quarta-feira, 27 de março de 2013

Senado aprova PEC das Domésticas; categoria terá direito a hora extra e FGTS



Demorou mas finalmente as empregadas domesticas conquistaram seus direitos trabalhistas. É agora que a classe mérdia brasileira irá ficar ainda mais furiosa com Dilma. Jamais irão perdoar o PT por estar abrindo os portões da senzala e libertando alguns de seus escravos.




Veja a materia:
http://noticias.uol.com.br/empregos/ultimas-noticias/2013/03/26/senado-aprova-pec-das-domesticas-categoria-tera-direito-a-hora-extra-e-fgts.jhtm

Renda das famílias cresce bem acima do PIB per capita

26/03/2013 às 00h00

A renda familiar no Brasil avançou em um ritmo bastante superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos dez anos. De acordo com cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda domiciliar per capita da população brasileira aumentou 40,7% entre 2003 e 2011, taxa 13,3 pontos superior a apresentada pelo PIB per capita, que avançou 27,7% no período. Dentro do PIB, em consequência, a renda do trabalho tem crescido mais do que as rendas da "propriedade", que envolvem, na conta do PIB, juros, dividendos e a própria remuneração do capital.



Fonte: :http://www.valor.com.br/brasil/3060032/renda-das-familias-cresce-bem-acima-do-pib-capita#ixzz2OmQA03Cv

Revista Lança Mapa do Trabalho Escravo no Brasil





Fonte: http://reporterbrasil.org.br/blogdaredacao/?p=1476

sábado, 23 de março de 2013

Fiscais flagram trabalho escravo em confecção da Luigi Bertolli em São Paulo



Empregados, a maioria imigrantes bolivianos, trabalhavam de 16 a 18 horas por dia e não tinham direito a férias e 13º salário

Por: Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual Publicado em 22/03/2013, 14:55 Última atualização às 20:54



Os flagrantes de trabalho escravo com mão de obra estrangeira têm crescido em São Paulo (Foto: Gerardo Lazzari. Arquivo RBA)

São Paulo – A Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo anunciou hoje (22) um flagrante de trabalho escravo em uma confecção que produzia roupas para as marcas Luigi Bertolli, Emme e Cori. A operação foi realizada na terça-feira (20) e resgatou 29 trabalhadores bolivianos da oficina na região do Belenzinho, zona leste da capital paulista.

A GEP Indústria e Comércio Ltda, que produz as peças das três marcas, foi alvo de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com Ministério Público Estadual e Receita Federal. A produção era repassada para a Silobay, uma empresa situada no Bom Retiro, em São Paulo, que também foi alvo de fiscalização.

Fiscais do Ministério do Trabalho flagraram trabalhadores em condições análogas à escravidão. Na fábrica, as pessoas trabalhavam de 12h a 14h por dia, ganhavam em média R$ 3 por peça produzida, faziam as refeições no mesmo local em que trabalhavam e não tinham direito a férias nem a 13º salário. A fiscalização flagrou ligações elétricas clandestinas, com risco de incêndio, crianças circulando pelo local de trabalho e mantimentos guardados junto de rações de animais.

De acordo com a juíza do Trabalho da 2ª região, Patrícia Todelo, a maior parte dos trabalhadores vivia em situação de servidão por dívida, contraída ainda na Bolívia. Outra parcela foi vítima de tráfico internacional de pessoas. Pelo menos seis deles estavam irregulares e poderão ajustar sua documentação no Brasil. A situação se arrastava desde julho de 2012.

Na tarde de hoje, os trabalhadores compareceram à Superintendência Regional do Trabalho, no centro da cidade, para assinarem termos de indenização trabalhista, sendo que cada um receberá pelo menos R$ 23 mil. Além disso, a empresa desembolsará R$ 450 mil por dano coletivo – um terço do total será destinado para entidades beneficentes, um terço para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e um terço para entidades que combatem trabalho escravo. Ao todo, a GEP desembolsará cerca de R$ 1,1 milhão.

A empresa recebeu, ainda, 22 autos de infração, que podem resultar em multas. De acordo com fiscais, a GEP alegou que desconhecia o caso e se prontificou a regularizar a situação dos trabalhadores, assinando o termo de ajuste de conduta, o mais rápido possível. Entre o flagrante de trabalho escravo e o pagamento das indenizações se passaram cerca de 48 horas. A Silobay, empresa intermediária, continua sob investigação.
Mais um caso

Nesta semana, a fiscalização do Ministério do Trabalho flagrou mais um caso de trabalho em condições análogas à escravidão no setor têxtil, desta vez envolvendo três trabalhadores, ligados a uma empresa de Guarulhos, na Grande São Paulo. Como o caso ainda não foi finalizado, o MTE não divulgou o nome do contratante do serviço, mas adiantou que se trata de uma confecção de grande porte.

Nesta ação, foram libertos dois bolivianos e um peruano – dois deles estavam em situação irregular no Brasil. Eles também viviam em condições consideradas degradantes e ganhavam por peça produzida, em um total que somava entre R$ 340 e R$ 480 por mês.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Economia: Comparaçoes entre Brasil e Mexico


O cerco ao Brasil e o mito mexicano
Via Carta Maior por Mauro Santayana

Nos últimos tempos, virou moda no Brasil, e em alguns países da América Latina, fazer comparações entre o nosso país e o México, no que se refere ao desempenho econômico. Elas escoram as críticas que a imprensa econômica internacional faz a um suposto aumento do “intervencionismo” do Governo brasileiro na economia.

Parte disso deriva do fim da farra dos bancos e especuladores estrangeiros no Brasil, que aqui ganhavam gigantescas fortunas da noite para o dia, graças ao tripé : maiores juros do mundo; valorização da bolsa e do câmbio, que foi, de quase 100% com relação ao dólar nos últimos dez anos.

O outro motivo para essa campanha é manter, de forma permanente, o máximo de pressão midiática contra o governo, dentro e fora do Brasil. O objetivo é obrigar o país a provar que não é a Argentina, a Venezuela, nem a Bolívia, e que aceita a receita neoliberal. Assim se explicam medidas que vão do financiamento público a multinacionais como a Vivo, a abertura, via concessões do setor de infraestrutura para grupos internacionais, com aportes do Tesouro e 35 anos de prazo e liberdade para a remessa de lucros para o exterior. Enfim, que o Estado não está intervindo na economia.

Como na história do lobo e do cordeiro, no entanto, quanto mais atenção o governo dá a isso, mais a pressão aumenta. É o que explica, por exemplo, o fato de nas últimas semanas o nosso risco-país ter ultrapassado o do México que tem sido citado como principal exemplo de que o Brasil não está “fazendo bem o seu dever de casa”, segundo a pauta das agências de classificação de risco, do Wall Street Journal e dos “analistas” do mercado.

Nessa campanha, tipo gota d´água em pedra dura tanto bate até que fura, o fato de o México ter crescido três e meio por cento contra apenas 0,9% do Brasil no ano passado é o mais lembrado, mas não é o único. O México também seria mais “moderno”, mais “competitivo”, e mais “aberto” ao mundo, em contraponto com o Brasil e o “Mercosul”, símbolos de “atraso e protecionismo” na América Latina.

Antes que essas mentiras se cristalizem como verdade na mente dos mais ingênuos, é preciso esclarecer alguns pontos. Embora o México tenha crescido mais que o Brasil nos últimos dois anos, o Brasil cresceu quase o dobro do México nos últimos dez anos, justamente no Governo Lula, e tem mais potencial do que o México para assim continuar no futuro, segundo afirmou, nesta semana, em entrevista, para citar um nome ao gosto do mercado, o economista Jim O´Neill, o “inventor” do BRICS.

Embora o comércio exterior do México equivalha a quase 50% do PIB, oitenta por cento de suas exportações vão para um único destino, os Estados Unidos. O Brasil exporta, em partes mais ou menos iguais, para a China, os EUA, a União Europeia, a América Latina, e o resto do mundo.

Outro mito difundido é o de que o México seria um grande exportador de manufaturas enquanto o Brasil é um grande exportador de matérias-primas. Nem uma coisa nem outra. O México monta peças recebidas de terceiros e as manda para os Estados Unidos, enquanto o Brasil é, por exemplo, o terceiro maior exportador de aviões do mundo, vendendo para os EUA, principal cliente do México, até aeronaves de guerra, como ocorreu há uma semana.

A abertura indiscriminada da economia mexicana também parece não ter produzido muita coisa em termos de inovação. Comparando-se o número de patentes concedidas no mercado internacional, em 2010, o México conseguiu registrar 198, contra 481 do Brasil.

A alardeada “competitividade” do México reside em seus baixos salários. O valor do salário mínimo no Brasil mais do que dobrou, com relação ao dólar, nos últimos 10 anos, enquanto no México esse valor vem diminuindo. A produtividade do trabalhador brasileiro é quase o dobro da produtividade do trabalhador mexicano, que, entre os 34 países da OCDE, ocupa o penúltimo lugar.

O valor de uma hora de trabalho no Brasil era de quase sete dólares em 2011, contra menos de cinco dólares do trabalhador mexicano no mesmo ano, segundo estatística do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos.

Finalmente, a outra falsa afirmação é a de que o México esteja se transformando no “queridinho” dos mercados, enquanto o Brasil – que, com 388 bilhões de dólares em reservas, é o terceiro maior credor individual externo dos Estados Unidos, depois da China e do Japão – seria o pato feio da economia internacional por causa da atuação do governo.

Embora a bolsa mexicana – muitíssimo menor que a Bovespa - tenha se valorizado mais no último ano, o Investimento Externo Direto, aquele realmente produtivo, caiu 31% no México em 2012, para pouco mais de 12 bilhões de dólares, enquanto o IED no Brasil foi de cinco vezes mais, ou 65 bilhões de dólares no ano passado, ou o terceiro maior do mundo.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

Economia: Comparaçoes entre Brasil e Mexico


O cerco ao Brasil e o mito mexicano
Via Carta Maior por Mauro Santayana

Nos últimos tempos, virou moda no Brasil, e em alguns países da América Latina, fazer comparações entre o nosso país e o México, no que se refere ao desempenho econômico. Elas escoram as críticas que a imprensa econômica internacional faz a um suposto aumento do “intervencionismo” do Governo brasileiro na economia.

Parte disso deriva do fim da farra dos bancos e especuladores estrangeiros no Brasil, que aqui ganhavam gigantescas fortunas da noite para o dia, graças ao tripé : maiores juros do mundo; valorização da bolsa e do câmbio, que foi, de quase 100% com relação ao dólar nos últimos dez anos.

O outro motivo para essa campanha é manter, de forma permanente, o máximo de pressão midiática contra o governo, dentro e fora do Brasil. O objetivo é obrigar o país a provar que não é a Argentina, a Venezuela, nem a Bolívia, e que aceita a receita neoliberal. Assim se explicam medidas que vão do financiamento público a multinacionais como a Vivo, a abertura, via concessões do setor de infraestrutura para grupos internacionais, com aportes do Tesouro e 35 anos de prazo e liberdade para a remessa de lucros para o exterior. Enfim, que o Estado não está intervindo na economia.

Como na história do lobo e do cordeiro, no entanto, quanto mais atenção o governo dá a isso, mais a pressão aumenta. É o que explica, por exemplo, o fato de nas últimas semanas o nosso risco-país ter ultrapassado o do México que tem sido citado como principal exemplo de que o Brasil não está “fazendo bem o seu dever de casa”, segundo a pauta das agências de classificação de risco, do Wall Street Journal e dos “analistas” do mercado.

Nessa campanha, tipo gota d´água em pedra dura tanto bate até que fura, o fato de o México ter crescido três e meio por cento contra apenas 0,9% do Brasil no ano passado é o mais lembrado, mas não é o único. O México também seria mais “moderno”, mais “competitivo”, e mais “aberto” ao mundo, em contraponto com o Brasil e o “Mercosul”, símbolos de “atraso e protecionismo” na América Latina.

Antes que essas mentiras se cristalizem como verdade na mente dos mais ingênuos, é preciso esclarecer alguns pontos. Embora o México tenha crescido mais que o Brasil nos últimos dois anos, o Brasil cresceu quase o dobro do México nos últimos dez anos, justamente no Governo Lula, e tem mais potencial do que o México para assim continuar no futuro, segundo afirmou, nesta semana, em entrevista, para citar um nome ao gosto do mercado, o economista Jim O´Neill, o “inventor” do BRICS.

Embora o comércio exterior do México equivalha a quase 50% do PIB, oitenta por cento de suas exportações vão para um único destino, os Estados Unidos. O Brasil exporta, em partes mais ou menos iguais, para a China, os EUA, a União Europeia, a América Latina, e o resto do mundo.

Outro mito difundido é o de que o México seria um grande exportador de manufaturas enquanto o Brasil é um grande exportador de matérias-primas. Nem uma coisa nem outra. O México monta peças recebidas de terceiros e as manda para os Estados Unidos, enquanto o Brasil é, por exemplo, o terceiro maior exportador de aviões do mundo, vendendo para os EUA, principal cliente do México, até aeronaves de guerra, como ocorreu há uma semana.

A abertura indiscriminada da economia mexicana também parece não ter produzido muita coisa em termos de inovação. Comparando-se o número de patentes concedidas no mercado internacional, em 2010, o México conseguiu registrar 198, contra 481 do Brasil.

A alardeada “competitividade” do México reside em seus baixos salários. O valor do salário mínimo no Brasil mais do que dobrou, com relação ao dólar, nos últimos 10 anos, enquanto no México esse valor vem diminuindo. A produtividade do trabalhador brasileiro é quase o dobro da produtividade do trabalhador mexicano, que, entre os 34 países da OCDE, ocupa o penúltimo lugar.

O valor de uma hora de trabalho no Brasil era de quase sete dólares em 2011, contra menos de cinco dólares do trabalhador mexicano no mesmo ano, segundo estatística do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos.

Finalmente, a outra falsa afirmação é a de que o México esteja se transformando no “queridinho” dos mercados, enquanto o Brasil – que, com 388 bilhões de dólares em reservas, é o terceiro maior credor individual externo dos Estados Unidos, depois da China e do Japão – seria o pato feio da economia internacional por causa da atuação do governo.

Embora a bolsa mexicana – muitíssimo menor que a Bovespa - tenha se valorizado mais no último ano, o Investimento Externo Direto, aquele realmente produtivo, caiu 31% no México em 2012, para pouco mais de 12 bilhões de dólares, enquanto o IED no Brasil foi de cinco vezes mais, ou 65 bilhões de dólares no ano passado, ou o terceiro maior do mundo.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

O leite materno contaminado por agrotóxicos

via  luisnassif, qua, 20/03/2013 - 14:25 Por Adir Tavares Do Viomundo
A pesquisadora que descobriu veneno em leite materno de mães brasileiras

Entrevista com pesquisadora que descobriu veneno no leite materno. Danielly Palma afirma que 100% das amostras colhidas indicam a contaminação do leite por pelo menos um agrotóxico

por Manuela Azenha
A repórter Manuela Azenha esteve em Cuiabá, Mato Grosso, onde assistiu à defesa de tese da pesquisadora Danielly Palma. A ela coube pesquisar o impacto dos agrotóxicos em mães que estavam amamentando na cidade de Lucas do Rio Verde. A seguir, o relato:

Lucas do Rio Verde é um dos maiores produtores de grãos do Mato Grosso, estado vitrine do agronegócio no Brasil. Apesar de apresentar alto IDH (índice de desenvolvimento humano), a exposição de um morador a agrotóxicos no município durante um ano é de aproximadamente 136 litros por habitante, quase 45 vezes maior que a média nacional — de 3,66 litros.



Danielly Palma pesquisou o impacto dos agrotóxicos em mães que estavam amamentando e o resultado é assustador (Foto: Reprodução)

Desde 2006, ano em que ocorreu um acidente por pulverização aérea que contaminou toda a cidade, Lucas do Rio Verde passou a fazer parte de um projeto de pesquisa coordenado pelo médico e doutor em toxicologia, Wanderlei Pignatti, em parceria com a Fiocruz. A pesquisa avaliou os resíduos de agrotóxicos em amostras de água de chuva, de poços artesianos, de sangue e urina humanos, de anfíbios, e do leite materno de 62 mães. A pesquisa referente às mães coube à mestranda da Universidade Federal do Mato Grosso, Danielly Palma.

A pesquisa revelou que 100% das amostras indicam a contaminação do leite por pelo menos um agrotóxico. Em todas as mães foram encontrados resíduos de DDE, um metabólico do DDT, agrotóxico proibido no Brasil há mais de dez anos. Dos resíduos encontrados, a maioria são organoclorados, substâncias de alta toxicidade, capacidade de dispersão e resistência tanto no ambiente quanto no corpo humano.

A repórter Manuela Azenha esteve em Cuiabá, Mato Grosso, onde assistiu à defesa de tese da pesquisadora Danielly Palma. No dia seguinte à defesa, Danielly concedeu uma entrevista ao Viomundo.

A sua pesquisa faz parte de um projeto maior?

Minha pesquisa foi um subprojeto de uma avaliação que foi realizada em Lucas do Rio Verde e eu fiquei responsável pelo indicador leite materno. Mas a pesquisa maior analisou o ar, água de chuva, sedimentos, água de poço artesiano, água superficial, sangue e urina humanos, alguns dados epidemiológicos, má formação em anfíbios.

E essas pesquisas começaram quando e por que?

Começamos em 2007. A minha parte foi no ano passado, de fevereiro a junho. Lucas do Rio Verde foi escolhido porque é um dos grandes municípios produtores mato-grossenses, tanto de soja quanto de milho e, consequentemente, também é um dos maiores consumidores de agrotóxicos.

Em 2006, quando houve um acidente com um desses aviões que fazem pulverização aérea em Lucas, o professor Pignati, que foi o coordenador regional do projeto, foi chamado para fazer uma perícia no local junto com outros professores aqui da Universidade Federal do Mato Grosso. Então, começaram a entrar em contato com o pessoal e viram a necessidade de desenvolver projetos para ver a que nível estava a contaminação do ambiente e da população de Lucas.

E qual é o nível de contaminação em que a população de Lucas se encontra hoje? O que sua pesquisa aponta?

Quanto ao leite materno, 100% das amostras indicaram contaminação por pelo menos um tipo de substância. O DDE, que é um metabólico do DDT, esteve presente em 100%, mas isso indica uma exposição passada porque o DDT não é utilizada desde 1998, quando teve seu uso proibido. Mas 44% das amostras indicaram o beta-endossulfam, que é um isômero do agrotóxico endossulfam, ainda hoje utilizado. Ele teve seu uso cassado, mas até 2013 tem que ir diminuindo, que é quando a proibição será definitiva. É preocupante, porque é um organoclorado que ainda está sendo utilizado e está sendo excretado no leite materno.

Foram essas duas substâncias as registradas?

Não, tem mais. Foi o DDE em 100% das mães [que estão amamentando]; beta-endossulfam em 44%; deltametrina, que é um piretróide, em 37%; o aldrin em 32%; o alpha-endossulfam, que é outro isômero do endossulfam, em 32%; alpha-HCH, em 18% das mães, o DDT em 13%; trifularina, que é um herbicida, em 11%; o lindano, em 6%.

E o que essas substâncias podem causar no corpo humano?

Todas essas substâncias tem o potencial de causar má formação fetal, indução ao aborto, desregulamento do sistema endócrino — que é o sistema que controla todos os hormônios do corpo — então pode induzir a vários distúrbios. Podem causar câncer, também. Esses são os piores problemas.

Você disse que as mães foram expostas há mais de dez anos. As substâncias permanecem no corpo por muito tempo?

Permanecem. No caso dos organoclorados, de todas as substâncias analisadas, o endossulfam é o único que ainda está sendo utilizado. Desde 1998 os organoclorados foram proibidos, a pesquisa foi realizada em 2010, e a gente encontrou níveis que podem ser considerados altos. Mesmo tendo sido uma exposição passada, como as substâncias ficam muito tempo no corpo, esses sintomas podem vir a longo prazo.

Durante a sua defesa de mestrado, em que essa pesquisa foi apresentada, os membros da banca ressaltaram o quanto você sofreu para realizar a pesquisa. Quais foram as maiores dificuldades?

A minha maior dificuldade foi em relação à validação do método. Porque, quando você vai pesquisar agrotóxicos, tem de ter uma precisão muito grande. Como são dez substâncias com características diferentes, quando acertava a validação para uma, não dava certo para outra. Então, para ter um método com precisão suficiente para a gente confiar nos resultados, para todas as substâncias, foi um trabalho que exigiu muita força de vontade e tempo. Foi praticamente um ano só para validar o método.

Essas mães que foram contaminadas exercem ou exerceram que tipo de atividade? Como elas foram expostas ao agrotóxico?

Das 62 mulheres que eu entrevistei, apenas uma declarou ter contato direto com o agrotóxico. Ela é engenheira agrônoma e é responsável por um armazém de grãos. Três mães residem na zona rural, trabalhando como domésticas nas casas dos donos das fazendas. É difícil dizer que quem está longe da lavoura não está exposto em Lucas do Rio Verde, pela localização da cidade, com as lavouras ao redor. Mas a maioria das entrevistadas trabalha no comércio, são professoras do município, algumas donas de casa, mas não são expostas ocupacionalmente. A questão é o ambiente do município.

Mas a contaminação se dá pelo ar, pela alimentação?



100% das amostras colhidas indicam a contaminação do leite por pelo menos um agrotóxico (Foto: Reprodução)

A alimentação é uma das principais vias de exposição. Mas, por se tratar de clorados, que já tiveram seu uso proibido, então eu posso dizer que o ambiente é o que está expondo, porque também se acumulam no ambiente. No caso da deltametrina e do endossulfam, que ainda são utilizados, o uso atual deles é que está causando a contaminação. Mas, nos usos passados [dos agrotóxicos agora proibidos], a causa provavelmente foi a exposição à alimentação — na época em que eram utilizados — e o próprio meio ambiente contaminado.

Quais são as principais propriedades dessas substâncias encontradas?

Os organoclorados têm em comum entre si os átomos de cloro na sua estrutura, o que dá uma grande toxicidade a eles. Eles têm alta capacidade de se armazenar na gordura, alta pressão no vapor e o tempo de meia-vida deles é muito longo, por isso que para se degradar demora muito tempo. São altamente persistentes no ambiente, tanto nos sedimentos, solo, corpo humano, e têm a capacidade de se dispersar. Tanto que no Ártico, onde eles nunca foram aplicados, são encontrados resíduos de organoclorados.

O professor Pignati comentou que a Secretaria da Saúde dificultou um pouco a pesquisa de vocês, mas que vocês fizeram questão da participação do governo. Por que?

Nós vimos a importância da participação deles porque, quando a exposição da população está num nível elevado e está tendo uma incidência maior de certas doenças, é lá na ponta que isso vai estourar, é no PSF (Programa Saúde da Família). Então, a gente queria que a Secretaria da Saúde acompanhasse para ver em que nível de exposição essa população está e para que tome medidas. Para que recebam essas pessoas com algum problema de saúde e saibam diagnosticar, saibam de onde está vindo e o porquê de tantas incidências de doenças no município.

Se a maioria dessas substâncias não está mais sendo utilizada, o que pode ser feito daqui para frente para diminuir o impacto delas sobre o ambiente e a saúde?

Em relação a essas substâncias que não estão sendo mais utilizadas, infelizmente, não temos mais nada a fazer. Já foram lançadas no ambiente e nos organismos das pessoas. A gente pode parar e pensar no modelo de desenvolvimento que está sendo posto, com esse alto consumo de agrotóxico e devemos tomar cuidado com as substâncias que ainda estão sendo utilizadas para tentar evitar um mal maior.

Como que o agrotóxico pode afetar o bebê?

Esses agrotóxicos são lipofílicos e se acumulam no tecido gorduroso, então ficam no organismo e passam para o sangue da mãe. Através da placenta, como há troca de sangue entre mãe e feto, acabam atingindo o feto. E alguns tem a capacidade de passar a barreira da placenta e atingir o feto. Durante a lactação, o agrotóxico acaba sendo excretado pelo leite humano.

Então, mesmo que não amamente o filho, ele pode nascer com resíduo de agrotóxico?

Sim, isso se a contaminação da mãe for muito elevada.

Foi o caso nas mães [pesquisadas] de Lucas do Rio Verde?

Alguns níveis [encontrados] consideramos altos, até porque o leite humano deveria ser isento de todas essas substâncias. Deveria ser o alimento mais puro do mundo. E a gente vê que isso não ocorre, tanto nos meus resultados quanto em trabalhos realizados no mundo inteiro que evidenciaram essa contaminação. A criança acaba sendo afetada desde a vida uterina e depois na amamentação é mais uma quantidade de agrotóxicos que ela vai receber. Mas é sempre bom lembrar do risco-benefício do aleitamento materno. Nunca se deve incentivar a mãe a parar de amamentar porque seu leite está contaminado. As vantagens do aleitamento materno são muito maiores do que os riscos da carga contaminante que o leite pode vir a ter.

Quais os riscos dessa contaminação?

Os riscos saberemos somente com um acompanhamento a longo prazo dessas crianças. O que pode acontecer são problemas no desenvolvimento cognitivo e, dependendo da carga que o bebê receba desde a gestação, pode causar má formação, que pode só ser percebida mais tarde.

Esse acompanhamento dos efeitos dos agrotóxicos no corpo humano já foi feito ou ainda é uma coisa a fazer?

Quanto ao sistema endócrino, existem evidências. Estudos comprovaram a interferência dos agrotóxicos. Quanto a câncer, má formação e ações teratogênicas (anomalias e malformações ligadas a uma perturbação do desenvolvimento embrionário ou fetal), estudos realizados em animais apontam para uma possível ação dos agrotóxicos nesse sentido. Mas no ser humano não tem como você testar uma única substância. Quando fazem pesquisas, sempre são encontradas mais de uma substância no organismo e, portanto, não se sabe se é uma ação conjunta dessas substâncias que elevou aquele efeito ou se foi a ação de uma substância apenas.

Os resultados da pesquisa são alarmantes?

Foram alarmantes, mas ao mesmo tempo já esperávamos por esse resultado, até porque já tínhamos em mãos resultados da parte ambiental. Vimos que a exposição da população estava muito alta. Com o ambiente contaminado daquela forma, já era esperado encontrar a contaminação do leite, uma vez que o ambiente influencia na contaminação humana também.

O que será feito com esses resultados?

Os resultados já foram encaminhados às mães e, no início do projeto, assumimos o compromisso de, no final, nos reunirmos com elas e explicarmos os resultados. Esperamos que as autoridades do município e de todas as regiões produtoras acordem para o modelo de desenvolvimento que eles estão adotando, porque não adianta ter um IDH alto, ter boa educação e sistema de saúde, se a qualidade de vida em termos de exposição ambiental é péssima.

terça-feira, 19 de março de 2013

Empresa em SP oferece babás e diaristas pela cor da pele

8 de Maio de 2011•04h46



A cor da pele vem sendo usada como critério para a contratação de pessoal em São Paulo. Conforme a reportagem de O Dia constatou ontem, a empresa de recursos humanos Resilar, situada no bairro Vila Mariana, zona sul da capital paulista, dá ao cliente a opção de escolher, na ficha que preenche no site, a opção "cútis" (pele) para ajudar a definir o "perfil" do empregado que quer em sua casa.

Criado em 1989, o Estatuto da Igualdade Racial pune com pena de prisão de um a três anos o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Para o deputado federal e ex-ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, o site (www.resilardomesticas.com.br) da empresa é uma forma de segregação racial. Ele promete levar o caso à Polícia Federal.

Em telefonema da redação de O Dia à Resilar, um repórter se fez passar por contratante e uma funcionária da empresa confirmou que o critério de seleção é baseado na etnia. Ao pedir informações sobre opções de perfil de empregada doméstica, a funcionária respondeu: "o senhor tem que me dizer o serviço que ela vai exercer na residência, a idade, alguma preferência de etnia...", explicou. Depois, disse que a pergunta sobre etnia é feita para evitar possível "constrangimento" durante a fase de entrevistas, em que empregado e patrão em potencial ficam cara a cara.

Em visita à sede da empresa, em São Paulo, a equipe de O Dia perguntou a uma funcionária da Resilar os critérios da escolha de uma empregada doméstica e também ouviu como resposta que a cor da pele é usada como fator de seleção. Informada sobre a denúncia de racismo, uma outra funcionária afirmou, por telefone, que o "responsável pela empresa" só estaria na sede hoje, às 10h.

A presidente do Sindicato das Empregadas Domésticas do Rio, Carli Maria dos Santos, achou um absurdo o critério adotado. "É muito descaramento. Geralmente, as empresas pedem fotos e escolhem as pessoas pela aparência. Aí, não temos como provar que há preconceito. Neste caso, a discriminação é clara", disse.

Brasil tem 7 milhões de domésticas
De acordo com pesquisa do IBGE, cerca de 7 milhões de brasileiras desempenham a função de empregadas domésticas, sendo que 73,8% do total não têm carteira assinada. A maioria é negra.

Na informalidade, de acordo com a pesquisa, as empregadas acabam ganhando 30% menos das que têm carteira assinada. Quando a trabalhadora é negra e vive na informalidade, o ganho é ainda menor: o equivalente a 64,7% do salário mínimo por mês.

Ex-ministro da Igualdade Racial garante: é racismo
Procurado por O Dia, o deputado federal Edson Santos (PT), ex-ministro da Igualdade Racial, disse que vai protocolar denúncia de racismo contra a Resilar na Polícia Federal. Ele também vai denunciar o caso no Ministério Público Estadual de São Paulo, e falou que abordará o assunto na reunião de hoje, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Edson Santos disse que não tem dúvidas de que a Resilar praticou racismo. "Ao usar a expressão cútis no site, está claro que o critério de seleção é baseado na etnia, o que é proibido", disse.

O deputado viu com tristeza o critério usado na seleção dos funcionários. Ele disse que, agindo desta forma, a empresa deixa de oferecer emprego a grande parte da população. "As empregadas domésticas são, geralmente, pessoas muito humildes. E a maioria é negra. Com certeza, uma parcela grande destas profissionais está ficando fora do mercado de trabalho devido à questão racial", afirmou.

Funcionária explica como é a seleção

O Dia: É da Resilar?
Atendente: Isso

O Dia: Eu vi o site de vocês e gostaria de tirar umas dúvidas e obter algumas informações.
Atendente: Pois não, pode falar.

O Dia: Que tipo de serviços vocês oferecem? Só diaristas?
Atendente: Não, aqui temos empregados domésticos de modo geral. Tanto diarista, quanto arrumadeira, passadeira, copeira, serviços gerais e empregadas domésticas.

O Dia: Certo. Deixa eu te explicar: eu moro aqui no Rio e minha irmã ganhou um bebê há pouco tempo. Estou precisando contratar uma babá. Gostaria de saber como vocês fazem a seleção da funcionária.
Atendente: A Resilar tem 40 anos de tradição nessa área. Há cadastros de funcionários qualificados há mais de um ano na empresa, e a gente já tem bancos de dados de profissionais. Então, você abre a solicitação, eu verifico no banco de dados que eu tenho aqui, que é o da empresa e o pessoal, e vejo se encaixou o perfil. Se encaixar, eu aviso ao senhor, e o senhor entrevista aqui ou onde o senhor estiver. Se for para trabalhar no Rio de Janeiro, não vou abrir a solicitação.

O Dia: Ela mora em São Paulo mesmo. Ela está morando há algum tempo em São Paulo. Aí, eu preencho o cadastro pela Internet?
Atendente: Aí, tem um cadastro parcial, mas, se o senhor quiser me passar mais detalhes por telefone, eu acho mais viável, porque tem algumas coisas que a gente precisa perguntar para vocês e que são necessárias para a seleção sair corretamente.

O Dia: Eu tenho um perfil que eu gostaria. Vocês fazem a seleção mediante perfil?
Atendente: Exatamente.

O Dia: Eu também posso fazer um cadastro baseado nas fotos da pessoa. Posso escolher pela foto?
Atendente: Eu faço a seleção aqui da seguinte maneira: o senhor abre a sua solicitação, eu faço o seu cadastro inicialmente, confirmando telefone, endereço, o que é norma da empresa. A pessoa que for selecionada dentro do perfil que o senhor me passar, todas elas já estão com referência, antecedentes indicados. Ou o senhor entrevista aqui na agência de uma vez ou recebe elas onde achar melhor. Pelo perfil, o senhor vai passar justamente os detalhes. Se gosta de alta, baixa, gorda, magra, feia, bonita, e vamos escolher pelo perfil da pessoa, baseado naquilo que o senhor me passou.

O Dia: De que tipo de informação você precisa?
Atendente: Por exemplo, se o senhor precisa de uma empregada, o senhor precisa me passar tudo. E também o nome completo da empregadora, endereço, telefone e local da entrevista. Sobre a empregada, o senhor tem que me dizer o serviço que ela vai exercer na residência, a idade, alguma preferência de etnia, alguma coisa assim. A pessoa tem que me falar também, senão vai constranger ambos.

O Dia: A senhora pergunta antes para não constranger, né?
Atendente: Para evitar um constrangimento tanto para você quanto para ela, tipo assim, pessoas de um tipo, eu mando de outro, então já pergunto tudo para evitar isso.

O Dia: Mas aí nesse cadastro você pode me mandar umas fotos e eu selecionar dentre essas fotos?
Atendente: Não, não trabalhamos com fotos. O senhor já vai me dizer o tipo da pessoa para a gente responder. Não mandamos fotos de ninguém por e-mail.

O Dia: Então, eu mando essa relação para você e, dessas, você seleciona umas seis e, das seis, eu posso escolher uma? É assim?
Atendente: Eu vou selecioná-las e vou chamá-las aqui na agência. O senhor vai vir até aqui, se for o caso, e vai entrevistá-las aqui na agência. Tem uma sala individual, o senhor vai entrevistar uma de cada vez. Depois do término, o senhor vai me dizer qual delas selecionou.

O Dia: Vou ligar para minha irmã e pegar os dados dela completos. Você precisa mais do quê? Do endereço e do nome dela completo, né?
Atendente: Eu preciso do endereço onde a pessoa vai trabalhar, telefone residencial, bairro etc, contatos, entendeu? Essas informações são para dados cadastrais e serão checadas para a gente saber se a pessoa existe.


Fonte:
O Dia
http://noticias.terra.com.br/brasil/empresa-em-sp-oferece-babas-e-diaristas-pela-cor-da-pele,3cd90970847ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

quarta-feira, 13 de março de 2013

Novo papa é associado a sequestros de jesuítas e bebê na ditadura argentina

Cardeal se orgulha de amizade com um dos comandantes da Junta Militar que em sete anos deixou 30 mil mortos, e foi chamado a depor em vários processos

De João Peres, para a Rede Brasil Atual

Agora papa, Bergoglio terá de lidar com um passado incômodo a bater-lhe a porta (Foto: Telam)
Anunciado na quarta-feira (13) como novo papa em uma votação tida como surpreendente, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é investigado dentro de seu país pela colaboração com a ditadura. Nos dois processos mais famosos, responde pela ajuda que teria dado ao sequestro e à tortura de dois jesuítas e à apropriação de bebês, prática comum do último regime militar (1976-83).


A participação de Bergoglio no governo responsável pela morte de 30 mil pessoas é antiga e famosa, mas os sinais mais claros surgiram ao longo da última década, quando, após a derrubada de leis que protegiam os repressores do passado, foi possível dar início a julgamentos. O próprio cardeal se orgulhava das boas relações com o comandante da Marinha Emilio Massera, integrante da primeira Junta Militar e responsável, em 1955, por derrubar Juan Perón durante a autodenominada Revolução Gloriosa – um golpe de Estado, na realidade.

Foi na Marinha que se formou o principal campo de concentração do regime iniciado em 1976. A Escola de Mecânica (Esma, na sigla em castelhano) recebeu 5 mil prisioneiros, e menos de 200 deles saíram com vida. A causa Esma é uma das principais iniciadas nos últimos anos, e tem resultado em desdobramentos que alcançaram Bergoglio.

Ciente disso, e ansioso pela possibilidade de assumir o papado em caso de renúncia de Joseph Ratzigner, Bento XVI, Bergoglio encomendou em 2010 uma operação de “limpeza” de seu nome. Segundo reportagem do jornal argentino Página12, o livro El Jesuíta foi escrito com a intenção de desfazer as más impressões criadas em torno do religioso pelo período em que comandou a Companhia de Jesus, entre 1973 e 1979.

Em 2010, juízes do Tribunal Oral Federal número 5 foram até a sede do arcebispado de Buenos Aires tomar o depoimento do cardeal, acusado de trabalhar pelo sequestro e pela tortura de dois jesuítas em 1976. Naquele momento, Bergoglio comandava a Companhia de Jesus em San Miguel, e uma série de testemunhos o conectam ao crime.

Francisco Jalics e Orlando Yorio, as próprias vítimas do sequestro, acusam Bergoglio de havê-los denunciado, em uma operação policial na qual desapareceram Mónica Candelaria Mignone,María Marta Vázquez Ocampo e Martha Ocampo de Vázquez. Em 2011, o jornalista Horacio Verbistky descobriu um documento do Ministério das Relações Exteriores e Culto da Argentina que corrobora a suspeita. Naquele momento, Jalics, húngaro, havia feito um pedido de renovação de seu passaporte. O informe da chancelaria aponta que Bergoglio apontou que havia “suspeitas de contato com guerrilheiros” e “conflitos de obediência”. A solicitação do jesuíta foi negada.

Em 2010, o médico Lorenzo Riquelme, então com 58 anos, declarou que o grupo que o sequestrou e torturou saiu da sede da Companhia de Jesus. Militante da Juventude Peronista e do movimento cristão, Riquelme deu a declaração com base no que foi dito a sua mulher, também raptada. Ela trabalhava no Observatório de Física Cósmica de San Miguel, que passou de um reduto peronista a um lugar de atuação de homens infiltrados da Marinha e sob controle de Bergoglio.

Mom Debussy, um jesuíta que tinha a confiança de Bergoglio, afirmou que algumas vezes o cardeal lhe contou sobre os projetos de Massera, sempre demonstrando simpatia pelo regime, e que pretendia vender à Marinha o Observatório de Física. Debussy disse ainda que os trabalhadores do Observatório eram demitidos pelo religioso depois de voltar das sessões de tortura.

Outro documento oficial, datado de 1976, narra o que o líder religioso defendeu a comandantes militares. Advogou esclarecer a posição da Igreja Católica, de suporte ao regime, afirmando que “de nenhuma maneira pretendemos formular uma posição de crítica ao governo”, dado que um fracasso “levaria, com muita probabilidade, ao marxismo”.

Em 2011, veio à tona a possível participação de Bergoglio em um caso de sequestro de bebês, uma prática adotada pelo regime, que executou várias mulheres grávidas ou com filhos pequenos. O Tribunal Oral Federal número 6 convocou o cardeal a depor no processo de Estela de la Cuadra, uma das fundadoras das Avós da Praça de Maio. Segundo Estela, o agora papa tem relevantes informações sobre o desaparecimento de sua sobrinha, Ana, roubada dos braços da mãe em uma delegacia de La Plata, cidade vizinha a Buenos Aires.

No mesmo ano, a Justiça francesa determinou que o Judiciário argentino tomasse o depoimento de Bergoglio pela suspeita de participação no desaparecimento de um padre francês que morou na Companhia de Jesus. O testemunho de uma monja em 1984 já indicava a relação do então chefe da congregação com o sequestro que resultou nas mortes de Gabriel Longueville e do sacerdote Carlos de Dios Murias.

Após desoneração, preços da cesta básica sobem em vez de caírem

13/03/2013 - 03h50 via Foia

Embora empresários do setor de supermercados tenham anunciado anteontem em Brasília que os preços de produtos da cesta básica cairiam a partir de ontem, a promessa ainda não se concretizou.


Levantamento dos preços de 25 itens da cesta, realizado pela Folha em lojas de cinco redes diferentes, mostrou que, de 125 preços, apenas 7 caíram, enquanto 12 subiram.

Entre os que encareceram estão até mesmo a carne, que, segundo a associação de supermercados, deveria já hoje apresentar a maior redução -da ordem de 6%.

Carnes bovina, suína, de frango e peixes estão entre os produtos que tiveram tributos cortados pelo governo federal, além de alimentos como manteiga, café e açúcar e itens de higiene pessoal, como sabonete e creme dental.

Dos itens que baratearam, no entanto, apenas dois foram beneficiados pela medida do governo: creme dental e leite em pó. Os outros cinco já eram desonerados: tomate, cebola, arroz e, em duas lojas, batata.

AMOSTRAS

A Folha visitou na segunda e ontem, no mesmo horário, lojas dos supermercados Pão de Açúcar, Carrefour, Extra, Walmart e Sonda, nas zona oeste, norte e central de São Paulo.

Nas duas datas, os preços dos mesmos 25 itens, no mesmo peso e forma de apresentação, foram anotados.

Dos cinco supermercados visitados, Carrefour e Pão de Açúcar, ambos em Casa Verde, fixaram anúncios informando aos clientes que repassariam aos clientes os cortes de impostos federais.

Segundo a mensagem do Carrefour, exibida em um cavalete no hall de entrada, a empresa apoia a decisão do governo e está "trabalhando para reduzir o preço de centenas de produtos".

Já o anúncio do Pão de Açúcar, fixado em prateleiras, diz que, desde anteontem, os descontos atingiam os produtos da cesta básica.

A Abras preferiu não comentar o levantamento da Folha, porque ele não seguiu uma metodologia estatística.

A entidade, entretanto, informou que o repasse da desoneração da cesta básica para o consumidor ocorrerá paulatinamente e que depende da política de estoques e de negociação com fornecedores de cada empresa.

A Abras destacou ainda que orientou os seus associados a repassar integralmente a desoneração e que o setor está comprometido publicamente com a redução de preço dos itens beneficiados pela medida do governo.

MEDIDA

Anunciada pela presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e TV, a desoneração da cesta básica entrou em vigor na sexta-feira. A medida provisória corta a cobrança de PIS/Cofins e IPI de todos os produtos que ainda sofriam tributação.

O governo espera impacto anual de R$ 7,4 bilhões, R$ 5,5 bilhões neste ano.
,13%


Foram pesquisados 125 produtos --macarrão, arroz, papel higiênico, óleo de soja, tomate, cebola, goiaba, jiló, maçã, pera, banana, tangerina, berinjela, pimentão, batata, café, pão, carne, manteiga, leite, pasta de dente, sabonete, feijão, açúcar e farinha de trigo-- em cinco supermercados. Sete tiveram redução no preço e 12, aumento.

Suco de caixinha e refrigerante elevam risco de obesidade infantil revela estudo


Bebidas açucaradas são principais responsáveis por ganho de peso na infância
Refrigerantes, sucos de caixinha e isotônicos devem ter o consumo limitado


POR MINHA VIDA - PUBLICADO EM 12/03/2013


Um estudo pulicado nesta terça-feira (12) no American Journal of Preventive Medicine aponta que bebidas açucaradas, como refrigerantes, sucos de caixinha, isotônicos e quaisquer outros líquidos com alta concentração de açúcar, podem ser os principais responsáveis por dietas hipercalóricas na infância. Além disso, crianças que consomem esse tipo de bebida são mais propensas a consumir alimentos pouco saudáveis. A descoberta foi feita por pesquisadores do Departamento de Nutrição da University of North Carolina, nos Estados Unidos.

A pesquisa foi baseada em dados de 2003 a 2010 de uma pesquisa nacional chamada What We Eat in America. Por meio de uma amostra de 10.955 crianças e adolescentes com idades entre dois e 18 anos, foi possível avaliar os hábitos alimentícios em três faixas de idade: dos dois aos cinco anos, dos seis aos onze anos e dos 12 aos 18 anos de idade.

Os resultados mostraram que bebidas açucaradas eram as grandes responsáveis pelo consumo excessivo de calorias nas crianças com idades entre dois e 11 anos. Entre o grupo com idades entre 12 e 18 anos, isso também foi observado, mas somente quando o consumo de bebidas açucaradas ultrapassava 500 calorias por dia. Além disso, consumir muito refrigerante e suco de caixinha foi relacionado a uma alimentação mais calórica.

Para o autor, o estudo é um alerta para os pais, que são os principais responsáveis por ensinar bons hábitos alimentares para seus filhos. Embora sejam gostosos, pizzas, bolos, biscoitos e batatas fritas devem ter o consumo limitado.

Fonte: http://msn.minhavida.com.br/familia/galerias/16149-bebidas-acucaradas-sao-principais-responsaveis-por-dietas-hipercaloricas-na-infancia

terça-feira, 12 de março de 2013

Debate Liberalismo, John Locke e a defesa da escravidão


http://servico.mercadolivre.com.br/MLB-465763746-negro-africano-legitimo-unico-dono-bom-estado-de-saude-_JM

quem quer comprar esse neguinho,legítimo livre mercado,só falar. (Ele trabalha 21 horas por dia e se ele reclamar vem um chicote de brinde).
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