Há muito, a esquerda direitosa tem se empenhado em professar um socialismo sabor burguês. O primeiro representante dessa corrente foi o sr Eduard Bernstein, dirigente da Segunda Internacional. Dono de um bom cabedal intelectual, ele formulou a tese do Socialismo Evolucionário. Argumentou que o socialismo revolucionário, defendido por Marx, merecia revisão, pois o capitalismo havia chegado à sua fase imperialista e isso mudava as regras do jogo.
O Socialismo Evolucionário era visto com simpatia, por setores da burguesia. Esse socialismo punha de lado as rupturas radicais. Defendia o discurso de que a igualdade social seria conquistada gradualmente. Felizmente essa posição foi rechaçada pelos socialistas revolucionários daquela época, destacando-se a figura de Rosa Luxemburgo. No entanto, vale considerar que a tentativa de se modelar um socialismo sabor burguês, ressurge com o advento do stalinismo. Nessa ocasião, rebaixa-se o discurso socialista para agradar os setores da burguesia com quem haveria de construir as chamadas frentes populares.
Stálin, morto, surgiu o stalinismo na versão kruchevista que reassumia o discurso sabor burguês do “caminho pacífico para o socialismo”. Os partidários dessa formulação política, acusavam a outra facção, aquela que defendia o movimento armado, como aventureiros, e o que se viu foi o fato do propalado “caminho pacífico” redundar em episódios de violência que custaram muito mais sangria do que a “aventura” da luta armada.
Após a monumental queda do Muro de Berlim, houve o esvaziamento completo do velho discurso da esquerda direitosa de que haveria dois mundos: um capitalista e outro socialista em franca concorrência, sobretudo através da corrida armamentista. O discurso dos dois mundos, mostrou-se uma fraude e ao invés de se fazer uma análise crítica da Revolução Russa e do stalinismo, o que vimos foi a adesão total da esquerda, em geral, ao caminho institucional, como forma gradualista de se chegar à superação do capitalismo. A burguesia agradece!
POBRE MARX...
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