quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Yoani Sánchez e seu prêmio envenenado

Via Rede Voltaire roubartilhado do blog do Gilson Sampaio
Liberdade de imprensa ou liberdade de mentir através da imprensa?
por Miguel Angel Ferrer  Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti


Apesar de já contar com 25 vice-presidentes regionais, a SIP – freqüentemente designada na América Latina como a Sociedade Interamericana de Patrões da Imprensa -, acaba de acrescentar uma “vice-presidente regional para Cuba cuja tarefa principal será o monitoramento da liberdade de imprensa em seu país”. Para o conhecido comentarista mexicano Miguel Angel Ferrer, a SIP faz um fraco favor à sua vice-presidente número 26.

No dia 8 de novembro passado, a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), organização que essencialmente agrupa os donos de mais de 1300 meios de comunicação e que tem sua sede em Miami, designou a blogueira cubana Yoani Sánchez Cordero como vice-presidente regional para Cuba da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação, encarregada de supervisionar a liberdade de imprensa na ilha.

Dessa forma, uma organização patronal, freqüentemente assinalada como entusiasta participante das atividades de propaganda obscura, desinformação e guerra suja da CIA (a agência central de inteligência norte-americana) contra governos e movimentos populares opostos ou insubmissos aos desígnios dos Estados Unidos, designou uma blogueira caluniadora e a serviço da própria CIA como guardiã da liberdade de imprensa em Cuba.

Esse tipo de associação mafiosa em seguida nos traz à mente duas pérolas dos ditados mexicanos: 'Tal para cual' e 'Nunca falta un roto para un descosido' (Nunca falta um rasgado para um descosturado – N.do T.) É que tanto a SIP como a blogueira se distinguem igualmente por disfarçar em defesa da liberdade de expressão uma agenda informativa notoriamente contrária a essa referida liberdade. E não é só por isso: também se distinguem por sua fome por dinheiro.

À SIP, desde logo, não se pode reprovar que procure o benefício econômico de seus associados. Ao fazer isso, é conseqüente com seu caráter de associação patronal. Mas ela pode ser criticada se, em função desse interesse econômico, ou independentemente dele, sacrificar a verdade informativa e a troque pela difusão de falsidades, calúnias, tergiversações ou ocultamentos. Defender e procurar os lucros comerciais dos associados não implica, necessariamente, em ter que desinformar, mentir, caluniar e ocultar.

Yoani Sánchez, por seu lado, também desinforma [1], mente[2], tergiversa e oculta[3]. E também como a SIP, atua em consonância com a agenda subversiva e desestabilizadora da CIA. Mas, no caso da blogueira, a via para obter dinheiro é simples servidão. Ela cobra por seus serviços infamantes e desprezíveis.

Pode-se duvidar, ingenuamente, da presença da blogueira na folha da CIA, mas não se pode duvidar do pagamento dos seus serviços de propaganda obscura e guerra suja contra Cuba por conta da CIA. Esses pagamentos são públicos, e estão representados pelos inumeráveis prêmios, acompanhados de generosas quantias de dinheiro, que lhe foram conferidos por organizações anticomunistas, de direita e pró-imperialistas de muitos países.

Suas avultadas receitas econômicas também são furto do pagamento pelos serviços de correspondente pagos por órgãos interessados na queda do regime cubano, como é o caso do jornal espanhol El País, que mesmo sumido em uma profunda crise financeira que já custou o emprego à metade de seu quadro de funcionários, mantém os generosos emolumentos a Yoani Sánchez, sua caluniadora correspondente em Havana.

O mais recente prêmio, com salário incluído, foi a designação de Yoani para vigiar, por conta da SIP, ou seja, da CIA, a liberdade de expressão em Cuba. Contudo, trata-se de um premio envenenado, por que nada faz mais estragos a um jornalista (ou suposto jornalista) do que achar-se claramente na nominata de uma agência de espionagem com uma bem merecida fama de assassina. Agora, nem pensar que Yoani alardeie ser jornalista independente.

Notas:

[1] Ver documento adjunto Cable confidencial de la Sección de Intereses de Estados Unidos en Cuba dirigido al Departamento de Estado con las “respuestas del presidente Obama”… redigido pelos funcionários norte-americanos em Havana.

[2] Ao levar a público sua “entrevista” ao presidente Barack Obama, a blogueira disse ter feito chegar um questionário similar ao presidente cubano Raúl Castro, o que não era verdadeiro, como pode se saber através de outro telegrama confidencial do Departamento de Estado. (Ver “Escandalosas revelaciones en Wikileaks: Obama nunca respondió entrevista de Yoani Sánchez (+ Video)”, CubaDebate, 4 de setembro de 2011

.[3] Em março de 2012, un grupo de pessoas ocupava uma igreja em Havana. Yoani Sánchez ocupou-se de alertar a imprensa estrangeira e de indicar os ocupantes “entrevistáveis” (Ver “Mercenarios cubanos apoyaron ocupación de iglesia en La Habana”,Cambios en Cuba, 16 de março de 2012). Mas, em agosto de 2012, a mesma “correspondente” do jornal espanhol El País prefería ignorar as revelações sobre aquele incidente (Ver “Al descubierto un plan de ocupación de iglesias durante la visita del Papa a Cuba: cada participante recibiría 500 dólares”, CubainformacionTV, 1º de agosto de 2012).

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