terça-feira, 5 de junho de 2012

O vice de Serra e o Banco Cruzeiro do Sul

Por Altamiro Borges via Blog do Mro

O Banco Central decretou hoje (4) “intervenção branca” no Banco Cruzeiro do Sul. Ele agora ficará sob o Regime de Administração Especial Temporária (Raet), o que na prática significa a suspensão das atividades da instituição, acusada de utilizar “contabilidade criativa” – em palavras mais diretas, de roubar e fraudar em suas operações financeiras.


Bens indisponíveis dos agiotas

Segundo nota oficial do BC, a medida foi tomada em decorrência do “descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e da verificação de insubsistência em itens do ativo”. O Raet é um regime com prazo limitado, por meio do qual o BC substitui os dirigentes da instituição por um conselho de diretores ou por uma pessoa jurídica especializada.

Ainda de acordo com a nota, “o BC está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro... Nos termos da lei, ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição”.

Mídia evita falar em Índio da Costa 

O assunto foi destaque na mídia rentista nesta segunda-feira. Ela somente deixou de enfatizar que o Banco Cruzeiro do Sul pertence à família do ex-deputado Índio da Costa, o ex-demo que foi candidato à vice-presidente na chapa de José Serra nas eleições de 2010 e que hoje é um dos principais líderes do recém-fundado PSD, do prefeito paulistano Gilberto Kassab.

Em entrevista ao colunista Guilherme Barros, da revista IstoÉ Dinheiro, o deputado jurou que nada sabia sobre as falcatruas do seu tio, o bilionário Luís Octávio Índio da Costa. Mas o Banco Cruzeiro de Sul já tinha um longo histórico de operações “criativas”. Estima-se que a instituição tenha acumulado cerca de R$ 3 bilhões em operações irregulares. Será que sobrou alguma graninha para a campanha demotucana em 2010?

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