Via Aporrea RT.com
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
O presidente do Equador, Rafael Correa
2 de fevereiro de 2013 – WikiLeaks filtra a entrevista exclusiva com o jornalista chileno Patrício Mery, que afirma que a CIA conspirou ativamente para desestabilizar o governo equatoriano e inclusive assassinar o presidente Rafael Correa.
Depois das firmes decisões do mandatário equatoriano a respeito da concessão do asilo político a Julian Assange e do final das atividades da base militar norte-americana em Manta, os EUA não tem poupado esforços para causar prejuízos ao governo equatoriano, segundo Mery.
O jornalista chileno sublinha que a CIA encobre e financia atividades ilícitas com recursos do narcotráfico realizadas pela Policia de Investigações do Chile. Da Bolívia, entravam a cada mês no Chile “uns 200 quilogramas de cocaína”, com a finalidade de obter fundos para em seguida financiar as operações anti-Corrêa.
“As drogas chegam ao Chile, e além disso vão para a Europa e EUA, e isso gera dinheiro”, disse Mery no mês passado em um comunicado. “Uma parte desse dinheiro fica no Chile, e minhas fontes dizem que é utilizado para desestabilizar o governo do presidente Corrêa”, sublinhou.
Além disso, no início do ano passado, a polícia italiana descobriu 40 kg de cocaína no correio diplomático chegado do Equador. Naquele momento, cinco pessoas foram detidas, entre elas um cidadão norte-americano. Mery alega que, nesse fato também estavam envolvidos altos funcionários chilenos, e que tem provas disso.
O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, disse que o correio diplomático foi inspecionado por cães farejadores da polícia antes de partir do território equatoriano, e viajou para a Itália “através de um terceiro país”. O jornalista afirma que as drogas foram colocadas dentro da correspondência diplomática equatoriana por pessoas próximas à embaixada do Chile em Quito. O malote que continha a droga tinha um selo do governo chileno que era muito difícil obter.
“Vi esses selos diplomáticos e eram chilenos. O Equador não podia voltar a examinar o correio, já que era de um terceiro país. O plano era que o correio deveria sair com selos diplomáticos chilenos, mas chegar à Itália com selos equatorianos”. “Esse foi um cenário criado para prejudicar a imagem do Equador”, assinala Mery.
Em fins de outubro, o ex-embaixador britânico no Uzbequistão, Craig Murray, revelou que a CIA destinara mais de 85 milhões de dólares para evitar que Correa seja reeleito neste mês de fevereiro. Esse dinheiro seria investido para organizar campanhas midiáticas com a finalidade de difamar o atual presidente e seu governo. O mandatário do país latino-americano, por sua vez, tem reiterado em repetidas ocasiões que o povo equatoriano deve estar muito atento diante de uma eventual intervenção da CIA nas eleições presidenciais.
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O Narcotraficante nº 82
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