FUTEBOL E IDEOLOGIA POLITICA

Do original: Lazio VS Livorno: O Confronto Político

Via infobolaeuropa

Lazio VS Livorno não é apenas um jogo de futebol. É um confronto de ideologias políticas muito distintas. De um lado, a extrema-direita representada pela torcida do time romano. Do outro, a extrema-esquerda representada pelo clube toscano.

A Lazio, que congrega torcedores ligados ao nazi-fascismo, era o clube do ditador italiano Benito Mussolini (que tem faixas com seu rosto exibidas pela torcida laziale nos jogos). O filho de Mussolini, Bruno, chegou até a ser presidente da Lazio. O clube ainda hoje é considerado como um dos mais racistas do mundo. Em 1998, a sua torcida chocou o mundo quando exibiram uma faixa anti-semita com os dizeres: “Auschwitz vossa pátria, os fornos vossas casas!”

Paolo Di Canio, ex-jogador da Lazio, foi multado várias vezes pela Liga Italiana por fazer o gesto fascista (braço direito estendido pra frente e mão esticada) durante e depois dos jogos (entre eles num jogo Lazio x Livorno). A neta de Mussolini, Alessandra, que é ex-deputada, elogiou a atitude do jogador: “Foi uma linda saudação romana. Me emocionou muito”, disse ela. 

 Di Canio tem tatuado no braço a palavra “Dux” em referência ao título de “Duce” utilizado por Benito Mussolini. Fascinado por Mussolini ele diz que o ditador tem sido “profundamente incompreendido”. Di Canio chegou até a participar de uma torcida organizada da Lazio na juventude. os Irriducibili, que exibem suásticas e cruzes celtas e cantam “Duce! Duce! Duce!” nos estádios. 

Há uma torcida anti-fascista na Lazio, a Dissidenti, que tenta acabar com a fama de racista do clube, e se dizem orgulhosos de serem anti-fascistas.

Já o Livorno, clube da extrema-esquerda, que tem os comunistas como a maioria dos seus torcedores, sempre reclamou de perseguição pela Liga Italiana, por ser um clube esquerdista. Os seus torcedores cantam nos estádios hinos comunistas e exibem bandeiras vermelhas com a foice e o martelo (símbolo da antiga União Soviética). Exibem também bandeiras cubanas e estandartes com o rosto de Che Guevara. A cidade toscana de Livorno, foi onde foi fundado o Partido Comunista Italiano, em 1921. Quase todos os seus jogadores são comunistas, anarquistas, ou progressistas.

Cristiano Lucarelli, ex-jogador do Livorno, é comunista convicto. Comemora seus gols com o braço erguido e o punho fechado (gesto comunista) e também já teve problemas com a Liga Italiana por causa disto. Certa vez declarou que, outros jogadores, com um bilhão de dólares, compram iates e Ferraris, mas para ele, bastaria ter o suficiente para comprar a camisa do Livorno. Ele chegou a usar uma camisa com o rosto de Che Guevara por baixo do uniforme do clube. 

Lucarelli é também fundador da Brigada Autônoma Livornense, torcida organizada que tem metade de seus integrantes proibidos de entrar em estádios, tudo porque destruíram a sede de um partido de direita na cidade, durante uma comemoração da volta a Série A. Lucarelli usava o número 99 em homenagem ao ano de fundação da organizada (1999).

O confronto é visto pela Liga Italiana como um jogo de risco altíssimo. Sempre quando os clubes se enfrentam, as duas torcidas exibem faixas entoam cantos agressivos contra a outra. Sempre o policiamento tem de ser reforçado, mas mesmo assim há confrontos entre torcedores dos dois times nos estádios e nas Ruas. 

Muito interessante. Legal tbm perceber que lá o futebol não é usado como "ópio do povo" como aqui, pelo menos não do mesmo nivel perverso.

Torcedores e jogadores, mesmo brigando, tem ideologias e as defendem, nao sao bobos alegres como os torcedores brasileiro que se matam por besteiras. Porem uma coisa é fato, tanto la quanto aqui, times sao empresas, anseiam pela mais-valia. E o povo enriquece os ricos cada dia mais.