostis aos governos do Chile e da Indonésia, mas continuávamos enviando armas. Mantenha boas relações com os oficiais certos e eles derrubarão o governo para você. O mesmo raciocínio motivou o fluxo de armas dos Estados Unidos para o Irã via Israel, desde o início de 1980. De acordo com altos oficiais israelenses envolvidos, esses fatos eram conhecidos já em 1982, muito antes de haver reféns.

Durante o governo Kennedy, a missão dos militares latino-americanos, dominados pelos EUA mudou de “defesa hemisférica” para “segurança interna” (que basicamente significa guerra contra a própria população). Essa decisão fatídica implicou a “direta cumplicidade [dos Estados Unidos]” com “os métodos dos esquadrões de extermínio de Heinrich Himler”, no julgamento retrospectivo de Charles Maechling, que foi encarregado do planejamento de contra-insurgência, de 1961 a 1966.

O governo Kennedy preparou o caminho para o golpe militar no Brasil em 1964, ajudando a derrubar a democracia brasileira, que se estava tornando independente demais. Enquanto os Estados Unidos davam entusiasmado apoio ao golpe, os chefes militares instituíam um estado de segurança nacional de estilo neonazista, com repressão, tortura, etc. Isso provocou uma explosão de acontecimentos semelhantes na Argentina, no Chile e em todo o hemisfério, desde os meados de 1960 até 1980 – um período extremamente sangrento.

(Eu penso, falando do ponto de vista legal, que há um motivo bem sólido para acusar todos os presidentes norte-americanos desde a Segunda Guerra Mundial. Eles todos têm sido verdadeiros criminosos de guerra ou estiveram envolvidos em crimes de guerra.)

Os militares agem de maneira típica para criar um desastre econômico, seguindo frequentemente receita de conselheiros norte-americanos, e depois decidem entregar os problemas para os civis administrarem. Um controle militar aberto não é mais necessário, pois já existem novas técnicas disponíveis, por exemplo, o controle exercido pelo Fundo Monetário Internacional (o qual, assim como o Banco Mundial, empresta fundos às nações do Terceiro Mundo, a maior parte fornecida em larga escala pelas potências industriais).
Em retribuição aos seus empréstimos, o FMI impõe a “liberalização”: uma economia aberta à penetração e ao controle estrangeiros, além de profundos cortes nos serviços públicos em geral para a maior parte da população, etc. Essas medidas colocam o poder decididamente nas mãos das classes dominantes e de investidores estrangeiros (“estabilidade”), além de reforçar as duas clássicas camadas sociais do Terceiro Mundo – a dos super-ricos (mais a classe dos profissionais bem sucedidos que a serve) e a da enorme massa de miseráveis e sofredores.
Pinochet foi fruto dos Estados Unidos
Pinochet foi fruto dos Estados Unidos

A dívida e o caos econômico deixados pelos militares garantem, de forma geral, que as regras do FMI serão obedecidas – a menos que as forças populares queiram entrar na arena política. Neste caso, os militares talvez tenham de reinstalar a “estabilidade”.

O Brasil é um exemplo esclarecedor desse caso. Sendo um país muito bem dotado de recursos naturais, além de ter um alto desenvolvimento industrial, deveria ser uma das nações mais ricas do mundo. Mas graças, em grande parte, ao golpe de 1964 e ao tão aclamado “milagre econômico” que se seguiu ao golpe (sem falar nas torturas, assassinatos e outros instrumentos de “controle da população”), a situação de muitos brasileiros foi, durante muitos anos, provavelmente parecida com a da Etiópia – e bem pior que a da Europa Oriental, por exemplo.

Em 1993, três décadas depois do golpe militar, o Brasil tinha uma taxa de mortalidade infantil maior que a do Sri Lanka. Um terço da população vivia abaixo da linha da miséria e, nas palavras de uma revista dedicada aos países pobres, “sete milhões de crianças abandonadas pediam esmola, roubavam e cheiravam cola nas ruas. E para milhares delas a casa era um barraco na favela… ou cada vez mais um pedaço de terra embaixo da ponte”.

Isso é o Brasil, um dos países de natureza mais rica do planeta. A situação era semelhante em toda a América Latina. Apenas na América Central o número de pessoas assassinadas pelas forças apoiadas pelos EUA, desde o final de 1970 até meados dos anos 1990, girava em torno de duzentos mil, ao mesmo tempo que os movimentos populares, que visavam obter a democracia e a reforma social, foram dizimados.
Essas façanhas qualificam os Estados Unidos como fonte de “inspiração para o triunfo da democracia em nosso tempo”, nas admiráveis palavras da revista liberal New Republic. Tom Wolfe conta-nos que a década de 1980 foi “um dos grandes momentos de ouro da  humanidade”. Como diria Stalin: “Estamos deslumbrados com tanto sucesso.”

O ELOGIO DA SOLIDÃO


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O homem sábio basta a si mesmo, escreveu o filósofo grego Aristóteles. É um pensamento ao qual constantemente se agarram diversas escolas filosóficas ocidentais.
A solidão é um caminho para a sabedoria.
E no entanto vivemos num mundo em que a introspeção parece uma praga da qual todos fugimos.
A solidão como que embaraça e envergonha. Tente se lembrar de uma campanha publicitária baseada em alguém só. Ou de um filme americano em que o personagem na solidão não seja um atormentado.
As tradições orientais, do taoísmo ao hinduísmo, também sublinham a solidão como uma etapa indispensável para o autoconhecimento.
Na China e no Japão antigos, os homens poderosos se recolhiam à solidão monástica no final da vida em  busca da elevação espiritual.
Cícero resumiu isso assim: “Quem depende apenas de si mesmo e em si mesmo coloca tudo tem todas as condições de ser feliz”.
Arthur Schopenhauer, o grande pensador alemão do século 19, se deteve longamente neste tema, o da solidão.
No final de sua vida, morava em Frankfurt na companhia de Atma, seu cão poodle. Tinha poucos amigos e jamais se casou. Mais que pregar a reclusão, ele a praticou.
Os ecos de sua voz se ouvem em múltiplos lugares. Movimentos como o existencialismo e artistas como Tolstói, Proust e Wagner sofreram intensa influência da voz pessimista, ou simplesmente realista, de Schopenhauer. Todo homem digno, segundo ele, é retraído. “O que faz dos homens seres sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e, nesta, a si mesmos.”
As pessoas retraídas, numa cultura que supervaloriza a tagarelice vazia e a “desenvoltura” social, podem sentir-se diferentes das outras, e para pior.
Se lerem Schopenhauer, terão uma outra visão de si próprios, francamente mais positiva.
Numa obra já da maturidade, Aforismos para a Sabedoria de Vida (Martins Fontes), ele produziu reflexões memoráveis sobre a convivência entre as pessoas.
Não há doçura nessas reflexões, não há indulgência e nem modos polidos, mas uma agudeza mordaz que ao mesmo tempo incomoda e encanta.
“A chamada boa sociedade nos obriga a demonstrar uma paciência sem limites com qualquer insensatez, loucura, absurdo. Os méritos pessoais devem mendigar perdão ou se ocultar, pois a superioridade intelectual fere por sua mera existência. Eis por que a sociedade, chamada de boa, tem não só a desvantagem de pôr-nos em  contato com homens que não podemos amar nem louvar, mas também a de não  permitir que sejamos nós mesmos, de acordo com a nossa natureza. Antes, nos obriga a nos encolhermos ou a nos desfigurarmos. Discursos ou idéias espirituosas, na sociedade ordinária, são francamente odiados.”
Schopenhauer exagera? É possível. Ele tinha um estilo veemente de expor suas idéias.
Mas reflita com calma sobre a passagem acima. Tire o que possa parecer exagerado. Faz sentido ou não?
Você pode concordar com Schopenhauer ou discordar. Amá-lo ou odiá-lo. O que não dá é para não reconhecer a força colossal duradoura de seus pensamentos.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Médicos desempregados da Espanha virão trabalhar no Brasil pra não morrer de fome

Espanha enfrenta cifras recordes de desemprego entre médicos, diz o dirigente da OMC. "No mês de maio, o número de desempregados era de 3.395", informa.

 A quantidade é ainda maior se forem incluídos os profissionais que deixaram o país em busca de trabalho- só em 2012, 2.405 médicos foram trabalhar no exterior, e em 2011, foram 1.378, ressalta. 

"É evidente que há uma fuga notável de profissionais, e isso parece que não vai mudar nos próximos anos."

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Forças Armadas Revolucionárias de Cuba

Por Cristiano Alves



As Forças Armadas Revolucionárias de Cuba constituem uma peça fundamental na defesa da pequena república socialista insular. Adotando a ideia de "guerra de todo o povo", todos os cubanos são desde cedo treinados para defender seu país e a Revolução Cubana, incluindo os portadores de necessidades especiais, que deverão de alguma forma contribuir em caso de guerra total, atuando, por exemplo, na arma de comunicações.

De acordo com informações, as Forças Armadas Revolucionárias são compostas por 85 mil pessoas, aparelhadas por equipamento de fabricação cubana e tendo como supridores a Rússia(antes União Soviética), China e Coreia do Norte. O Exército Revolucionário é a mais numerosa de todas as três armas(as outras duas Marinha e Aeronáutica). Clique para ampliar as fotos


Marinheiras cubanas. Repara-se o caráter multirracial da Marinha Revolucionária

No Exército Revolucionário foi abolido o sexismo(na foto, duas sargentos)

Desde a Revolução, os dois sexos compõem as Forças Armadas Revolucionárias. Nas potências capitalistas, somente 40 anos depois tornou-se comum a ampla participação de mulheres nas forças armadas

Parada militar feminina em Cuba, com todas as etnias da ilha representadas
Diversidade étnica no Exército Cubano. Ao fundo um dos fundadores das FAR, o argentino Ernesto Che Guevara

Militares cubanos marchando, em postura "ombro arma", em destacamento composto pelos 2 sexos

Homens e mulheres marchando juntos em defesa da Revolução, em seus imponentes uniformes e marcha comunistas
Marinheiros revolucionários cubanos, em postura "apresentar armas"

Mulheres e homens em postura "apresentar armas", em uniforme de parada
Cubana usando camuflagem das Fuerzas Especiales

Forças especiais cubanas, as "vespas negras", com camuflagem inspirada na vegetação caribenha


Parada militar na ilha socialista


Guarda de honra do Mausoléu de José Martí executando uma marcha típica de países socialistas

Desfile de carros de combate cubanos, de fabricação soviética

Dois generais de corpo de exército, cubanos.

Membros da Milícia Territorial. A doutrina da "guerra de todo el pueblo", evocada no peso cubano, sustenta a ideia de que todos os cubanos são responsáveis pela defesa do país. Aqui, cubanas da terceira idade tem instruções militares. A elas é apresentado um fuzil americano M-16 usado no Vietnã e durante a invasão da Baía dos Porcos, um helicóptero militar americano e uma submetralhadora PPSh-41, soviética, da IIGM

Primeiro-tenente cubana inspeciona um fuzil M-16

Soldado da Milícia Territorial

Desfile militar cubano
Atiradores de elite cubanos, visíveis apenas pela sua postura, em uniforme "ghillie" com textura para chão de terra

Militar comunista treina uma técnica muito empregada pelos vietcongues, com seu fuzil AKS


Soldados das forças especiais cubanas

Mísseis Terra-Ar(SAM) camuflados

Militares cubanos fora de forma, em evento evocativo da Revolução

Franco-atiradores cubanos armados com o fuzil cubano "Alejandro", equipado com luneta e visão noturna

Oficiais cubanos mostram um rifle antimaterial de fabricação cubana a um general bielorrusso


General do Exército chinês junto a oficiais marinheiros cubanos


Da esquerda para direita: oficial da marinha chinesa, marinheira cubana e sargento do exército, cubana


Militares cubanos manifestando sua solidariedade à Venezuela

F. Castro e o então major da Força Aérea Soviética Yuri Gagárin, primeiro homem no espaço. O primeiro negro no espaço, anos mais tarde, era cubano.

Dois sargentos cubanos equipados com lança rojão soviético "RPG". Repare na diferença de uniformes


Treinamento de defesa costeira com míssil Pechora, anti-navio. A principal ameaça à República de Cuba vem do mar e do ar, uma vez que seu agressor, os Estados Unidos, são indiscutivelmente a maior potência naval do planeta
Mi-24 "Hind" e Mi-8, ao fundo. Renomados helicópteros soviéticos, um de ataque e transporte e o outro de transporte de tropas. O "Hind" foi o mais temido helicóptero durante a guerra fria, chegando aparecer em filmes holywoodianos como "Rambo". Recentemente foi adquirido pelo Brasil sob o nome de AH-2 Sabre.
Formação de caças da Força Aérea Revolucionária, com três MiG-27 na dianteira e dois MiG-29 UB, ao fundo. O MiG-29 é um caça de extrema manobrabilidade concebido na ex-URSS e temido pela OTAN. A versão cubana é UB, biposta, com um armamento limitado que inclui mísseis Atol. Em 1996, um MiG-29 cubano derrubou um avião Cesna oriundo de Miami, que havia invadido o espaço aéreo cubano.
Militares cubanos com um fuzil AKM, 7,62
Duas militares comunistas posam para foto com seu fuzil AKM

Comandante Fidel Castro com um fuzil AKM, em meio a soldados e oficiais. Como vemos, ao povo cubano jamais faltaram oportunidades para acabar com o "terrível ditador".

Raul Castro, juto a veteranos comunistas

Militares cubanos em treinamento de combate corpo-a-corpo


Treinamento de combate corpo-a-corpo do Destino Especial Naval

Militares cubanos no que parece ser um Centro de Comando das Comunicações

Dois alunos de escola de preparação militar cubana, sendo visível a medalha ostentada pela jovem, possivelmente por ter sido a melhor de sua turma

Elián González, sequestrado por sua mãe até os Estados Unidos durante a infância, cadete da Escola Militar Camilo Cienfuegos, em reunião da Juventude Comunista

Um piloto de MiG-29A cubano, uma nova aquisição, e ao seu lado os mecânicos da aeronave


O então tenente-coronel Arnaldo Tamayo Mendéz, primeiro homem do Hemisfério Ocidental, não americano, a orbitar o planeta terra, sendo também o primeiro negro no espaço


General Arnaldo Tamayo Méndez, Herói de Cuba e Herói da União Soviética, recebendo um presente de uma jovem comunista cubana durante o evento "Amigos das Forças Armadas"


O então General de Exército Raúl Modesto Castro Ruz(atualmente comandante em chefe), um dos primeiros revolucionários cubanos da Sierra Maestra e atual comandante supremo das Forças Armadas revolucionárias. Além das diversas ordens e condecorações militares e civis por ele recebidas, ele ostenta a estrela de "Herói da República de Cuba", título e medalha atribuída a civis e militares com feitos heroicos a serviço de Cuba. Esta medalha e o título foram atribuídos aos "Cinco cubanos", presos nos Estados Unidos, R. Castro, e ao presidente soviético Leonid Brejnev. Raul Castro, junto a Che, foi fundamental na "conversão" de Fidel, então um liberal, às ideias comunistas, o que alinhou o país com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Comandante em chefe Fidel Alejandro Castro Ruz, comandante em chefe(posto equivalente a marechal), das Forças Armadas Revolucionárias e idealizador da Revolução Cubana. F. Castro, além das várias condecorações civis e militares cubanas, foi o primeiro latino-americano a receber o título e a estrela dourada de "Herói da União Soviética". Segundo o Guiness Book, Fidel foi o líder que mais tentativas de assassinato sofreu na história, a maioria patrocinada pelos EUA.


Fonte: Militaryphotos.net