quinta-feira, 18 de junho de 2015

A "Santa" Inquisição na Idade das Trevas e hoje

Já que estamos na Semana Santa, na qual os cristãos rememoram a crucificação de Jesus, vamos lembrar de uma outra santa: a "Santa" Inquisição.



A Idade das Trevas

A Inquisição da igreja católica durou 588 anos, deixando um rastro de milhões de pessoas torturadas, assassinadas, queimadas, decaptadas, enforcadas e empaladas (uma lança atravessava o corpo do anus à boca).

Os motivos para tais penas iam desde condenar aqueles que praticavam religiões antigas (acusados de bruxaria e magia), a defensores de ideias proibidas como: dizer que o sol girava ao redor da Terra, que as estrelas são sóis e que o universo é infinito.


Mas não foram apenas os católicos que cometeram tais crimes. Muitas  denominações protestantes e evangélicas fizeram os mesmo. Seja nas guerras contra judeus e muçulmanos, seja na conversão forçada de índios e povos pagãos que praticavam cultos tradicionais ligados à natureza. Esta é uma sombra coletiva de todos os cristãos.


Se somarmos os crimes das cruzadas, inquisições, guerras religiosas, e tantos outros atentados de ações de terror religioso contra pessoas, povos, países, culturas e religiões, todas elas feitas em nome do cristianismo e da defesa da religião cristã, temos entre 20 a 40 milhões de pessoas mortas.


Portanto, se a dor, o sofrimento e o assassinato de Jesus são capazes de sensibilizar qualquer ser humano, lembrem-se, cristãos, de que o sofrimento daqueles que morreram assassinados por não aceitarem ser convertidos, foi tanto ou muito mais dolorido do que o de Jesus.


Jesus foi um. As vítimas da inquisição foram milhões. Tantas quanto em toda II Guerra Mundial!


A intolerância religiosa nos dias de hoje

Hoje voltamos a ver a intolerância religiosa crescendo no mundo.

O fanatismo se propaga nos vários tipos de religiões, e muitos movimentos religiosos começam a tomar o governo e a criar leis. Ao mesmo tempo, estouram casos de pedofilia, estupros e outros crimes sexuais cometidos por padres, pastores e sacerdotes. Cada mês surge nova denúncia de trambiques financeiros e de evasão de divisas por bispos.

Católicos, protestantes, evangélicos, todos novamente em guerra para disputar fiéis, que são tratados como consumidores, numa elaborada estratégia de marketing para ganhar almas de pagadores de dízimos. Se antes a igreja católica vendia indulgências que eram terrenos no céu, hoje evangélicos têm débito em folha de pagamento, em conta ou no cartão de crédito.

Acumulam fortunas e compram redes de televisão, de rádio, constroem templos gigantescos, e vivem nas maiores mansões passeando de helicóptero. Sempre pregando intolerância e o ódio contra tudo o que não são eles. Assim, estimulam constantes ataques de gangues religiosas a adeptos de cultos afro-brasileiro ou de outras práticas que, como a inquisição, acusam de serem cultuadores de diabo.

Rememorar a Inquisição não é fazer propaganda contrária ao cristianismo tampouco ficar mexendo com sombras do passado. É alertar para um perigo eminente que é a emergência do fanatismo religioso e a apropriação dos órgãos de Estado por instituições religiosas.

O que deu poder à Inquisição foi exatamente quando ela se associou aos reis e senhores feudais para exercer seu poder. Hoje, o movimento dos fanáticos e intolerantes é ganhar postos no governo e eleger vereadores, deputados e senadores. Assim, progressivamente moldam o Estado à sua imagem e semelhança. Como fez a inquisição.

http://thomasdetoledo.blogspot.com.br/2012/04/santa-inquisicao-na-idade-das-trevas-e.html

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