14/12/2012 14:45
Por Redação, com Reuters - de Seul
Norte-coreanos aplaudem diante de retratos do fundador do país, Kim Il-sung, e do líder Kim Jong-il, que faleceu, durante comício para comemorar lançamento de foguete
A poucos dias de comemorar um ano no poder, Kim Jong-un pode se orgulhar de ter realizado o antigo sonho norte-coreano de se tornar uma “potência espacial”.
Em um grande desfile nesta sexta-feira em Pyongang, milhares de soldados fardados, além de muitos civis, celebraram a “vitória” obtida por Kim ao lançar nesta semana um foguetepara colocar um satélite em órbita.
- Sob a grande liderança de Kim Jong-un, estamos realizando uma sagrada tarefa rumo à nossa última vitória no sentido de construir uma nação forte e próspera – disse Kim Ki-nam, membro do Politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia (comunista), diante da multidão que aplaudia e gritava, a despeito da temperatura gélida.
Dividem os louros com o líder de 29 anos três civis que ganharam força dentro do regime no último ano e que ajudaram Kim a controlar as poderosas Forças Armadas do país, movimento que pode deixar a reclusa Coreia do Norte mais próximo de tentar retomar um diálogo direto com os EUA.
O lançamento de quarta-feira, com o qual a Coreia do Norte pela primeira vez colocou um satélite em órbita, pode ter contribuído para consolidar as posições de Jang Song-thaek, tio de Kim; Choe Ryong-hae, principal estrategista das Forças Armadas; e Ju Kyu-chang, de 84 anos, chefe do programa nuclear e de mísseis do país.
- O lançamento do foguete reforça politicamente para a posição de Jang Song-thaek e Choe Ryong-hae, que têm estado ao redor de Kim Jong-un – disse Baek Seung-joo, do Instituto de Análises de Defesa da Coreia, ligado ao governo sul-coreano.
Potências internacionais dizem que o lançamento norte-coreano violou resoluções da ONU que proíbem o desenvolvimento de tecnologias relacionadas a armas nucleares e mísseis balísticos. Muitos analistas suspeitam que o foguete sirva de teste para um futuro míssil de longo alcance que seja capaz de levar uma ogiva nuclear ao território continental dos EUA.
Embora os EUA tenham condenado o lançamento e defendido o endurecimento das sanções à Coreia do Norte, ainda em fevereiro o governo norte-americano propunha oferecer ajuda alimentar a Pyongyang. Na época, fazia pouco mais de um ano que a Coreia do Norte havia bombardeado uma ilha sul-coreana, matando civis, e afundado um navio militar sul-coreano.
A ascensão de Jang e Chae especialmente, outrora ridicularizados como “falsos” militares por veteranos do Exército, junto com o idoso burocrata-chefe do programa de mísseis, pode também indicar que o renegado regime está tentando se fortalecer para negociações nas quais consiga ajuda e concessões.
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