TRABALHO INFANTIL: A AMÉRICA A PRETO E BRANCO
publicado em fotografia por seven | 35 comentários
Mais por necessidade do que por ambição, desde tenra idade os futuros americanos davam à sua nação o seu esforço e a sua juventude numa época em que as crianças eram adultos pequenos e em que o trabalho infantil era um privilégio. A América cresceu tanto à custa dos emigrantes como das suas crianças, adultos à força que não tiveram tempo de brincar.
Lembremo-nos das imagens cruas dos meninos de "Era uma vez na América", de Sergio Leone, das atribulações dos recém-chegados retratadas com ironia em "Os imigrantes", de Charles Chaplin, para falarmos apenas em termos de cinema; mas lembremo-nos também das fotografias de Alfred Stieglitz ou de Dorothea Lange, dois nomes consagrados. Menos conhecido foi Lewis Hine que dedicou grande parte da sua actividade de fotógrafo a documentar cenas de trabalho infantil nos EUA.
Entre 1908 e 1912 Hine registou com a sua câmara aquilo que chamou rostos da juventude perdida: crianças de todas as idades, algumas de apenas cinco anos, em trabalhos de gente crescida. E não se julgue que eram trabalhos leves - pelo contrário. Encontramos meninos e meninas nas fábricas, no comércio, nas pescas, nas minas, desde o amanhecer até ser noite cerrada, por vezes mais de doze horas... O fotógrafo conheceu-os todos: Michael, Manuel, Camille, Pierce. Conheceu as histórias de cada um. Posaram para ele, às vezes com o orgulho ingénuo de quem se julga gente grande, embora nos seus olhos estivesse toda a tristeza do mundo. As imagens são lancinantes; não se consegue fixá-las sem uma ponta de comoção.
Algumas destas crianças não passaram da sua meninice. Outras sobreviveram, cresceram e prosperaram, mergulhando fundo na embriaguez do grande sonho americano.
Tema de Era uma vez na América - Ennio Morricone (excerto)
Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2008/03/trabalho_infantil.html#ixzz21I8EwAxm
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