quarta-feira, 3 de junho de 2015

Maconha não!


Por Andreia Salles

"Se você acha que a legalização da maconha acaba com a guerra das drogas, basta olhar de perto o estado norte-americano do Colorado, que legalizou o uso da maconha recreativa no final de 2013. Apenas 60% de toda droga consumida vem de lojas ou plantações individuais. Os outros 40% são vendidos por traficantes. Droga vinda do México. O motivo é simples. Com o imposto cobrado pelo governo, a maconha que sai a U$ 36 nas lojas, pode ser comprada a U$ 10 no traficante, em média. A melhor forma de tomar uma decisão difícil é olhar para trás e ver o que aconteceu com episódios parecidos.

Primeiro, vamos olhar para a experiência que já temos com drogas lícitas, tabaco e álcool. A legislação brasileira não permite que menores de 18 anos ingiram bebida alcoólica. Quem aqui nunca viu um menor enchendo a cara em um bar? Não existe fiscalização, não existe punição, não existe campanha educativa.

Outro argumento para a legalização é a arrecadação de impostos. O montante gasto na saúde pública com o tratamento de doenças relacionadas ao tabaco é de R$ 21 bi, 30% do orçamento do Ministério da Saúde e 3,5 vezes maior do que a Receita Federal arrecadou com impostos de produtos derivados do tabaco.

No início de maio, esteve no Brasil um dos maiores pesquisadores de esquizofrenia e psicoses desenvolvidas a partir do uso de maconha, o médico inglês Robin Murray. Ele apresentou índices alarmantes de desenvolvimento de doenças mentais a partir do uso. O médico ressaltou que é muito raro as pesquisas na área da psiquiatria apontarem todas para a mesma direção, mas que isso tem acontecido nos estudos com maconha.

Um dos estudos apresentados pelo médico mostrou o risco ainda maior de desenvolver esquizofrenia nos usuários que começaram aos 15 anos, 4,5 vezes maior do que em quem começou a fumar na idade adulta. Só que todos sabemos que a maconha atinge principalmente os adolescentes. O médico-psiquiatra Valentim Gentil, um dos maiores pesquisadores dos efeitos psicóticos da maconha no Brasil, diz que “oficializar a maconha é abrir uma fábrica de esquizofrênicos”.

Alguém pode dizer que “todo mundo já usa, então, é melhor legalizar logo, não é mesmo?”. Errado. E para desmascarar esta tese vou novamente mostrar a experiência da legalização no Colorado. Antes da liberação recreativa, o estado já autorizava o uso para fins medicinais. Até 31 de dezembro de 2013, existiam 100 mil usuários cadastrados. Um ano depois da legalização, em 31 de dezembro de 2014, estima-se que esse número tenha passado de 1 milhão de usuários. O motivo é simples: a droga, quando se torna legal, desperta interesse, principalmente entre os jovens. A pergunta que devemos fazer é se nosso país tem condições de ter mais uma droga legalizada. E mais, se realmente precisamos expor crianças e adolescentes a riscos irreversíveis, pois esquizofrenia não tem cura."

http://www.uniad.org.br/interatividade/noticias/item/23149-maconha-n%C3%A3o

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