A arte da guerra Que Deus me guarde de meus amigos
Il Manifesto no Voltairenet Manlio Dinucci Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
"O Egito recebe anualmente uma ajuda militar norte-americana de cerca de 1,5 bilhões de dólares. Além disso, goza de um privilégio reservado a muito poucos paises: os fundos estão depositados em uma conta do Federal Reserve Bank, em Nova York, onde rendem juros nada desprezíveis. Isso aumenta o poder aquisitivo das forças armadas egípcias, cujas compras no supermercado estadunidense de armamentos incluem: tanques M1A1 Abrams, caças F-16 e helicópteros Apache, entre outros tipos de armamento. Por outro lado, o Pentágono lhes oferece armamento que possui registrado como sobressalente, pelo valor de uma centena de milhões de dólares por ano. Em troca disso, as forças armadas norte-americanas tem livre acesso ao território egípcio, onde se desenvolvem a cada dois anos as manobras militares Bright Star (Estrela Brilhante), classificadas como as maiores da região."
Todos os olhares se encontram atualmente sobre o Egito, vitrine internacional das operações de mudança de regime da chamada “primavera árabe”. O entusiasmo dos meios ocidentais que propagandeiam a “revolução” é mais do que suficiente para que o observador medianamente atento abrigue sérias dúvidas sobre a verdadeira natureza dessas mudanças. A realidade é que o Império chegou à conclusão de que os árabes já estão maduros para a entronização do sistema de controle social mais eficaz que existe: um regime de alternância essencialmente bipartidarista.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi o primeiro a felicitar o novo presidente egípcio, Mohamed Morsi. Foi uma chamada telefônica em tom muito amigável, na qual Obama assegurou que os Estados Unidos “continuarão apoiando a transição do Egito para a democracia”, e que a grande nação norte-americana “quer promover os interesses comuns sobre a base do respeito mútuo”. Ambos os presidentes, segundo anuncia a Casa Branca, comprometeram-se a “desenvolver a associação entre os Estados Unidos e o Egito, mantendo-se em estreito contato durante os próximos meses”.
Isso significa que os Estados Unidos está deixando de lado a casta militar, que há mais de 30 anos serve de sustentação à influência norte-americana no Egito, e que agora apóia a organização islâmica conhecida como Irmandade Muçulmana, a qual até há pouco tempo considerava hostil? Certamente não.
Imediatamente após sua conversação telefônica com Morsi, Obama chamou também ao general Ahmed Shafik, o candidato à presidência dos militares, e o alentou a continuar seu compromisso político “de apoio ao processo democrático”, compromisso que os militares demonstraram quando dissolveram o parlamento com a determinante ajuda de Washington: A assistência militar dos Estados Unidos ao Egito, sublinha o Departamento de Estado, é “um pilar importante das relações bilaterais”.
O Egito recebe anualmente uma ajuda militar norte-americana de cerca de 1,5 bilhões de dólares. Além disso, goza de um privilégio reservado a muito poucos paises: os fundos estão depositados em uma conta do Federal Reserve Bank, em Nova York, onde rendem juros nada desprezíveis. Isso aumenta o poder aquisitivo das forças armadas egípcias, cujas compras no supermercado estadunidense de armamentos incluem: tanques M1A1 Abrams, caças F-16 e helicópteros Apache, entre outros tipos de armamento. Por outro lado, o Pentágono lhes oferece armamento que possui registrado como sobressalente, pelo valor de uma centena de milhões de dólares por ano. Em troca disso, as forças armadas norte-americanas tem livre acesso ao território egípcio, onde se desenvolvem a cada dois anos as manobras militares Bright Star (Estrela Brilhante), classificadas como as maiores da região.
Igualmente generosa é a “ajuda econômica” de Washington. O Egito está em plena crise: o déficit público elevou-se a 25 bilhões de dólares, e a dívida externa a 34 bilhões de dólares, enquanto que as reservas em divisas estrangeiras caíram de 36 bilhões de dólares em 2011 para 15 bilhões em 2012. E, nesse momento, aparece a generosa mão dos Estados Unidos. A administração Obama destinou 2 bilhões de dólares para a promoção de investimentos privados estadunidenses na região, principalmente no Egito. Além disso, nesse país serão efetuados outros investimentos norte-americanos facilitados pelo Cairo, em troca da anulação de um bilhão de dólares da dívida externa egípcia. O país receberá, ainda, um crédito de um bilhão de dólares garantidos pelos EUA para receber novamente “acesso aos mercados de capitais” . Também graças aos EUA, o Fundo Monetário Internacional (FMI), está disposto a abrir uma linha de crédito. Enquanto isso, a embaixada norte-americana no Cairo empreende um novo programa para ajudar jovens empresários egípcios para que iniciem ou desenvolvam seus próprios negócios.
Vemos assim todas as cartas de Washington que estão sobre a mesa: econômicas, para estrangular o Egito e favorecer a ascensão de uma classe de empresários pró-norte-americanos; políticas, para dar ao país uma imagem de democracia que não ameace a influência norte-americana no plano interno; e a carta militar, que lhes permitirá implementar um golpe de estado se falharem as demais cartas.
Resta, contudo, um importante fator para tomar em conta: uma sondagem da empresa Gallup indica que, em dez meses, o percentual de egípcios contrários à ajuda estadunidense passou de 52% para 82%.
Todos os olhares se encontram atualmente sobre o Egito, vitrine internacional das operações de mudança de regime da chamada “primavera árabe”. O entusiasmo dos meios ocidentais que propagandeiam a “revolução” é mais do que suficiente para que o observador medianamente atento abrigue sérias dúvidas sobre a verdadeira natureza dessas mudanças. A realidade é que o Império chegou à conclusão de que os árabes já estão maduros para a entronização do sistema de controle social mais eficaz que existe: um regime de alternância essencialmente bipartidarista.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi o primeiro a felicitar o novo presidente egípcio, Mohamed Morsi. Foi uma chamada telefônica em tom muito amigável, na qual Obama assegurou que os Estados Unidos “continuarão apoiando a transição do Egito para a democracia”, e que a grande nação norte-americana “quer promover os interesses comuns sobre a base do respeito mútuo”. Ambos os presidentes, segundo anuncia a Casa Branca, comprometeram-se a “desenvolver a associação entre os Estados Unidos e o Egito, mantendo-se em estreito contato durante os próximos meses”.
Isso significa que os Estados Unidos está deixando de lado a casta militar, que há mais de 30 anos serve de sustentação à influência norte-americana no Egito, e que agora apóia a organização islâmica conhecida como Irmandade Muçulmana, a qual até há pouco tempo considerava hostil? Certamente não.
Imediatamente após sua conversação telefônica com Morsi, Obama chamou também ao general Ahmed Shafik, o candidato à presidência dos militares, e o alentou a continuar seu compromisso político “de apoio ao processo democrático”, compromisso que os militares demonstraram quando dissolveram o parlamento com a determinante ajuda de Washington: A assistência militar dos Estados Unidos ao Egito, sublinha o Departamento de Estado, é “um pilar importante das relações bilaterais”.
O Egito recebe anualmente uma ajuda militar norte-americana de cerca de 1,5 bilhões de dólares. Além disso, goza de um privilégio reservado a muito poucos paises: os fundos estão depositados em uma conta do Federal Reserve Bank, em Nova York, onde rendem juros nada desprezíveis. Isso aumenta o poder aquisitivo das forças armadas egípcias, cujas compras no supermercado estadunidense de armamentos incluem: tanques M1A1 Abrams, caças F-16 e helicópteros Apache, entre outros tipos de armamento. Por outro lado, o Pentágono lhes oferece armamento que possui registrado como sobressalente, pelo valor de uma centena de milhões de dólares por ano. Em troca disso, as forças armadas norte-americanas tem livre acesso ao território egípcio, onde se desenvolvem a cada dois anos as manobras militares Bright Star (Estrela Brilhante), classificadas como as maiores da região.
Igualmente generosa é a “ajuda econômica” de Washington. O Egito está em plena crise: o déficit público elevou-se a 25 bilhões de dólares, e a dívida externa a 34 bilhões de dólares, enquanto que as reservas em divisas estrangeiras caíram de 36 bilhões de dólares em 2011 para 15 bilhões em 2012. E, nesse momento, aparece a generosa mão dos Estados Unidos. A administração Obama destinou 2 bilhões de dólares para a promoção de investimentos privados estadunidenses na região, principalmente no Egito. Além disso, nesse país serão efetuados outros investimentos norte-americanos facilitados pelo Cairo, em troca da anulação de um bilhão de dólares da dívida externa egípcia. O país receberá, ainda, um crédito de um bilhão de dólares garantidos pelos EUA para receber novamente “acesso aos mercados de capitais” . Também graças aos EUA, o Fundo Monetário Internacional (FMI), está disposto a abrir uma linha de crédito. Enquanto isso, a embaixada norte-americana no Cairo empreende um novo programa para ajudar jovens empresários egípcios para que iniciem ou desenvolvam seus próprios negócios.
Vemos assim todas as cartas de Washington que estão sobre a mesa: econômicas, para estrangular o Egito e favorecer a ascensão de uma classe de empresários pró-norte-americanos; políticas, para dar ao país uma imagem de democracia que não ameace a influência norte-americana no plano interno; e a carta militar, que lhes permitirá implementar um golpe de estado se falharem as demais cartas.
Resta, contudo, um importante fator para tomar em conta: uma sondagem da empresa Gallup indica que, em dez meses, o percentual de egípcios contrários à ajuda estadunidense passou de 52% para 82%.
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