quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Crise do Capitalismo: Grécia descuida da higiene em hospitais

5/12/2012 14:17, Por Redação, com Reuters - de Londres via Correrio do Brasil


A Grécia já é um dos países europeus com mais casos de infecções hospitalares

Por causa da criseeconômica na Grécia, funcionários de hospitais estão deixando de cumprir protocolos básicos de controle de infecções, como o uso de luvas e toucas, e isso gera a ameaça de disseminação de doenças resistentes a medicamentos, segundo a principal autoridade sanitária europeia.

A Grécia já é um dos países europeus com mais casos de infecções hospitalares, e especialistas temem que a situação piore por causa da criseeconômica, que levou a demissões em hospitais e a uma piora no padrão de atendimento.

Com menos médicos e enfermeiros precisando cuidar de mais pacientes, os hospitais estão ficando sem dinheiro para suprimentos e expondo os pacientes a riscos mesmo em questões básicas de higiene, segundo Marc Sprenger, diretor do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (CECD).

- Vi lugares onde a situação financeira não permitia nem exigências básicas, como luvas, toucas e toalhas com álcool – disse Sprenger após passar dois dias visitando hospitais e outras instalações sanitárias em Atenas.

- Já sabíamos que a Grécia está em péssima situação com relação a infecções resistentes a antibióticos, e depois de visitar hospitais lá estou realmente convencido de que falta um minuto para a meia-noite nesta batalha – disse ele à agência inglesa de notícias Reuters.

Sprenger disse que a situação leva pacientes com doenças altamente infecciosas, como a tuberculose, a não receberem o tratamento necessário, e que isso pode contribuir para que cepas resistentes se firmem na Europa.

A Grécia gasta 11 bilhões de euros (UU$ 14,4 bilhões ) com saúde, o que significa pouco mais de 5 % do PIB. O governo diz que há uma dívida de aproximadamente 2 bilhões de euros no sistema, e que é preciso cortar gastos drasticamente.

Muitos trabalhadores da saúde já perderam seus empregos, e outros dizem que há meses não recebem os salários corretamente. Em outubro, uma faixa estendida por médicos em frente ao hospital Evangelismos, em Atenas, dizia simplesmente: “O sistema de saúde está sangrando.”

Exaustos, médicos nos 133 hospitais públicos gregos se queixam da falta de funcionários e de suprimentos básicos, como algodão, cateteres, luvas e papel-toalha, para cobrir os leitos nos exames.

O neurocirurgião Panos Papanicolaou, membro do sindicato de médicos da Grécia, disse que por causa do corte de pessoal há 90 a 100 pacientes por dia esperando nos corredores do Hospital Geral Nikea, de Atenas, onde ele trabalha. Muitos acabam indo embora sem tratamento, e só voltam quando seu estado se agrava.

Segundo o médico, enfermeiros sobrecarregados precisam atender o dobro dos pacientes que antes. Ele confirmou que há escassez de luvas descartáveis. “Se uma enfermeira precisa ver dez pacientes em vez de cinco, sem luvas descartáveis, é certo que a transmissão de infecções irá aumentar rapidamente”, afirmou.

A Grécia pode em breve enfrentar mais problemas se o governo ficar sem dinheiro para a compra de remédios. Pelo menos dois laboratórios já suspenderam entregas de produtos a hospitais gregos.

No mês passado, o CECD alertou que infecções causadas pelo bacilo “K. pneumoniae”, resistente aos antibióticos mais avançados, “estão elevadas e aumentando em alguns países da UE”.

- Não é mais um risco – disse Sprenger. “Já está muito ruim o desafio é reverter isso. Mas você só pode focar adequadamente nisso se não estiver sobrecarregado de pacientes.”

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