quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Crise Mundial? De novo?



Londres em chamas, quebra-quebra na Grécia, tumultos na Espanha e na França, EUA prestes a declar moratória.....o que esta ocorrendo no primeiro Mundo?


Em 1848 Karl Marx escrevera:
” As armas que a burguesia utilizou para abater o feudalismo, voltam-se hoje contra a própria burguesia.A burguesia, porém, não forjou somente as armas que lhe darão morte; produziu também os homens que manejarão essas armas”  - Marx in o Manifesto Comunista, cap 1 dos Burgueses e Proletariados, 1848.

Aos poucos tenho vindo a ser obrifgado a notar como que as palavras de Marx tem soado veridicas e atuais, pois o que podemos ver hoje nas atruais crises do capitalismo  é mais que uma mera crise conjuntural e estrutural. É uma crise terminal, como bem nos aponta Boff.


Estamos na verdade diante do fim da logica deste sistema arcaico, que a tempos  vem sendo obrigado a adapatar-se as circunstância, alerta Boff.

Eu acredito, assim como crê alguns economistas que a recessão se manterá por no minimo 5 anos, pelo menos 5 anos de  recessão brava. No minimo para mim o capitalismo não tem  como se reordenar e manter estável  pelo desenvolvimento das próprias forças produtivas teria que escrever muito, mas entendam que desde a década de 90 e dos 10 primeiros anos do séc XXI as crises se tornaram mais constantes em curto prazo, em uma espiral autofágica e isso tem a ver com a financeirização do capitalismo moderno em contraponto com o capitalismo do setor real da economia, o capitalismo industrial e do setor terciário.

O bem da verdade é que a crise veio e veio pra ficar - o capitalismo cairá de podre... E sabemos que não! Lógico que não, o capitalismo nunca cairá de podre. Ele vai ficar agonizando como um doente em estado terminal, mas a Revolução é necessária como uma marreta para derrubar o modo de produção, mas é muito dificil e  creio  que ele  não vai se recuperar.

Veja ....até 2016 , 85 % da força de trabalho americana disponivel terá que ser realocada no setor de serviço, concomitante com a informatização para enxugar custos variaveis (força de trabalho preponderante), a precarização do trabalho se agudizará a medida que a  produtividade da Industria aumentará com novos métodos de produção automatizados, e a renda disponivel com a oferta abundante de trabalho os salários se reduziram, como estão sendo reduzidos, e o excedente que os capitalistas não extrairem para valoração do capital na economia real, vão continua enxurrando o mercado financeiro (economia abstrata) gerando bolhas interminaveis Veja a Apple tem 76 bilhões em caixa, isso em 2011, não pode nem pensar em investir isso em capital bruto para ter uma prejuizo inconcebivel de superprodução.

O capitalismo só  pode se reerguer  se tiver guerras monstruosas e queimar industrias e a agricultura, como também comércios para  reconstruir tudo de novo sob a base da divisão do trabalho e a propriedade privada caso ao contrário


Voltando  as palavras de Boff:
"Tenho consciencia que são poucos os que podem compreender esta tese e as razões que me levam a esta interpretação.

A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.

A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.

O trabalho está sendo por ele precarizado ou prescindido. Há grande desenvolvimento sem trabalho. O aparelho produtivo informatizado e robotizado produz mais e melhor, com quase nenhum trabalho. A consequência direta é o desemprego estrutural.

Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no exército de reserva. O trabalho, da dependência do capital, passou à prescindência. Na Espanha, o desemprego atinge 20% no geral e 40% e entre os jovens. Em Portugual 12% no pais e 30% entre os jovens. Isso significa grave crise social, assolando neste momento a Grécia. Sacrifica-se toda uma sociedade em nome de uma economia, feita não para atender as demandas humanas mas para pagar a dívida com bancos e com o sistema financeiro. Marx tem razão: o trabalho explorado já não é mais fonte de riqueza. É a máquina.

A segunda razão está ligada à crise humanitária que o capitalismo está gerando. Antes se restringia aos paises periféricos. Hoje é global e atingiu os paises centrais. Não se pode resolver a questão econômica desmontando a sociedade. As vítimas, entrelaças por novas avenidas de comunicação, resistem, se rebelam e ameaçam a ordem vigente. Mais e mais pessoas, especialmente jovens, não estão aceitando a lógica perversa da economia política capitalista: a ditadura das finanças que via mercado submete os Estados aos seus interesses e o rentitentismo dos capitais especulativos que circulam de bolsas em bolsas, auferindo ganhos sem produzir absolutamene nada a não ser mais dinheiro para seus rentistas.

Mas foi o próprio sistema do capital que criou o veneno que o pode matar: ao exigir dos trabalhadores uma formação técnica cada vez mais aprimorada para estar à altura do crescimento acelerado e de maior competitividade, involuntariamente, criou pessoas que pensam. Estas, lentamente, vão descobrindo a perversidade do sistema que esfola as pessoas em nome da acumulação meramente material, que se mostra sem coração ao exigir mais e mais eficiência a ponto de levar os trabalhadores ao estresse profundo, ao desespero e, não raro, ao suicídio, como ocorre em vários países e também no Brasil.

As ruas de vários paises europeus e árabes, os “indignados” que enchem as praças de Espanha e da Grécia são manifestação de revolta contra o sistema político vigente a reboque do mercado e da lógica do capital. Os jovens espanhois gritam: “não é crise, é ladroagem”. Os ladrões estão refestelados em Wall Street, no FMI e no Banco Central Europeu, quer dizer, são os sumo-sacerdotes do capital globalizado e explorador.

Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que não aguentam mais as consequências da super-exploracão de suas vidas e da vida da Terra e se rebelam contra este sistema econômico que faz o que bem entende e que agora agoniza, não por envelhecimento, mas por força do veneno e das contradições que criou, castigando a Mãe Terra e penalizando a vida de seus filhos e filhas."


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REFERENCIA BIBLIOGRAFICA:

-BOFF, Leonardo, "Crise terminal do capitalismo?"in "Proteger a Terra-cuidar da vida: como evitar o fim do mundo", Record 2010.

- HAYEK, Friedrich,
Nobel em economia em 1974, autor de "O Caminho da Servidão",  1944.

-MARX, Karl, "O Manifesto do Partido Comunista", 1848.


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