quinta-feira, 21 de junho de 2012

SMITH RICARDO E MARX: LIVRE MERCADO OU NÃO? ESTADO FORTE OU ESTADO MINIMO?

O que Noruega, Cuba e Haiti tem para nos ensinar sobre economia política?
por Marivalton Rissato para o Facebook


Para ser um bom marxista nao se deve ler somente Marx, mesmo por que é impossível entender Marx sem conhecer aqueles que foram seus mestres e inspiradores.

A teoria de Marx se sustenta  sobre vários  pilares, dentre eles a filosofia e dialética de Hegel, o materialismo de Darwin e Fueurbach, a perspectiva  revolucionária dos socialistas utópicos (franceses). E principalmente a teoria econômica política de Smith e Ricardo (de onde será tirado a sua tese da mais-valia dentre outras e inspirará a sua obra principal, O Capital). Hoje vou abordar estes últimos, Smith e Ricardo.

Smith é o economista político que ficou considerado como pai do liberalismo clássico. Foi Smith quem nos ensinou que somente a livre concorrência poderia fazer evoluir a qualidade das mercadorias, dos meios de produção, e assim diminuir o preço das mercadorias e finalmente o bem estar de todos (trabalhadores, consumidores e patrões), já Ricardo é quem irá ensinar Marx sobre valor-trabalho, renda diferencial e teoria dos salários.

Geralmente os marxistas "xiitas" me acusam de "traidor" e "herege" quando me ouvem defender a tese smithiana de livre-concorrencia, o que eles não entendem é que eu, assim como Marx, concordamos com  Smith em vários sentidos e neste texto irei demonstrar por que eu concordo com a tese de livre-mercado (uma heresia para meus colegas marxistas) e apontar suas vantagens e desvantagens,  vamos lá.

Óbvio que se eu montar uma padaria e somente eu produzir pães, irei cobrar o preço que meu coração mandar e como o meu coração é egoísta, o preço nao será tão justo assim, mas se houver outros padeiros e outras padarias competindo comigo no mercado? Obvio que terei que alem do preço, melhorar a qualidade de meus pães.

Se o Estado me proibir de produzir pães e ele próprio produzir, visto que o Estado não terá concorrência (pois proibiu a todos de produzir pães e monopolizou tudo), o pão não devera ser tao bom assim e seu preço menos ainda.

A livre-concorrencia nao é questão de simples fator ideológico, ou disputa argumentativa entre socialistas e capitalistas, a livre-concorrencia é antes de tudo uma  NECESSIDADE.

Porem, em uma economia livre onde o Estado é mínimo, e  não se intromete no mercado, quem ira garantir e assegurar que eu não venha a ser dono e controlar todas as padarias e assim impedir eu mesmo a livre-concorrencia?

Meu coração egoísta?

Sou Marxista e estudioso de Smith e Ricardo e por isso defendo um Estado forte, que deva controlar a economia sim, pois do contrario quem poderá nos ajudar? O super-homem? O Batman? O brother Sam?

Vejam meus caros, a Noruega é um país que a mais de 60 anos é governada por socialistas (PTN - Partido Trabalhista Norueguês), sua economia mescla economia de mercado com economia planificada (socialismo), seu Estado é forte e altamente controlador (regulador) e seu Banco Central esta nas mãos do governo. A Noruega esta em 1° lugar do ranking do Pnud em IDH (qualidade de vida), mas tudo bem a Noruega é rica por natureza, debaixo de suas terras tem de tudo, tem minérios, tem hidrocarbonetos, tem água etc mas e os países pobres como o Haiti que foi uma colônia por séculos e teve suas riquezas naturais exploradas e sugadas assim como Cuba, o que fazer com o Haiti?

Veja, Cuba é tão pobre quanto o Haiti e sofreu dos mesmos problemas, foi explorada igualmente por séculos enquanto colônias, a única diferença entre Cuba e Haiti é que Cuba optou pelo socialismo, hoje Cuba é a maior potencia olímpica (per capita), exibe um dos mais altos IDH do mundo (Pnud), seu nível de analfabetismo e mortalidade infantil é praticamente zero (esta a frente dos EUA inclusive), tem uma das maiores expectativa de vida (79,9 anos), mais da metade dos jovens possuem ensino superior e a taxa de analfabetismo é praticamente zero, a grande parte do povo pratica esportes, danças, musicas, etc.

A taxa de desemprego de Cuba é de apenas 1,6% (umas das menores do mundo), todos tem moradia própria e acesso a saúde publica e de qualidade (por isso a baixa mortalidade infantil e alta expectativa de vida), todos tem acesso a educação pública (considerada uma das melhores do mundo)  e segurança (apesar da pobreza, quase nao existe assaltos, roubos ou furtos).

Se o Estado mínimo e o livre-mercado é tão eficaz como explicar o caso da Noruega e de Cuba?
Marivalton Rissatto é graduando em Ciências Sociais pela UMESP, formado em Metodologia Cientifica pela Universidade Metodista de São Paulo(2010) com atualização em ciências e saber pela Fundação Getulio Vargas(2011). Participou dos cursos pelo SENASP em  Licitações e Lavagem de Dinheiro (2012).
Obs. Permitida a cópia desde que citada as fontes.
_____________________________________________
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA E OBRAS CONSULTADAS:
-

·         CARVALHO, Marcelo. Ricardo e a distribuição da riqueza. São Bernardo, 2012.
·         _________________. Smith e o inicio da economia politica classica. SBC, 2012.
·         -MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Abril, 1985.
·         -RICARDO, David. Principios de economia politica e tributaçao. São Paulo: 1983.
·         -SMITH, Adam. A Riqueza das nações. São Paulo: Abril, 1983. (Os Economistas)

3 comentários:

  1. Marivalton,

    Gostei do seu artigo. Mais especificamente, gostei da sua estratégia de discordar dos seus pares e analisar sem preconceitos.

    Gostei também da sua visão multidisciplinar.

    Vamos conversar?

    ResponderExcluir
  2. Me fale onde você comprou esses diplomas, pois estou precisando.

    ResponderExcluir
  3. Anônimo,

    Você realmente precisa mesmo comprar qualquer diploma de que precise, pois evidentemente, além de covarde por se esconder atrás do anonimato, é um analfabeto funcional que não sabe debater e só usa falácias do tipo "ad hominem". Quando sua mente inferior vai perceber que se deve combater racionalmente os argumentos, e não tentar depreciar o oponente com base em xingamentos, difamações, injúrias? Sua capivara retardada...

    ResponderExcluir

Comentários são como afagos no ego de qualquer blogueiro e funcionam como incentivo e, às vezes, como reconhecimento. São, portanto muito bem vindos, desde que revestidos de civilidade e desnudos de ofensas pessoais.Lembrando que vc é o único responsável pelo que disser aqui. Divirta-se!
As críticas, mais do que os afagos, são bem vindas.