21 DE JANEIRO DE 2013 - 13H41 via Vermelho.Org
Os 240 bilhões de dólares da renda líquida das 100 pessoas mais ricas do planeta bastariam para acabar quatro vezes com a pobreza extrema mundial, segundo o mais recente relatório da Oxfam.
Por Marco Antonio Moreno
A explosão da riqueza e os rendimentos extremos aprofunda a desigualdade e dificulta a capacidade mundial de combater a pobreza, adverte a organização internacional Oxfam num comunicado divulgado a poucos dias do Fórum Económico de Davos, que terá ocorrerá na próxima semana.
Os 240 bilhões de dólares de renda líquida das 100 pessoas mais ricas do planeta bastariam para acabar quatro vezes com a pobreza extrema, segundo o relatório The cost of inequality: how wealth and income extremes hurt us all (O custo da desigualdade: como a riqueza e os rendimentos extremos prejudicam a todos). O relatório faz um apelo aos líderes mundiais para conter os rendimentos extremos e se comprometerem com a redução da desigualdade, pelo menos até os níveis existentes em 1990.
O 1% das pessoas mais ricas do planeta aumentaram os seus rendimentos em 60% nos últimos 20 anos e a crise financeira só tem acelerado esta tendência, em vez de a reduzir.
O estudo adverte que a riqueza e os rendimentos extremos não só não são éticos, como além disso são economicamente ineficientes, politicamente corrosivos, dividem a sociedade e são destrutivos para o meio ambiente. José María Vera, diretor geral de Intermón Oxfam, afirma que "não podemos continuar a fingir que a geração de riqueza para uns poucos beneficiará o resto - e muitas vezes a realidade é a contrária”. "A concentração de recursos nas mãos do 1% mais rico debilita a atividade económica e torna a vida mais difícil para o resto - particularmente para os mais vulneráveis e os mais pobres".
"Num mundo no qual até os recursos mais básicos, como a terra e o água, são cada dia mais escassos, não podemos permitir-nos concentrar ativos nas mãos de uns poucos e deixar a maioria a guerrear pelo que fica." A estimativa é de que cada uma das pessoas que integram o seleto grupo do 1% mais rico do planeta utiliza 10.000 vezes mais carbono que um cidadão norte-americano médio.
Como paradigma da tendência contrária encontra-se o Brasil, que tem crescido rapidamente ao mesmo tempo em que reduzia a desigualdade - bem como o sucesso histórico dos Estados Unidos nos anos 30 quando se implantou o New Deal de Roosevelt que ajudou a reduzir a desigualdade e a atalhar os interesses espúrios. Nesta mesma linha manifesta-se Vera e assegura que "precisamos um New Dealglobal para reverter décadas de incremento da desigualdade. Como primeiro passo os líderes mundiais deveriam comprometer-se formalmente a reduzir a desigualdade para os níveis existentes em 1990".
"Desde paraísos fiscais até débeis leis de emprego, os mais ricos se beneficiam de um sistema económico global montado a seu favor. É hora de que os nossos líderes mudem o sistema para que funcione no interesse de toda a humanidade em lugar de o fazer para uma elite mundial". Acabar com os paraísos fiscais - que albergam cerca de 32 trilhões de dólares (ou um terço da riqueza global) poderia gerar 189 bilhões de dólares adicionais nas receitas fiscais.
Fonte: Esquerda.net
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