sexta-feira, 16 de março de 2012

Classe Média - Max Gonzaga

Classe Média

Max Gonzaga*

Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio "coletivos"
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
Mais eu "to nem ai"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "to nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no "jardins"
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não "to nem ai"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "to nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida
http://letras.terra.com.br/max-gonzaga/471737/#
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* Max Gonzaga é filho de um acordeonista, desde os 15 anos Max Gonzaga adotou o violão como instrumento de composição e interpretação. Desde os anos 1980, tem se apresentado regularmente em shows e casas noturnas da capital e interior do estado de São Paulo.
Em 1985, fundou a banda Albatroz, voltada a um repertório de MPB, jazz e blues. A banda contava com Valério Maciel (guitarra) e Alexandre Cunha (bateria). Em 1995, formou o trio Marimbondos, junto a Marcelo Molina (sax tenor) e Alexandre Cunha (bateria). Em 2002, juntamente com Henrique Barros, Liz Rodrigues, Tito Pinheiro, Vlado Lima, Ricardo Soares e Sonekka, fundou o clube Caiubi de compositores, que se propõe a valorizar a música autoral daqueles compositores que estão fora da grande mídia e do mercado fonográfico. Entre seus integrantes, o clube conta com Zé Rodrix e Tavito.[1]
Em 2005 lançou seu primeiro CD solo, Marginal, com a faixa-título do mesmo nome. O álbum foi um dos selecionados pela Secretaria de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura para representar o Programa Cultura Viva na Feira Música Brasil, em Recife em 2007.
Sua música Classe Média chegou às semifinais do Festival Cultura - A Nova Música do Brasil.[2] Em agosto de 2006, o vídeo com a apresentação de Classe Média tornou-se um dos mais vistos no site de compartilhamento de vídeos YouTube.[3][4] A música, que apresenta uma visão crítica e sarcástica da classe média brasileira, tem sido frequentemente citada por alguns dos mais populares sites e comentaristas políticos brasileiros.[5][6][7][8][via wikipedia]

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