Tenho larga experiência em debates sobre religião na NET, principalmente nos áureos tempos do Orkut, e o que mais me impressionava era a incrível capacidade dos cristãos em geral, mas dos evangélicos em especial, para o discurso falacioso, mentiroso ou simplesmente intelectualmente desonesto.
Aqui temos um evangélico que, além de tudo, ainda é ex-editor da Época, revista ícone do jornalismo marrom e sensacionalista, bem ao gosto do PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Lógico que com estas “credenciais”, tentar exigir um mínimo de honestidade intelectual, de decência filosófica ou boa fé, é um abuso do direito de ser ingênuo.
Nosso “evangélico da vez” usou seu texto para relembrar as técnicas de manipulações de que são pródigas as matérias da Época, afirmando que Willian Lane Craig constantemente convida Richard Dawkins para debates, sempre recusados por ele, omitindo entretanto as justificativas para a recusa.
Esta omissão é deliberada, para dar a entender que Richard Dawkins se acovardou ante argumentos supostamente demolidores de alguém que nem filósofo é, pois jamais declarou em que faculdade teria se graduado. Este é o padrão global de manipulação, de desonestidade intelectual, muito utilizado pelos pastores evangélicos e outros estelionatários da mesma jaez.
Certamente o talzinho Ricardo Alexandre tem ciência que Richard Dawkins se recusa a debater com William Craig por considerá-lo um fundamentalista apologista do genocídio, eis que apesar de a quase totalidade dos padres, pastores e rabinos metaforizar a matança do Cananeus (Deuteronômio 20:13-17), Craig começa seus argumentos justificando o massacre, acusando os cananeus de debochados e pecaminosos, e portanto mereciam ser abatidos.
Em seguida, dando azo a sua depravação moral, Craig começa a tratar do tema das crianças cananeias:
"Mas por que tirar a vida de crianças inocentes? A terrível totalidade da destruição foi, sem dúvida, relacionada com a proibição de assimilação de nações pagãs por parte de Israel. Ao comandar a destruição completa dos cananeus, o Senhor diz:" Você não deve casar com eles , dando suas filhas a seus filhos, ou de tomar as suas filhas para vossos filhos, porque eles iriam afastar seus filhos de mim, para servir a outros deuses "(Dt 7,3-4). [...] Deus sabia que, se estas crianças cananeus tivessem permissão para viver, isso significaria a ruína de Israel. [...] Além disso, se acreditarmos, como eu, que a graça de Deus é estendida para aqueles que morrem na infância ou como crianças pequenas, a morte dessas crianças foi, na verdade, sua salvação. Nós estamos tão apegados ao terreno, perspectiva naturalista que nos esquecemos que aqueles que morrem são felizes, por sair desta terra para a alegria incomparável de Deus. Portanto, Deus não fez mal a essas crianças ao tomar suas vidas".
Mas a imbecilidade evangélica parece não ter fim, pois no mesmo artigo, o herói do Ricardinho ratifica sua depravação:
"Então, a quem Deus fez mal ao comandar a destruição dos cananeus? Não aos adultos cananeus, pois eles eram corruptos e merecedores de julgamento. Nem as crianças, pois elas herdaram a vida eterna. Então, quem é prejudicado? Ironicamente, eu acho que a parte mais difícil de todo este debate é o mal feito para os israelenses [sic] os próprios soldados. Você pode imaginar o que seria ter que entrar em alguma casa e matar uma mulher apavorada e seus filhos? O efeito brutal sobre estes soldado israelenses [ sic] é preocupante."
Você pode até imaginar que este ser abjeto somente é um evangélico com a mente lavada defendendo sua bíblia, mas este nojento não só justifica o assassinato brutal, inclusive de crianças, como ainda coloca como vítimas do genocídio os próprios genocidas. Pela sua tese, os nazistas das SS é que deveriam receber tratamento psicológico, por seus traumas derivados de terem exterminado milhões de pessoas nos campos de concentração.
Mas continuemos, para ver até que ponto chega a depravação moral do Ricardinho, pois seu “debatedor-herói” depois ainda nos presenteia com mais uma “pérola”:
"Como resultado de uma leitura mais atenta do texto bíblico, concluí que a ordem de Deus para Israel não foi primariamente para exterminar os cananeus mas para expulsá-los da terra. [...] Canaã estava sendo entregue a Israel, a quem Deus tinha trazido para fora do Egito. Se as tribos de Canaã, vendo os exércitos de Israel, tivessem simplesmente escolhido fugir, ninguém teria sido morto. Não havia nenhum comando para perseguir e caçar os povos cananeus.
É, portanto, completamente enganoso caracterizar o mandamento de Deus para Israel como um comando para cometer genocídio. Pelo contrário, foi antes de tudo um comando para expulsar as tribos da terra e para ocupá-la. Somente aqueles que ficaram para trás eram para ser totalmente exterminados. Ninguém tinha que morrer em toda esta questão. "
Você, leitor, aceitaria debater com um nojento que justifica genocídios porque as vítimas não fugiram a tempo? Você aceitaria debater com um evangélico falacioso, intelectualmente desonesto, da direção da imprensa manipuladora, fascistas e golpista? Ricardo Alexandre, meus pêsames pelo que você é!
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